23 de mai. de 2007

O mensalão dois

Por Laurence Bittencourt Leite, jornalista

Da mesma que forma que se diz que a Segunda Guerra foi uma continuação da Primeira, assim também o Plano Navalha ou Operação Navalha com seus desdobramentos escandalosos de corrupção também é uma continuação do Mensalão.
Zuleido é o novo Marcos Valério, e a compra de políticos uma continuação do escândalo anterior. Claro, já sabemos as desculpas dos petistas e principalmente de Lula: nunca se apurou tanto nesse país. Eles irão capitalizar os “devidendos positivos”. Mas melhor seria dizer: nunca se roubou tanto nesse país. Como nunca houve, e, sob a batuta do PT.
A mim nenhuma surpresa. É da natureza do PT e de todos os partidos ditos de esquerda a corrupção, a demagogia, a censura, a proibição, etc. Mais uma vez foi a Rede Globo de Televisão quem teve o mérito de divulgar tudo isso. Nesse sentido, é possível dizer hoje, a Globo fez muito certo em ter colocado para fora o agora Ministro Franklin Martins dos seus quadros e devemos a Diogo Mainardi ter exposto a relação doentia e incestuosa (o que anda cheio por esse país) do jornalista com o poder. Era escândalo como esse da Gautama, que certamente Franklin Martins preferia abafar e encobrir.
Ele agora está em casa! Pode fazer isso às claras (ou às escuras, quem sabe) ao fazer parte direta do governo. O PT, continuo dizendo, é a maior excrescência já surgida na política desse país. E era previsível o nível de corrupção. Falei disso antes mesmo de Lula (já eleito) assumir o cargo. Não acredito, sob nenhuma hipótese em pensamento esquerdista. Mas ele sobrevive fincado na América Latina.
Somos filhos da Europa Latina, a mesma que produziu a Contra Reforma, que reinstituiu a censura prévia a livros na Idade Média, a perseguição, o Santo Oficio que levaram muitos a serem queimados vivos na fogueira. Essa a nossa raiz. Autoritária sob todos os ângulos. Afinal o fundador da Companhia de Jesus, o padre Inácio de Loyola fora um ex-militar, que obteve do Papa autorização para fazer confissões e ministrar o perdão dos pecados.
Bom, o escândalo que resultou da operação navalha é o mensalão dois. Podem apostar que muitos da “alta” cúpula petista está envolvida. As defesas começarão. Já começaram, a partir da desculpazinha esfarrapada do governador Jacques Wagner, alegando que quando assumiu o governo, convidou a Ministra Dilma para ajudar na transição e disse que ia levar ela a um passeio: “a ministra veio aqui no final do ano passado para me ajudar na transição de governo e eu tinha prometido a ela que iríamos passear. Como eu não tenho lancha - lembra Wagner - pedi a um amigo para me conseguir uma e ele disse que teria como alugar”.
O amigo que Wagner menciona é o ex-marido da mulher dele (de Wagner), Guilherme Sodré, que disse que tinha como arranjar uma Lancha alugada. Explicação final do governador da Bahia: “Sou amigo dele, disse Jacques Wagner, há vinte anos, mas só ontem (domingo), quando voltei da Argentina, ele veio me dizer que não foi aluguel, que pediu a lancha emprestada”. Pediu claro, a Zuleido. Eta PT!

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