Houve tempo, na Idade Média, em que quando entrava numa Igreja, perseguido pela multidão, o maior dos celerados gritava "santuário!", tinha imediatamente garantida sua integridade e sua saúde. Especialmente se ficasse perto do altar. Ninguém poderia tocá-lo, não sofreria o menor constrangimento. Continuando em solo sagrado, os padres deveriam providenciar sua alimentação.
Com todo o respeito, será isso o que pretende o presidente da Câmara, investindo contra o ministro da Justiça só porque a Polícia Federal entrou nas dependências da casa para fotografar um suposto delinqüente?
Arlindo Chinaglia exagerou e Tarso Genro defendeu-se.
Afinal, se a lei não puder chegar ao recinto parlamentar, não demora muito o congestionamento em seus corredores, porque corruptos de toda espécie buscarão esse novo "santuário". Já bastam aqueles que entram lá pelo voto. Ou saber que o plenário só pode ser freqüentado por deputados, ex-deputados e assessores especiais.
Não se fala, é claro, das sucessivas invasões sofridas pela instituição legislativa, desde os soldados de D. Pedro I até a tropa mandada pelo presidente Castelo Branco. Tratou-se de truculência, de abuso ditatorial. Não é o caso de agentes federais que se identificam na portaria e revelam estar investigando um suspeito.
Um comentário:
Alô, Giulio.
Muito bem lembrado. O santuário brasileiro... Argh!
Quem pisa lá suja a sola dos sapatos! Nestes tenebrosos tempos petistas, é o reduto final da picaretagem nacional.
Bom lugar para o duende terminar seus dias, como senador. Poderia até adotar o nome: INCITATUS...
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