Por Ralph J. Hofmann
Algo mais de dez anos atrás desembarcou no Brasil as primeiras máquinas australianas de colher cana. Evitavam queimadas, devolviam ao solo parte dos nutrientes, se pagavam em uma colheita.
Acabariam com aquelas imagens terríveis de homens mulheres e crianças com a pele dilacerada pela cana. Gerariam uma melhoria na categoria de empregos gerados pela cana.
Rapidamente os dois fabricantes da Austrália estabeleceram representações no Brasil e inclusive surgiram pactos para a criação de indústrias locais para produzirem essas máquinas.
Mas alto! Alguém indicou que 350.000 bóias frias ficariam sem emprego. E estabeleceu-se que apenas um certo número dessas máquinas, ínfimo em relação à demanda, entrariam em operação por ano. Ordem informal, sem protocolos, sem lei a respeito, tudo na base da colaboração entre as partes. As queimadas continuariam, protegendo 350.000 bóias frias, mas em detrimento da terra, e da saúde, não só dos próprios bóias-frias como de centenas de milhares de populares residindo na vizinhança dos canaviais, que seguiriam tendo ataques de asma devido à fumaça, acidentes de carro devido à névoa seca, roupa que não podia ser pendurada no varal devido à fuligem, residências no centro de cidades de meio milhão de habitantes com camadas de fuligem sobre os móveis e a comida.
Mais fácil, mais prático, mais barato teria sido criar um fundo para a adaptação dos bóias-frias.
Agora, eis que descobrimos o aquecimento global. A “otoridade” agora dá um ano para que em um estado da união não haja uma só queimada. Muito interessante. Há dez anos usar essas máquinas eram maneiras de o usineiro pressionar o pobre trabalhador. Agora o mesmo produtor de cana tem apenas um ano para deixar de lançar mão a queimadas.
As explicações claras e sucintas dos usuários das máquinas, dos idealizadores das máquinas e dos que as comercializavam não valiam nada há dez anos. Agora são sábias palavras.
Diga-se de passagem, que a produção de cana e o número de bóias frias cresceram no período de dez anos.
Estamos atrasados de novo.
Algo mais de dez anos atrás desembarcou no Brasil as primeiras máquinas australianas de colher cana. Evitavam queimadas, devolviam ao solo parte dos nutrientes, se pagavam em uma colheita.
Acabariam com aquelas imagens terríveis de homens mulheres e crianças com a pele dilacerada pela cana. Gerariam uma melhoria na categoria de empregos gerados pela cana.
Rapidamente os dois fabricantes da Austrália estabeleceram representações no Brasil e inclusive surgiram pactos para a criação de indústrias locais para produzirem essas máquinas.
Mas alto! Alguém indicou que 350.000 bóias frias ficariam sem emprego. E estabeleceu-se que apenas um certo número dessas máquinas, ínfimo em relação à demanda, entrariam em operação por ano. Ordem informal, sem protocolos, sem lei a respeito, tudo na base da colaboração entre as partes. As queimadas continuariam, protegendo 350.000 bóias frias, mas em detrimento da terra, e da saúde, não só dos próprios bóias-frias como de centenas de milhares de populares residindo na vizinhança dos canaviais, que seguiriam tendo ataques de asma devido à fumaça, acidentes de carro devido à névoa seca, roupa que não podia ser pendurada no varal devido à fuligem, residências no centro de cidades de meio milhão de habitantes com camadas de fuligem sobre os móveis e a comida.
Mais fácil, mais prático, mais barato teria sido criar um fundo para a adaptação dos bóias-frias.
Agora, eis que descobrimos o aquecimento global. A “otoridade” agora dá um ano para que em um estado da união não haja uma só queimada. Muito interessante. Há dez anos usar essas máquinas eram maneiras de o usineiro pressionar o pobre trabalhador. Agora o mesmo produtor de cana tem apenas um ano para deixar de lançar mão a queimadas.
As explicações claras e sucintas dos usuários das máquinas, dos idealizadores das máquinas e dos que as comercializavam não valiam nada há dez anos. Agora são sábias palavras.
Diga-se de passagem, que a produção de cana e o número de bóias frias cresceram no período de dez anos.
Estamos atrasados de novo.
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