30 de mai. de 2007

Ordem E Progresso

Por Peter Wilm Rosenfeld

Nossa bandeira foi projetada em 1889 por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, sendo o lema Ordem e Progresso sugerido por Benjamin Constant, que a extraiu da fórmula do Positivismo, “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. Em sua forma original foi adotada em 19 de novembro de 1889, por Decreto-Lei.
A única alteração que sofreu de lá para cá foi na quantidade de estrelas, a fim de que as mesmas sempre refletissem a quantidade de estados, sendo a superior representativa do Distrito Federal.
A lembrança ao significado da bandeira me veio ao tomar conhecimento, a cada dia, de mais uma das ações totalmente contrárias ao lema Ordem e Progresso.
Apenas para citar as recentes, não necessariamente na ordem em que ocorreram, temos:
- A invasão da Câmara dos Deputados, liderada pelo desprezível Bruno Maranhão, por uma horda de baderneiros, que quebraram e destruíram instalações e equipamentos da Câmara. Ninguém foi punido; nós (o povo) pagamos os prejuízos.
- A invasão de instalações da Aracruz Celulose, no RGS, em que foram destruídas milhares de mudas de eucaliptos e de outras espécies, que estavam sendo analisadas para fins de se obter a melhoria genética das mesmas. Os (ou as) baderneiros pertenciam a um desses grupelhos malucos, como o são a Via Campesina, o MST, e outros tantos.
- A invasão das instalações da Usina de Tucuruí, por outros grupos de baderneiros, ameaçando danificar/destruir equipamentos de controle e outros.
- A invasão da Reitoria de USP, igualmente por baderneiros, alguns se dizendo estudantes, que ainda continuam lá (já há mais de três semanas).
- As constantes invasões de fazendas por tresloucados do MST, sempre liderados por facínoras (os João Pedro Stédiles, José Rainhas, etc.) cujo único interesse real é prejudicar os produtores.
A relação seria interminável.
O traço comum em todas elas é que as ordens judiciais de reintegração de posse nunca são acatadas, os prejuízos materiais nunca são ressarcidos e, contrariamente a muitos outros países, em que as polícias agem com absoluto rigor para sufocar os movimentos e acabar com as depredações, aqui no Brasil é raro isso acontecer.
Se a polícia entrasse com o vigor e a energia necessários, certamente haveria feridos (talvez alguns mortos), e isso seria um prato cheio para os que defendem os “direitos humanos”(esquecendo que desumanos são os baderneiros...)
Pergunto, então: onde está a ORDEM que nossa bandeira apregoa? A ordem não existe, é letra morta.
E será que pelo menos algum desses movimentos, arruaças e similares traz algum PROGRESSO, individual ou coletivo? Duvido muito. Ao contrário, tenho certeza de que todos representam um forte retrocesso, quer na situação pessoal da grande maioria dos que se deixam levar e participam dos movimentos, quer para a sociedade e para o Brasil em geral, se não por outro motivo, pelo fato de criar uma enorme insegurança, não só em nós, brasileiros de bem e cumpridores de seus deveres, como nos estrangeiros eventualmente interessados em investir no País.
E quem são os culpados por isso?
Em primeiro lugar, as autoridades, que não agem com o necessário rigor para responsabilizar os que causam o mal. Como já mencionei, os líderes não são punidos; os danos materiais não são cobrados, ninguém vai para a cadeia. Com que moral fica um juiz que determina e reintegração de posse e vê sua decisão não ser cumprida?
Em segundo lugar as leis. Se existirem, não são cumpridas, respeitadas. Em muitos casos, datam de muitos anos, estando completamente em desacordo com a atualidade. Acabam até sendo motivo de chacota !
Também culpados são os líderes desses movimentos, cuja única virtude é saber explorar a ignorância da massa de nossa população, em que alguns acreditam no que lhes é dito, outros sequer sabem o que está acontecendo e se deixam levar “na onda”. Note-se que, em muitos casos, os líderes vivem muito bem, obrigado (como é o caso do notório Sr. Bruno Maranhão), alimentam-se do bom e do melhor (é muito raro encontrar-se um líder mal nutrido !), bem ao contrário das massas que conseguem arregimentar.
Também culpados somos nós, cidadãos de bem, que estamos permitindo essa contínua deterioração da situação do País.
Finalmente, culpados igualmente os políticos, que dão cobertura a todos essas arruaças. Entre esses se encontram membros dos três poderes constituídos, visando a se projetarem como se fossem eles os que realmente cuidam dos pobres, ou injustiçados e tantos outros.

Nenhum comentário: