Por Laurence Bittencourt Leite, jornalista
O ensino brasileiro é da pior qualidade, segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação. O Nordeste é o lanterninha nesse quadro alarmante. Exatamente o Nordeste onde Lula tem maioria absoluta. Pois é: Lula vive dessa pobreza e miséria, mas diz que quer acabar com ela. Ele quer dar bolsa família para tê-los na mão. A independência ainda é um fato por acontecer nesse país. E só aconteceria quando as pessoas não precisassem mais de governos. Ou seja, pela iniciativa privada. Mas nenhum político quer isso.
Mas se tivéssemos educação Lula jamais seria presidente. E ele agora, como sempre, para colocar a culpa em qualquer coisa, ou no passado, menos nele ou no governo dele, diz que a educação é prioridade. Mas como? Depois de quatro anos? Lula é um demagogo. Mas dizer isso em um país de analfabeto é chover no molhado. Não adianta. A popularidade de Lula é proporcional ao tamanho do nosso analfabetismo, que ele diz querer combater. Tomara. Pois só assim, nos veríamos longe de sua demagogia. Por falar nisso, Lula estaria em que nível se tivesse que fazer os testes educacionais?
Mas cabe outra perguntinha diante dos dados divulgados pelo Ministério da Educação: de quem é a culpa pelo nosso alarmante atraso educacional? Os políticos claro, responsáveis pelas “políticas” educacionais, não querem assumir a culpa, e jogam a culpa no “capitalismo”. Pode? A culpa única e exclusivamente é dessa classe política abjeta. Cuja única preocupação é com política. E ainda alguns “comentaristas” políticos adoram dizer que para melhorar a nossa educação falta “vontade política”. Jesus! É o contrario. Nós só temos vontade política. Quando eles esquecessem a política, a coisa melhoraria.
Paradoxalmente, os políticos vivem desse desastre educacional, que eles dizem querer melhorar. Nunca. Nunquinha. Até quando, ó Jesus! Até quando?
Um comentário:
Adriana,
Maiakovski, poeta russo, "suicidado" após a revolução de Lênin escreveu, ainda no início do século XX:
«Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.»
Depois de Maiakovski:
«Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso; eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso; eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.»
[Bertold Brecht (1898-1956)]
«Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram ejá não havia mais ninguém para reclamar.»
[Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas ]
«Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...»
[Cláudio Humberto, em 09/Fev/2007]
O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski. O incrível é que mais de cem anos após, ainda estejamos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e nos deixam, como meros cidadãos, apenas os ossos roídos e o direito ao silêncio ― porque a palavra, há muito se tornou inútil…
― O QUE NÓS ESTAMOS FAZENDO, E, ATÉ QUANDO?
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