4 de mai. de 2007

Inversão de Valores

Uma pesquisa feita pelo Laboratório de Análise da Violência, da Universidade do Rio de Janeiro, especialmente na favela da Rocinha, concluiu que muitos moradores sentem a presença da polícia como um risco maior para as suas vidas que para os traficantes.
Significativa é a opinião do presidente da Federação das Favelas do Rio de Janeiro:
"Nenhuma das duas situações é boa, mas acaba que a guerra entre bandidos é menos perigosa para os moradores. Quando a briga fica entre eles (criminosos), a gente quase não ouve falar que morreu um trabalhador. Já a incursão policial não tem hora para aparecer. Geralmente é à luz do dia, quando as pessoas saem para o trabalho e crianças vão para a escola. Muitas vezes, os policiais entram na favela atirando e as pessoas não têm nem tempo de se proteger".
Este é o resultado de 25 anos de abandono com relação à segurança pública, numa demonstração de descaso ao contribuinte e ao próprio policial.
A cidade tem uma polícia abandonada à sua sorte, aviltada e sem o devido equipamento, por isso mesmo corrupta.
A problema da violência no Rio de Janeiro, chegou a esse ponto em um quarto de século e não poderá ser resolvido de um dia para outro com uma simples canetada, muito menos terminando com as operações policiais, ou colocando-se o exército nas ruas, mas com um verdadeiro programa, de ações emergenciais, curto prazo e de consolidação, médio e longo prazo.
Qualquer coisa fora disso é conversa mole para criança dormir com fome. (G.S.)
(*) a foto mostra estudantes fugindo do fogo cruzado entre policiais e bandidos

Leia a matéria na Tribuna da Imprensa online.

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