27 de mar. de 2007

"Apagão", Até Quando?

Por Giulio Sanmartini

O avestruz tem uma das formas mais engenhosas e inteligentes de livrar-se dos predadores. Cabe ao macho dominante a defesa das fêmeas e da prole. Quando o predador se aproxima todos fogem, mas o macho vai em sentido oposto fingindo-se de manco, o inimigo sempre ataca o mais frágil e assim parte para cima deste, que no exato momento que está para ser capturado, fica bom e dispara em corrida impossível de ser atingida pelo predador. Nesse ínterim suas fêmeas e filhotes já se colocaram a salvo. Todavia criou-se a lenda que o avestruz, diante do perigo enfia a cabeça na areia, pensando que se não o vê o perigo não existe.
Essa tática da lenda é a que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está empregando para resolver o gravíssimo problema do caos aéreo que se instalou no país desde o dia 26 de outubro passado. Chegou ao seu auge nos feriados no início de novembro e foi seguindo, sem alguma providência eficiente, o governo espera que tudo se resolva sozinho. De janeiro e outubro de 2006 os vôos sem atraso atingiam o percentual de 96%, depois caíram vertiginosamente até 43% em dezembro.
O caos, chamado de “apagão”, que se aclamara sozinho, voltou esse sábado com força total. O motivo alegado foi o da névoa, não é verdade, o que houve foi uma lambança a geral, os problemas não se resolveram sozinhos. No mundo inteiro, todos os aeroportos tem o ILS (Instruments Loading System) trata-se de um equipamento que mede com precisão a altura do avião com relação solo permitindo pousos e decolagens em situações onde não há visibilidade. Mas o ILS do aeroporto de Cumbica está desligado há duas semanas, dizem que foi atingido por um raio e foi consertado, mas o avião laboratório da FAB que deveria testá-lo não pôde ser usado pois estava com o trem de aterragem quebrado. Ao que parece o Brasil está que é uma sucata só.
Ao que tudo indica o tal do ILS voltou a funcionar, mas até a noite de segunda feira os atrasos ainda persistiam.
O ministro da Defesa Waldir Pires, que ninguém sabe porque ainda continua no cargo, tomou um séria providência, declarando:
- Os responsáveis deverão ser afastados da função e submetidos ao processo administrativo. Se for o caso serão demitidos.
Como perguntar não ofende, o fazemos ao ministro. "Ó Waldir, porque não começa demitindo-se?!"

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