26 de mar. de 2007

Oh! Que Dúvida!

Por Ralph J. Hofmann

Fica cada vez mais difícil a um pai recomendar uma carreira ao filho.
Certamente há cerca de nove anos quando comecei a enviar os meus para a faculdade era coisa fácil. A filha disse: “Quero ser advogada”. E eu respondi que era uma bela profissão; “vá em frente filhinha, vai adiante, apesar do fato de que vais estar num ambiente cheio de futuros políticos, tenho certeza que te criei com uma moral e uma ética que te permitirá freqüentar esses ambientes sem seres corrompida”.
Depois vieram os dois meninos. Sucessivamente se dedicaram à engenharia. Bela escolha, são brilhantes. Ambos pesquisadores em assuntos que envolvem laser e outros processos que indicam modernidade.
Mas vejam, eu falhei como pai! Não soube ler a tendência de nossos tempos. Não soube educar devidamente meus filhos! Nunca passarão de pessoas trabalhadoras. Podem até chegar a ter carros importados à porta, casas de 450 metros quadrados, etc., mas onde estará aquele jatinho executivo, onde estará aquela escuna com ar condicionado fundeada em St. Kits no Caribe.
Estas coisas estão reservadas para os filhos dos sujeitos que chamaram os filhos e disseram:
“Filhos, devemos ser sensatos, dessas escolhas depende o futuro da família. Zequinha vai pichar o Itamaraty com slogans contra o atual governo e corre rápido para a Suécia pedir asilo. Daqui a quinze ou vinte anos deve receber uns vinte milhões por ter sido perseguido político. Clóvis, você vai ser entregador de droga. Mate uns dois ou três policiais e vá preso. Assim a família recebe a Bolsa Assassino e consegue se manter até que o Zequinha volte do exílio. Mariazinha, já que está dando para todo o mundo se especialize em pessoal da bolsa. Assim traz informações reservadas para podermos aplicar o dinheiro da bolsa família. Carmem. Você vai ser assassina de aluguel. Mas sempre deixe no local um bilhete avisando a polícia de que se trata de crime político, não valendo a pena investigar, pois no Brasil ninguém pode ser preso por assassinato político”.
Como disse o cartunista, os Irmãos Metralha já compraram passagem para o Brasil.

Um comentário:

Giulio Sanmartini disse...

É tragicamente triste, por ser a expressão da realidade brasileira.
Giulio