Por Giulio SanmartiniO deputado Paulo Rocha (PT-PA), na legislatura passada foi pilhado no chamado escândalo do “Mensalão” e confessou ter recebido dinheiro do “valerioduto”, na época renunciou para não ter seu mandato cassado. Com a falta de vergonha que vem caracterizando o poder Legislativo, tornou a candidatar-se e foi reeleito.
Ontem o Conselho de Ética (e ponha ética nisso) resolveu arquivar o processo de cassação que corria contra ele. O relator Paulo Piau (PMDB-MG), explicou que o deputado já havia sido absolvido pelo voto popular. Todos os componentes do Conselho concordaram com ele a exceção do deputado Ruy Pauletti (PSDB-RS).
O autor da representação contra Paulo Rocha, deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), declarou indignado: ““O Conselho de Ética está cumprindo as formalidades de legitimar a compreensão de impunidade que ele já tinha aprovado ao responder a consulta feita pelo PMDB, PT, PR e PP, dizendo que se a pessoa é eleita e o povo tinha plena noção de quem estava votando, ninguém pode questionar o voto que a pessoa recebeu na eleição. É curioso porque o Conselho de Ética foi rigoroso na legislatura passada e teve várias decisões questionadas em Plenário e agora nem precisa ser questionado. Isso é deprimente e desestimula novas representações. Há um acordo tácito, uma cultura da página virada e para mudar isso só a consciência do voto popular, mas isso aí só será possível para a próxima legislatura.”
A impunidade que os deputados e senadores estão implantando no poder que representam é de tal forma escandaloso que não poderá continuar. Parece que eles ainda não perceberam que agindo assim sentaram-se numa bom a relógio?
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