21 de mar. de 2007

A Redação da Menina Rica

Marta Suplicy (?) teve grandes pretensões sobre o ministério que lhe caberia “por direito”. Mas foi sendo cozinhada em água gelada, até que humilhando-se e rastejando aceitou o ministério do Turismo, para quem pretendia Paris, foi como chegar somente até Irajá (sem desprezo ao bairro carioca onde tenho muitos amigos).
Antes mesmo de tomar posse, não resistindo falou sua besteira, originada pelo desconhecimento e incompetência. Ela diz de forma tonitruante, que pretende um programa de turismo para as famílias pobres.
Ora Marta, me poupe!
Ela me faz lembrar a historinha de uma menina muito rica que na escola teve que fazer a redação, cujo tema era “uma família pobre”. E a menina rica começou: Era uma família muito pobre, o pai era pobre, a mãe era pobre, a filha era pobre, a governanta era pobre, o mordomo era pobre, o motorista, o jardineiro, a cozinheira, a copeira e as arrumadeiras eram todos pobres...
É isso que Marta deve entender de pobres tão absurda que é sua proposta. Talvez seja uma forma de diminuir a violência contra os turistas: ladrão não assalta pobre. (G.S.)
Leia Marta Suplicy planeja estimular ‘turismo de pobre’ Josias de Souza clicando “Texto Completo”
A nova ministra do Turismo, Marta Suplicy, só toma posse na próxima sexta-feira (23). Mas já começou a esboçar os planos que deseja pôr em prática. Um deles é a criação de um programa de estímulo ao turismo de famílias pobres. Outro é a implementação de um plano para melhorar a recepção de turistas estrangeiros nos portos e nos aeroportos brasileiros.
Os planos de Marta são embrionários. Foram esmiuçados pela nova ministra em conversas que ela manteve com petistas que seguem a sua liderança. A execução dependerá da disponibilidade orçamentária do ministério. Para 2007, a pasta do Turismo dispõe de R$ 1,8 bilhão. E Marta deixa claro que deseja preservar as iniciativas já adotadas por seu antecessor, Walfrido Mares Guia.
Em privado, Marta diz que pretende transformar o Turismo num “brinco” do segundo mandato de Lula. Deseja marcar sua passagem por Brasília pela inovação e pelo ineditismo. Quer fazer uma administração de impacto. Daí a intenção de instituir um programa de estímulo às viagens de lazer de famílias de baixa renda.
Não há, por ora, planos escritos. As idéias de Marta foram apenas verbalizadas em timbre informal. O que não a impedir de descer aos detalhes. Planeja, por exemplo, promover parcerias com sindicatos e escolas públicas, para patrocinar viagens de trabalhadores e de estudantes carentes, acompanhados das respectivas famílias, a localidades que, a despeito do potencial turístico, são pouco visitados.
Menciona a hipótese de abrir linhas de crédito para financiar viagens de turistas de baixa renda. Fala também em fazer convênios com governos estaduais e municipais para estimular o turismo interno.
Outra prioridade de Marta é a melhoria da infra-estrutura turística do país. Acha, por exemplo, que os principais portos do país estão desaparelhados para recepcionar o movimento de turistas, tonificado nos últimos anos pelo grande afluxo de navios estrangeiros à costa do Brasil. Preocupa-se ainda com a recepção de turistas estrangeiros que visitam o Brasil.
Informalmente, Marta manifesta a intenção de estimular a preparação de jovens para receber turistas de outros países nos aeroportos e nos portos. É, a seu juízo, um mercado ainda inexplorado, que poderia oferecer novas oportunidades de empregos a estudantes bilíngües. Neste caso, os planos de Marta dependem da boa vontade de outras áreas do governo.
A administração dos Portos é uma atribuição do ministério dos Transportes. Passará para uma outra repartição, caso Lula leve adiante a intenção de criar a Secretaria de Portos, a ser entregue a Pedro Brito (PSB), ex-ministro da Integração Nacional. A estatal que administra os aeroportos, Infraero, pende do organograma da pasta da Defesa.
Nos seus diálogos reservados, Marta mostra-se obstinada em concentrar-se nas atividades que lhe foram confiadas por Lula. Diz que vai evitar a todo custo a emissão de opiniões sobre assuntos que não lhe digam respeito. Pretende também se esquivar das disputas internas pelo controle do comando do PT. Sua prioridade é dar visibilidade à pasta do Turismo, hoje uma pasta considerada periférica

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