O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é reincidente. O episódio envolvendo o deputado enrolado Odílio Balbinotti (PMDB-PR), indicado para o Ministério da Agricultura, que caiu sem tomar posse, devido ao processo de falsidade ideológica e fraudes em documentos que responde no Supremo Tribunal Federal, mostra que Lula não é afeito a investigar o passado dos seus aliados antes de indicar para algum cargo público, como um ministério.
Lula tem nas mãos um órgão poderoso que deveria lhe repassar informações sobre os indicados, a Abin - Agência Brasileira de Inteligência, o serviço de inteligência tupiniquim que concentra um grande número de arapongas que, aparentemente, nada fazem para subsidiar seu chefe com informações essenciais.
Em outros países mais sérios, o serviço de inteligência municia os chefes de governo com todas as informações sobre candidatos a cargos públicos, para evitar esse tipo de constrangimento e desgaste. É o mínimo que se pede em um país civilizado. No Brasil, nada disso acontece.
E Lula é reincidente. Parece que ele se esqueceu do caso Romero Jucá, outro peemedebista com um monte de processos nas costas. Em 2005, no primeiro mandato de Lula, Jucá foi indicado ministro da Previdência Social. Ficou pouco tempo no cargo. Logo após a posse foi bombardeado com denúncias de que teria feito pressões políticas sobre o Banco da Amazônia (Basa) para obter condições favoráveis à renegociação de dívidas da Frangonorte, empresa de Roraima da qual foi sócio, e também para liberar parcelas de um empréstimo. Jucá admitiu, na ocasião, que foi pessoalmente ao Basa em 1995 e um ano depois, mas que isso não era fazer pressão.
O então ministro foi acusado ainda de ter apresentado como garantia ao empréstimo do Basa sete fazendas que só existiriam no papel. Jucá sustentou que o responsável pela transação foi seu ex-sócio no empreendimento, mas o desgaste político provocado pelas críticas e cobranças da oposição acabaram provocando sua saída do ministério.
Mas como o governo Lula tem por tradição premiar os aliados, mesmo aqueles contra os quais pesam denúncias de irregularidades, Jucá caiu para cima. Saiu do ministério e foi escolhido líder do governo no Senado.
Nesta segunda-feira Lula deve escolher um novo ministro indicado pelo PMDB. Espera-se um mínimo de inteligência nessa decisão para evitar um novo fiasco.
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