O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, dentro de uma conduta patológica, tem a certeza que sua chegada ao poder foi por vontade divina. Por esse motivo ele acha e age como se fosse o melhor do mundo, caso assim não fosse, o escolhido seria outro.
No lançamento do Plano Nacional do Turismo, sua fantasia messiânica chegou ao clímax, como faz ver Augusto Nunes (veja matéria completa clicando em “Leia mais”): “O apagão aéreo não existe mais, informou Lula no fantástico discurso de improviso que, providenciadas as correções ortográficas e gramaticais de praxe, um García Márquez subscreveria animadamente. Desde o ultimato presidencial formulado há três meses, os aviões voltaram a partir e chegar na hora combinada. Não faltam vôos, portanto. Depois do enquadramento de meia dúzia de rebeldes, também não faltam controladores. Do pouco que falta - uma pista aqui, um equipamento ali - o PAC já está cuidando. O que falta é passageiro, explicou Aquele-que-tudo-sabe-e-tudo-vê. Só isso.”
No lançamento do Plano Nacional do Turismo, sua fantasia messiânica chegou ao clímax, como faz ver Augusto Nunes (veja matéria completa clicando em “Leia mais”): “O apagão aéreo não existe mais, informou Lula no fantástico discurso de improviso que, providenciadas as correções ortográficas e gramaticais de praxe, um García Márquez subscreveria animadamente. Desde o ultimato presidencial formulado há três meses, os aviões voltaram a partir e chegar na hora combinada. Não faltam vôos, portanto. Depois do enquadramento de meia dúzia de rebeldes, também não faltam controladores. Do pouco que falta - uma pista aqui, um equipamento ali - o PAC já está cuidando. O que falta é passageiro, explicou Aquele-que-tudo-sabe-e-tudo-vê. Só isso.”
NO CÉU DO PODER NÃO EXISTE APAGÃO
Por Augusto Nunes
Em meados do anos 30, ao discursar na festa de aniversário do ditador Rafael Trujillo, o professor universitário Joaquín Balaguer formulou a tese que lhe garantiria a liderança no ranking dos delfins do regime - além de um verbete na História Universal da Servidão. O aniversariante, informou o orador já no segundo parágrafo, não fora conduzido ao poder pelos braços dos militares. Chegara lá pelas mãos de Deus.
Até o início do século, explicou Balaguer, o Criador cuidara pessoalmente dos assuntos dominicanos. Sem tempo para cuidar simultaneamente de tantas paragens complicadas, Ele resolvera descentralizar a administração, começando por aquela republiqueta bananeira. E então criou Rafael Trujillo. Esperou que o sucessor ficasse no ponto, dissimulou o grandioso evento com uma quartelada de quinta e entregou ao escolhido a tarefa de cuidar da República Dominicana.
O Generalíssimo gostou do que ouvira. Sempre se achara onisciente e onipotente. Graças a Balaguer, descobriu que eram marcas de nascença, coisa de enviados da Divina Providência. Gente assim tudo sabe, tudo vê. E tudo pode. Todos selecionados pelo Altíssimo ao fim de demoradas e solitárias reflexões, vieram para salvar a pátria estremecida.
Lula nem precisou de um Joaquín Balaguer para alojar-se numa das malocas habitadas pela tribo dos homens providenciais. Entre a versão dominicana e a brasileira, convém ressalvar, existem diferenças abissais. Trujillo foi um tiranete boçal, um assassino patológico. Lula é um presidente reeleito pelo povo, aceita o convívio dos contrários, assimilou os valores da democracia e só abate adversários nas urnas. Mas há semelhanças entre ambos, algumas bastante perturbadoras.
A mais aflitiva decorre da certeza, assimilada por Lula já no primeiro mandato, de que não há ninguém melhor entre os homens da terra. Se houvesse, não seria ele o escolhido. Essas fantasias messiânicas, escancaradas há pelo menos quatro anos pelo presidente brasileiro, chegaram ao clímax neste fim de outono, durante a festa de lançamento do Plano Nacional de Turismo.
O apagão aéreo não existe mais, informou Lula no fantástico discurso de improviso que, providenciadas as correções ortográficas e gramaticais de praxe, um García Márquez subscreveria animadamente. Desde o ultimato presidencial formulado há três meses, os aviões voltaram a partir e chegar na hora combinada. Não faltam vôos, portanto. Depois do enquadramento de meia dúzia de rebeldes, também não faltam controladores. Do pouco que falta - uma pista aqui, um equipamento ali - o PAC já está cuidando. O que falta é passageiro, explicou Aquele-que-tudo-sabe-e-tudo-vê. Só isso.
Os vôos internos carecem de viajantes por culpa dos jornalistas. "O que a gente vê de bonito na imprensa? Não tem", perguntou e respondeu o homem que derrotou o apagão. "Se fala em Pernambuco, é morte. Se fala do Ceará, é morte. Quem lê essas coisas acha melhor botar o cuecão e ficar em casa". Mas Lula tem o remédio até para essa indolência de samba-canção. "A mulher precisa acordar o marido e dizer: 'Vamos, amorzinho'. Aí ele vai para o aeroporto".
E como aumentar o volume de turistas estrangeiros? "É só o brasileiro parar de falar mal do Brasil no exterior", receitou o doutor em tudo. "O suíço fala bem da Suíça, o francês fala bem da França. Brasileiro é o único que faz o contrário". Esse defeito de fabricação só não se estende aos comentários sobre as mulheres da terra. São as mais bonitas do mundo, repete a brasileirada em trânsito. Também por isso, o turismo sexual não pára de crescer. Deverá alcançar cifras espantosas com a campanha lançada pela ministra Marta Suplicy.
Relaxar e gozar? É tudo o que essa turma quer.
Por Augusto Nunes
Em meados do anos 30, ao discursar na festa de aniversário do ditador Rafael Trujillo, o professor universitário Joaquín Balaguer formulou a tese que lhe garantiria a liderança no ranking dos delfins do regime - além de um verbete na História Universal da Servidão. O aniversariante, informou o orador já no segundo parágrafo, não fora conduzido ao poder pelos braços dos militares. Chegara lá pelas mãos de Deus.
Até o início do século, explicou Balaguer, o Criador cuidara pessoalmente dos assuntos dominicanos. Sem tempo para cuidar simultaneamente de tantas paragens complicadas, Ele resolvera descentralizar a administração, começando por aquela republiqueta bananeira. E então criou Rafael Trujillo. Esperou que o sucessor ficasse no ponto, dissimulou o grandioso evento com uma quartelada de quinta e entregou ao escolhido a tarefa de cuidar da República Dominicana.
O Generalíssimo gostou do que ouvira. Sempre se achara onisciente e onipotente. Graças a Balaguer, descobriu que eram marcas de nascença, coisa de enviados da Divina Providência. Gente assim tudo sabe, tudo vê. E tudo pode. Todos selecionados pelo Altíssimo ao fim de demoradas e solitárias reflexões, vieram para salvar a pátria estremecida.
Lula nem precisou de um Joaquín Balaguer para alojar-se numa das malocas habitadas pela tribo dos homens providenciais. Entre a versão dominicana e a brasileira, convém ressalvar, existem diferenças abissais. Trujillo foi um tiranete boçal, um assassino patológico. Lula é um presidente reeleito pelo povo, aceita o convívio dos contrários, assimilou os valores da democracia e só abate adversários nas urnas. Mas há semelhanças entre ambos, algumas bastante perturbadoras.
A mais aflitiva decorre da certeza, assimilada por Lula já no primeiro mandato, de que não há ninguém melhor entre os homens da terra. Se houvesse, não seria ele o escolhido. Essas fantasias messiânicas, escancaradas há pelo menos quatro anos pelo presidente brasileiro, chegaram ao clímax neste fim de outono, durante a festa de lançamento do Plano Nacional de Turismo.
O apagão aéreo não existe mais, informou Lula no fantástico discurso de improviso que, providenciadas as correções ortográficas e gramaticais de praxe, um García Márquez subscreveria animadamente. Desde o ultimato presidencial formulado há três meses, os aviões voltaram a partir e chegar na hora combinada. Não faltam vôos, portanto. Depois do enquadramento de meia dúzia de rebeldes, também não faltam controladores. Do pouco que falta - uma pista aqui, um equipamento ali - o PAC já está cuidando. O que falta é passageiro, explicou Aquele-que-tudo-sabe-e-tudo-vê. Só isso.
Os vôos internos carecem de viajantes por culpa dos jornalistas. "O que a gente vê de bonito na imprensa? Não tem", perguntou e respondeu o homem que derrotou o apagão. "Se fala em Pernambuco, é morte. Se fala do Ceará, é morte. Quem lê essas coisas acha melhor botar o cuecão e ficar em casa". Mas Lula tem o remédio até para essa indolência de samba-canção. "A mulher precisa acordar o marido e dizer: 'Vamos, amorzinho'. Aí ele vai para o aeroporto".
E como aumentar o volume de turistas estrangeiros? "É só o brasileiro parar de falar mal do Brasil no exterior", receitou o doutor em tudo. "O suíço fala bem da Suíça, o francês fala bem da França. Brasileiro é o único que faz o contrário". Esse defeito de fabricação só não se estende aos comentários sobre as mulheres da terra. São as mais bonitas do mundo, repete a brasileirada em trânsito. Também por isso, o turismo sexual não pára de crescer. Deverá alcançar cifras espantosas com a campanha lançada pela ministra Marta Suplicy.
Relaxar e gozar? É tudo o que essa turma quer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário