1 de jun. de 2007

Dois Funerais

Por Giulio Sanmartini

Outro dia divulguei a notícia, que cada trabalhador brasileiro tem que dispor de 4 meses por ano de seu salário para pagar impostos, taxas e outras posturas. Esse pagamento deveria ser para que tivesse um aposentadoria digna, que não tem; um serviço de saúde pública confiável, que não tem; uma educação efIciente, que não tem, uma segurança pública que lhe dê tranqüilidade, que também não tem. Pode até parecer uma inverdade, mas existe algo pior, cada cidadão que compões a população ativa brasileira paga por ano R$ 550,00, para que as empreiteiras possam corromper o poder público. É isso mesmo, pagam para que os preços das obras públicas sejam superfaturados e dessa forma possa circular a corrupção, em poucas palavras, pagam para serem roubados. Nesses desmedidos peculatos, vão para o ralo algo com R$ 40 bilhões anuais
A essa “categoria” de corruptores pertence o lobista Cláudio Gontijo, o grande amigo do presidente do Senado Renan Calheiros, que salvo prova em contrário, tem parte de suas contas pagas por Gonijo.
Calheiros tem se distinguido como o “amigo” e grande aliado dos presidentes, não interessando a que partido ou ideologia pertençam. Ele quer e ficar perto do cofre, onde se guarda o dinheiro público, agarrado como um marisco nos escolhos. As explicações que tem dado sobre suas promiscuas relações são confusas e soam arranjadas, preparadas por quem é pego em falta, não convencem nem seus correligionários, que para blindá-lo de qualquer punição que a verdade poderá causar-lhe, começaram por escolher como presidente do Conselho de Ética e Decoro do Senado, Sibá Machado, senador “biônico” pelo PT do Acre e grande amigo de Renan. Este mostrou logo sem pejo, ao que veio, de saída adiou para a próxima semana a discussão sobre a representação protocolada pelo PSOL contra Renan, por quebra de decoro parlamentar. Depois, sendo procurado pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) e o senador José Neri (PSOL-PA) Sibá recusou recebê-los, dando a esfarrapada desculpa que estava em reunião. O dois fatos levaram um comentário irônico do senador Heráclito Fortes (DEM-PI) fazendo uma referência a primeiro profissão de Sibá, a de coveiro: “agora, no Conselho, volta a desempenhar a função".
Com um detalhe ao enterrar a representação contra Renan Calheiros, Sibá, ao mesmo tempo estará abrindo a cova para enterrar o combalido prestígio do Senado.

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