19 de jun. de 2007

QUOTAS

Ralph J. Hofmann
Sou favorável a um sistema de quotas nas escolas!
Tcham tcham! Todo mundo acordou? Uns dirão que sou amigo dos negros, outros dirão que sou a favor de um racismo invertido, da criação de barreiras raciais.
Não é nada disto.
Sou a favor de uma quota nas escolas melhores do país, desde o ensino básico até a universidade. Não interessa a percentagem. Mas a base não deve ser racial. A base deve ser o puro raciocínio.

Do pré-escolar até a universidade, a cada dois anos Inspetores Gerais deveriam percorrer este país em busca dos talentosos ou dos inteligentes. São duas coisas diferentes. Um sujeito pode ser potencialmente um pianista como Rubinstein sem que tenha pendor para a matemática. Um sujeito pode ter talento para idiomas sem ser capaz de entender física. Mas todos os especialmente dotados deste país deveriam ter sua chance de encontrar um trilho que evite que se percam esses talentos.
Imaginou testar um garoto da favela, um Einstein em potencial, descobri-lo antes de seu envolvimento com drogas ou trombadinhas, tratá-lo como se trata hoje uma Dayane, e ter um campeão do intelecto, estudando com seus pares, com a família tranqüila em bons empregos com casas em áreas seguras? Com as suas comunidades de origem tendo orgulho, não por ter gerado um desportista, mas por dar ao mundo um Doutor em física.
Mas o conceito é descobrir todos os dotados, seja de que classe social. Isso vale uma fortuna como os coreanos e chineses descobriram.
A verdade brasileira, constatada por quantos estudaram nas universidades estatais é que a maioria dos alunos não vem da classe A; Na maioria desses casos esses estudam em universidades privadas caras. Quem passa nas universidades federais são os esforçados. Mas um critério de selecionar os melhores ao longo dos 12 primeiros anos de ensino (nem todos intelectos amadurecem com a mesma idade), em todo o país, nos mangues, nas favelas e nos condomínios valeria por centenas de ITA (a escola de engenharia e não o navio) colocaria mais talentos especiais à disposição da nação. Em termos percentuais não deve sequer ser o mais caro dos projetos. .
Isso evidentemente não libera este ou qualquer governo que o suceder de melhorar o ensino, as condições de acesso, o nível mínimo de cultura do país.

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