Por Giulio Sanmartini
Parecia que a maré ruim do senador Renam Calheiros havia-se esgotado, ontem noticiei (Pouca Gente) que um radialista de Pernambuco, de alcunha Bocão, em seu programa denunciara que um pecuarista pernambucano, havia emprestado 500 reses ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para fazer número e enganar qualquer inspeção. Uma vez que Renan havia justificado com venda de gado o ter recursos suficientes para pagar a pensão alimentícia da filha, que tem fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso.
Essa história passou mais ou menos batida, mas para reforçá-la, a Folha de São de hoje, noticia que: Moradores de Murici (60 km de Maceió), terra natal do clã Calheiros, disseram ter visto na semana passada ao menos quatro carretas transportando bois em direção às fazendas do senador Renan Calheiros e de seu irmão Olavo Calheiros (PMDB-AL), deputado federal.
"As carretas tinham dois andares e estavam cheias de bois. Era tanto boi que o movimento me chamou a atenção e comentei com o meu pai", disse Simone Gomes da Silva. O pequeno bar onde Simone da Silva trabalha fica a menos de 15 metros da estrada que leva às fazendas dos Calheiros.
"Eu também vi as carretas transportando os bois na cidade", disse o servidor público Antônio Barros.
A coisa estava nesse pé, quando estourou outra bomba, essa atômica. Ao ser acusado que Cláudio Gontijo pagava suas contas Renan disse que este último não era de fato seu provedor, mas era um elemento de ligação entre ele e sua ex amante Mônica.
Todavia nessa segunda feira é que a bomba desganchou-se: foram entregues pelo advogado de Mônica seis CDs ao Conselho de Ética do Senado. Tratam-se de diálogos gravados em março de 2005 entre Mônica e Gontijo, que ela os fez para que o senador reconhecesse a paternidade de sua filha. Num trecho, que foi ao ar no Jornal Nacional de ontem, pode-se entender que Renan pedia dinheiro a Gontijo:
“Mônica : - É que ele (Renan) não tem noção de quanto custas as coisas.
Gontijo: - Igual , o cara (Renan) eu já te falei, você não acredita, parece brincadeira. O cara é uma toupeira. Agora, por exemplo, nessa eleição, foi o filho, foi o irmão e um cara que ele inventou lá, fica pedindo voto para ele. Uma toupeira, não um médico.
M: - Eu sei, porque li nos jornais que o cara é um poste.
G: - Não tinha jeito de ser ele. Esse cara saiu pedindo. Esse car foi para a runa no meio dos carros, num sol de rachar, pregando adesivos, pedindo pra Deus e todo o mundo.
M: - Pagar a conta.
G: - To te falando. ‘Cláudio arruma aí, pede emprestado’. Não dá pô, como? Ele não tem. Tem uma fazenda lá. Não tem empresa nenhuma que eu saiba.”
Renan foi ontem falar com o presidente Lula, depois quase chorando implorou aos jornalista.: “Respeitem meu sofrimento, não quero mais falar sobre isso, minha família já sofreu demais! Pelo amor de Deus, pelo amor de Deus! Isso é uma questão de minha intimidade, uma coisa privada”.
Então o senador quando estava relaxando e gozando, para usar um termo bem atual, relava-se se a família ia sofrer ou não. Depois, se para reparar sua intimidade usou o dinheiro público, o assunto deixa de ser uma coisa privada e passa a ser pública.
Do encontro, Lula determinou que a bancada petista desse apoio a Calheiros, externando sua preocupação com a situação do Senado, haja vista, que Renan tem um papel importante na aliança política e que sua saída poderia preocupar problemas de governabilidade. Quer dizer que para Luiz Inácio Lula da Silva, dana-se a ética, a moral, a honestidade, o que vale para ele é a “sua governabilidade”.
Tristes tempos.
Como se não bastasse, Renan Calheiros, ao deixar a reunião criticou o Conselho de Ética dizendo: “Não adiante o Conselho de Ética fingir que está cumprindo o seu papel e não fazê-lo na plenitude e ficar essa “zona cinzenta”.
Foi ele quem transformou o Senado em zona, não a cinzenta mas, a do Mangue. A merda em que ele se atolou a está jogando de pá no ventilador de teto girando na velocidade máxima, quem não pular fora, não é que ficará respingado, será totalmente atingido pelo pútrido material fecal..
A situação do Brasil a cada dia se torna mais insustentável.
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