Laurence Bittencourt Leite, jornalistaSó quem não tem o menor conhecimento em história e mesmo em política ideológica, para achar que todas as promessas feitas por Evo Morales antes, durante e depois de sua eleição, não resultaria em estatização e nacionalização do gás natural e do petróleo explorado em seu país, pela empresa Petrobrás. O que Evo Morales fez, sem meias palavras foi roubo feio. Mas essa é a prática dos nacionalistas e comunistas. Sempre. Enriqueçam para depois tomarmos. Essa é a práxis marxista por todo o mundo. O marxismo faliu porque depois do roubo não tinha quem mais produzisse, quem trabalhasse, logo, sifu. No Brasil vivemos essa prática encoberta por outros fatores.
Mas pensando bem quem venceu mesmo no mundo latino americano foi o nacionalismo, e não o comunismo, ainda que a chamada (como queria Lênin) práxis de ambos seja no fundo a mesma. E pensando melhor, acho que a prática nacionalista seja bem pior. Vide o Nacional Socialismo de Hitler ou se quiserem o de Getúlio Vargas, que alguns acham (imagine) um estadista. Não é à toa, não é à toa. Basta dizer que as duas grandes guerras mundiais foram provocadas por nacionalismos. O nacionalismo é o mais excludente dos regimes, e só é comparável nesse sentido ao socialismo. Os dois rivalizam em excesso de autoritarismo. Na América Latrina, então. Foi Che Guevara quem disse que “militar na América Latrina não resistia a uma rajada de dólares”. Esqueceu de acrescentar que não eram apenas os militares.
Mas a Bolívia é um país miserável e vai ficar ainda pior. Já esta. Ela não dispõe de recursos para explorar nem o gás natural nem petróleo. Quem fez isso, claro, foi a Petrobrás, que investiu 3 milhões de dólares. Mas a história é irônica e cruel. A Petrobrás foi criada sob o slogan de “o petróleo é nosso” pelo “estadista” (grande estadista) Getúlio Vargas. Agora o que era “nosso”, se transformou (ou pode se transformar totalmente) em boliviano, que acusa a Petrobrás de “multinacional”. É a mais perfeita expressão da ironia travestida sob o manto da modernidade de “luta de classes” antevista por Marx. O governo do PT passou a ser aos olhos de Evo Morales (ou será que não?) “imperialistas”, os exploradores, e a Bolívia a pobre vítima, explorada, sugada nos seus reais interesses, pelos capitalistas inescrupulosos e desalmados, traduzidos por suas multinacionais. A história de fato, se repete. A primeira como tragédia (o comunismo) e a segunda como farsa (o nacionalismo). Marx apesar de tudo ainda não morreu.
Mas que praga é essa que mesmo após a queda do muro de Berlin (os comunistas são tão incompetentes que conseguiram destruir a Tchecoslováquia, um país de 12 milhões de habitantes que produzia 12 milhões de toneladas de aço de ferro em verdadeiras espeluncas), com a China provando que nacionalismos e socialismos não dão certos, atinge a América Latrina quase que como um todo?
E Hugo Chaves representa a mais perfeita síntese do nacionalismo e do socialismo latino imbecilizado. Incrível que ele seja militar pára-quedista. Mas isso certamente deve passar despercebido aos olhos dos nossos socialista-humanistas, que o cultuam como aquele que combate os tiranos imperialistas. Hugo Chaves e uma versão espalhafatosa e alegre de Sadam Hussein. Os Estados Unidos ainda não se preocuparam com ele, porque claro, precisam do petróleo venezuelano. E Chaves está mais para opera bufa do que para um inimigo perigoso. E Lula (quem diria?) apesar de sua bizarrice ainda soa para os americanos (o que prova que mesmo países avançados têm percepções idiotizadas) como uma espécie de anteparo ao socialismo amalucado tanto de Evo como de Hugo Chaves, e Fidel. Mas a “alternativa” é tapa-borrão.
Mesmo assim é lamentável que depois de tantos exemplos desastrosos, ainda estejamos presos a retrocessos e atrasos que o tempo já enterrou. Estamos mesmos destinados ao subdesenvolvimento, embora nos achando a quintessência da vanguarda do nosso tempo. Andamos para trás como caranguejos, com a ajuda de muitos.
laurencebleite@zipmail.com.br
Mas que praga é essa que mesmo após a queda do muro de Berlin (os comunistas são tão incompetentes que conseguiram destruir a Tchecoslováquia, um país de 12 milhões de habitantes que produzia 12 milhões de toneladas de aço de ferro em verdadeiras espeluncas), com a China provando que nacionalismos e socialismos não dão certos, atinge a América Latrina quase que como um todo?
E Hugo Chaves representa a mais perfeita síntese do nacionalismo e do socialismo latino imbecilizado. Incrível que ele seja militar pára-quedista. Mas isso certamente deve passar despercebido aos olhos dos nossos socialista-humanistas, que o cultuam como aquele que combate os tiranos imperialistas. Hugo Chaves e uma versão espalhafatosa e alegre de Sadam Hussein. Os Estados Unidos ainda não se preocuparam com ele, porque claro, precisam do petróleo venezuelano. E Chaves está mais para opera bufa do que para um inimigo perigoso. E Lula (quem diria?) apesar de sua bizarrice ainda soa para os americanos (o que prova que mesmo países avançados têm percepções idiotizadas) como uma espécie de anteparo ao socialismo amalucado tanto de Evo como de Hugo Chaves, e Fidel. Mas a “alternativa” é tapa-borrão.
Mesmo assim é lamentável que depois de tantos exemplos desastrosos, ainda estejamos presos a retrocessos e atrasos que o tempo já enterrou. Estamos mesmos destinados ao subdesenvolvimento, embora nos achando a quintessência da vanguarda do nosso tempo. Andamos para trás como caranguejos, com a ajuda de muitos.
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