Por Laurence Bittencourt Leite
Qualquer pessoa decente deve assistir ao filme “O último rei da escócia”. O filme é sobre a chegada ao poder na Uganda, África, de Idi Amin Dadá (interpretado brilhantemente por Forest Whitaker - foto), em 1971. Amin era chefe do exercito do governo de Milton Obote, um civil, quando promove um golpe de Estado assumindo o país.
Após um pequeno período de moderação, dar inicio a um dos mais sangrentos e brutais regimes, dizimando a oposição e quem lhe interferisse o caminho. O número de execuções praticadas pelo ditador de Uganda ultrapassou os mais de 300 mil pessoas.
Mas se o filme diz respeito à Uganda, na verdade também cai como uma luva pelo antro de corrupção espalhado por esse Brasil. O que chama atenção no filme, extraído da realidade, é a aclamação do povo quando da chegada ao poder de Idi Amin. A imensa esperança depositada numa pessoa, que promete vida nova, tempo novo, ou seja, estradas, construção de escolas e outros serviços para a população carente.
O filme escrito por Kevin Macdonald baseado no romance de Giles Foden, é dramatizado pelo olhar de Nicholas Garrigan (interpretado por James Macvoy), médico escocês recém formado que vai tentar exercer sua profissão na África com o objetivo de ajudar a miséria daquela gente, mas que vira médico particular do ditador. O filme relata com força indelével a tragédia e as guerras fraticidias tribais daquela gente.
Fazia tempo que não via uma história tão parecida com a do povo brasileiro e de todas as promessas feitas, desde o surgimento da “Nova República” para depois desaguar em corrupção, descaso e bandidagem como vemos hoje. Há um dialogo logo no inicio do filme entre o jovem médico e a esposa de outro medico voluntário, onde ao perceber o entusiasmo de Nicholas Garrigan que acaba de chegar pela pessoa de Idi Amim e suas promessas, ela afirma realisticamente: “já estamos a tempo aqui, e sempre ocorre o mesmo. Com pouco tempo a economia do país passa a fazer parte da conta corrente do ditador”. Não dá em outra.
O filme tem outro mérito, além de ser muito bem feito, que é o de não acentuar apenas o lado cruel do ditador, e com isso não se torna panfletário. Idi Amim chega ao poder em 1971 e seu governo perdura até 1979, quando é derrubado por outro golpe de estado. As forças tribais e arcaicas, a chegada ao poder de uma personalidade que parece encarnar o Messias que irá resolver o problema da vida das pessoas (como se a vida não pertencesse a cada uma das pessoas), passa a ter uma representação muito forte do que ocorre na América Latina como um todo.
A brutalidade, a miséria, a falta de entendimento do que seja a civilização, a falta de entendimento e da utilização do que seja a ciência, a partir da medicina, são fatos que falam por si e aproximam tanto o continente africano da América Latina. Vale a pena conferir. Se o cinema pode trazer alguma lição e ensinamento ao mundo, “O último Rei da Escócia” é um desses exemplos.
Qualquer pessoa decente deve assistir ao filme “O último rei da escócia”. O filme é sobre a chegada ao poder na Uganda, África, de Idi Amin Dadá (interpretado brilhantemente por Forest Whitaker - foto), em 1971. Amin era chefe do exercito do governo de Milton Obote, um civil, quando promove um golpe de Estado assumindo o país.
Após um pequeno período de moderação, dar inicio a um dos mais sangrentos e brutais regimes, dizimando a oposição e quem lhe interferisse o caminho. O número de execuções praticadas pelo ditador de Uganda ultrapassou os mais de 300 mil pessoas.
Mas se o filme diz respeito à Uganda, na verdade também cai como uma luva pelo antro de corrupção espalhado por esse Brasil. O que chama atenção no filme, extraído da realidade, é a aclamação do povo quando da chegada ao poder de Idi Amin. A imensa esperança depositada numa pessoa, que promete vida nova, tempo novo, ou seja, estradas, construção de escolas e outros serviços para a população carente.
O filme escrito por Kevin Macdonald baseado no romance de Giles Foden, é dramatizado pelo olhar de Nicholas Garrigan (interpretado por James Macvoy), médico escocês recém formado que vai tentar exercer sua profissão na África com o objetivo de ajudar a miséria daquela gente, mas que vira médico particular do ditador. O filme relata com força indelével a tragédia e as guerras fraticidias tribais daquela gente.
Fazia tempo que não via uma história tão parecida com a do povo brasileiro e de todas as promessas feitas, desde o surgimento da “Nova República” para depois desaguar em corrupção, descaso e bandidagem como vemos hoje. Há um dialogo logo no inicio do filme entre o jovem médico e a esposa de outro medico voluntário, onde ao perceber o entusiasmo de Nicholas Garrigan que acaba de chegar pela pessoa de Idi Amim e suas promessas, ela afirma realisticamente: “já estamos a tempo aqui, e sempre ocorre o mesmo. Com pouco tempo a economia do país passa a fazer parte da conta corrente do ditador”. Não dá em outra.
O filme tem outro mérito, além de ser muito bem feito, que é o de não acentuar apenas o lado cruel do ditador, e com isso não se torna panfletário. Idi Amim chega ao poder em 1971 e seu governo perdura até 1979, quando é derrubado por outro golpe de estado. As forças tribais e arcaicas, a chegada ao poder de uma personalidade que parece encarnar o Messias que irá resolver o problema da vida das pessoas (como se a vida não pertencesse a cada uma das pessoas), passa a ter uma representação muito forte do que ocorre na América Latina como um todo.
A brutalidade, a miséria, a falta de entendimento do que seja a civilização, a falta de entendimento e da utilização do que seja a ciência, a partir da medicina, são fatos que falam por si e aproximam tanto o continente africano da América Latina. Vale a pena conferir. Se o cinema pode trazer alguma lição e ensinamento ao mundo, “O último Rei da Escócia” é um desses exemplos.
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