1 de mai. de 2008

A revolução que nos falta

Por Adauto Medeiros, engenheiro civil e empresário

Quem conhece como as empresas conseguem dinheiro para tocar seus negócios sabem que só há três maneiras: primeiro com recursos próprios, segundo através de empréstimos aos Bancos, o que no Brasil o capital de longo prazo tem sido através do BNDES, cujo capital vem do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador. E terceiro se consegue dinheiro pela Bolsa de valores.
Acontece que para entrar na Bolsa e conseguir dinheiro, o empresário não precisa ser dono de uma grande empresa, mas tem que ser transparente e mostrar-se séria. Tem que saber que para conseguir dinheiro na Bolsa, tem que competir dentro da lei e da ética, além de respeitar seus clientes, não entrando em maracutaias políticas, tudo visando sair do risco e não quebrar.
Mudemos o foco agora e passemos a olhar a atividade política. Ora, na política é possível dizer que as exigências são as mesmas, isto é, que quem entra nela, quer chegar ao poder, o que no jogo democrático, é legitimo, e até importante para a sociedade, mas é necessários alguns pré-requisitos, entre eles, estaria o de atender os seus leitores no sentido ético, e não tratá-los como tolos, o que tem sido feito até hoje em nosso país.
Por outro lado, no Brasil há um julgamento de que o empresário é um ser miserável e o responsável pela pobreza do país, quando na realidade é ele o motor do desenvolvimento. Em nosso país, todo rico é bandido, burguês, sendo portanto condenado. Aqui, parece mesmo que o dinheiro só pode ser ganho através de um emprego de preferência emprego público, pois lhe é garantido a estabilidade e uma velhice tranqüila. Ser rico em nosso país, via emprego público, é sinônimo de ética. Já ser empresário é sinônimo de desonestidade. A mobilidade social é condenada porque só o pobre é honesto, o que termina significando o culto a pobreza. A vontade de ser rico é visto como algo ruim, sem valor, e embora todo pobre queira ser rico, termina em nosso país, tendo vergonha ou, termina não tendo a coragem de enfrentar as dificuldades inerentes ao negócio.
No entanto, uma pesquisa feita recentemente por uma ong ligada ao PT, mostrou que um terço dos jovens querem ter seu próprio negócio. Esse dado novo, pode ser o começo de uma mudança, onde a recompensa financeira possa a ser vista como um mérito e não como um demérito.
Acho mesmo, que ainda precisamos aprender muito, mas a partir desses dados pesquisado, é possível enfim deduzir que talvez estejamos entrando no caminho certo e que em breve construiremos uma sociedade empreendedora e independente de governos que só servem para aqueles que estão dentro dele e para aqueles que o financiam.
Hoje as Bolsas de valores, felizmente, já são as maiores financiadoras das empresas, graças a Deus, e o Estado aos poucos está entregando para a própria sociedade o direito de reger seus negócios sem a ingerência de grupos políticos ou mesmo de empresários que no passado recente deu tanto prejuízo ao contribuinte. Precisamos também, e urgentemente, que o Estado termine seguindo o mesmo caminho, qual seja, o de adotar a meritocracia como forma de gestão pública. Essa seria a nossa maior revolução.

4 comentários:

Anônimo disse...

O doutor Adalto está coberto de razão.Muitos,com seu trabalho,persistência e ética chegam lá.Seria o mundo ideal, mas as coisas não são como a gente quer; vejamos um exemplo: Os reis da soja um belo dia acharam por bem diminuir o conteúdo da lata de soja para novecentos mililitros,e argumentos não faltam para diminuirem mais, qualquer Duda Mendonça da vida faria uma campanha para mostrar as vantagens da lata de 800 ml.
Como o habito do cachimbo deixa a boca torta, Seu Lula também, a contra gosto, faria o sacrifício de ir para o terceiro mandato.Daí por diante, só o Fidel poderia convencê-lo do contrário.
Diferente disso não são os bancos que pegam dinheiro a menos de um por cento e emprestam a mais de dez por cento ao mês no cartão de crédito.
Eu não quero briga com o banqueiro que vai dizer logo, não use o cartão de crédito, ninguém é obrigado; assim como não vou brigar com o homem da soja que vai me mandar comer banha de porco.
Se a moda pega Adriana, vamos ter em breve maço de cigarro com 19 unidades, carros com três rodas, galinha injetada com água e por aí vai.Já temos um presidente com nove dedos e isso é mau sinal.

Anônimo disse...

Cara Adriana, acho que o Dr. Adauto tem razão, em parte. Só que a maioria dos ricos que conheço têm esquemão. São poucos os que realmente são criativos e tocam seus negócios a partir de suas idéias. Muito poucos. Pode procurar, como Diógenes com sua lanterna.
E, mesmo os honestos, se pagarem todos os impostos, estarão f..., com a fome que tem o bêbado.

ma gu disse...

Alô, vocês.

Caramba, começaram o mês de Maio a todo vapor...

Pelo que o Marreta colocou, eu já deixei de fumar, não como mais frango e, quanto aos nove dedos, sou inimputável. Tenho de aguentá-lo, mas não sou responsável.
A Rô citou o Diógenes, mas ele está sem função, com a lanterna apagada, porque o indio tomou a refinaria, fechou o gás e o eneadáctilo cedeu parte dele para a Barbie do Sul.
Pois é: Estamos fupagos e mal didos.

Anônimo disse...

E se os escoceses resolverem diminuir o liquor para 900 ml? Mas eu queria um comentário sobre a soja menos 10%.