Por Laurence Bittencour Leite
O mundo continua sendo um barril de pólvoras, claro, com seu pluralismo que parece o melhor, mas que eu não teria certeza. Há gosto para tudo e todos. Se quisermos o fanatismo teocrático há o oriente. Se quisermos o comunismo radical temos Cuba e adjacências. Se o liberalismo, os EUA. Se o horror, o atraso e degradação humana, a África e América Latina. Se o socialismo espiritual como querem alguns, traduzido por social-democracia, temos a Europa do tipo Suíça, etc.
As divergências, porém, sempre encontraram um ponto em comum no ódio ao capitalismo (liberalismo) e sua expansão tecnológica. Foi por se rebelar contra a democracia, ciência e o avanço tecnológico que em última análise conspirou-se para o surgimento do nazismo e do fascismo. Sei muito bem do instinto de destruição inato apontado por Freud, ou das conseqüências do Tratado de Versalhes, para ver apenas nesses traços o surgimento da 2º Guerra, mas estou tentando uma análise mais sociológica. E nesse sentido, esse ódio ao liberalismo e expansão tecnológica forma o mergulho na loucura, onde o comunismo era apenas o sintoma.
Esse conflito, no entanto, foi explicado brilhantemente na arte, através de livros como “A montanha mágica” e “Morte em Veneza” (fiquemos nesses), ambos de Thomas Mann, e anunciado delirantemente por filósofos como Nietzsche. O ódio ao mundo de massa tecnológico encontrou opositores poderosos, o que levou ao surgimento do nazismo. Estou resumindo compêndios. E claro é possível criticar esse mundo de massas em todo o seu lixo produzido.
O mundo continua sendo um barril de pólvoras, claro, com seu pluralismo que parece o melhor, mas que eu não teria certeza. Há gosto para tudo e todos. Se quisermos o fanatismo teocrático há o oriente. Se quisermos o comunismo radical temos Cuba e adjacências. Se o liberalismo, os EUA. Se o horror, o atraso e degradação humana, a África e América Latina. Se o socialismo espiritual como querem alguns, traduzido por social-democracia, temos a Europa do tipo Suíça, etc.
As divergências, porém, sempre encontraram um ponto em comum no ódio ao capitalismo (liberalismo) e sua expansão tecnológica. Foi por se rebelar contra a democracia, ciência e o avanço tecnológico que em última análise conspirou-se para o surgimento do nazismo e do fascismo. Sei muito bem do instinto de destruição inato apontado por Freud, ou das conseqüências do Tratado de Versalhes, para ver apenas nesses traços o surgimento da 2º Guerra, mas estou tentando uma análise mais sociológica. E nesse sentido, esse ódio ao liberalismo e expansão tecnológica forma o mergulho na loucura, onde o comunismo era apenas o sintoma.
Esse conflito, no entanto, foi explicado brilhantemente na arte, através de livros como “A montanha mágica” e “Morte em Veneza” (fiquemos nesses), ambos de Thomas Mann, e anunciado delirantemente por filósofos como Nietzsche. O ódio ao mundo de massa tecnológico encontrou opositores poderosos, o que levou ao surgimento do nazismo. Estou resumindo compêndios. E claro é possível criticar esse mundo de massas em todo o seu lixo produzido.
Mas quando o cinema surgiu atores esnobes de grande talento como Laurence Olivier torceram o nariz, imputando que seria impossível uma grande interpretação no meio. William Wyler, diretor de cinema, que levou Olivier (a contragosto) a atuar na telinha, discordava e dizia que sim, que era possível grandes interpretações, desde que se descobrisse a formula, a melhor maneira. E ele descobriu, terminando com o próprio Laurence Olivier filmando grandes autores como Shakespeare, isso para a nossa sorte.
Mas o mesmo esnobismo ocorreu também quando do surgimento da televisão. Ou quando surgiu o rádio e o jornal impresso. Ou ainda mais recente (outro campo de batalha) com o surgimento da Internet. Tanto na internet, quanto no cinema, no jornal e Tv se vê de tudo: do lixo ao sublime.
Claro que nossa linha espiritual (cultural) continua tendo como matriz a americana. O que em certos sentidos, claramente, é um erro. Tomemos como exemplo o nosso universo local, aqui em Natal. Temos universidades públicas e privadas, com seus departamentos de artes, por exemplo, e não vemos nunca nenhum dos professores (falo especificamente aqui de Natal, repito) serem convidados, contratados, para fazerem documentários, ou mesmo debaterem sobre teatro, cinema, etc, isso de forma permanente. O que vemos são programas pueris de televisão destinado ao mero entretenimento, e mesmo assim da pior qualidade.
A tradição européia (penso especificamente na inglesa) fugindo corajosamente a essa simples busca de Ibope, arregimentou nos anos 80 e 90 grandes pesquisadores oriundos exatamente das universidades, além de atores, diretores, e fizeram grandes produções (médias também), que vão desde documentários, até a filmagens de peças de teatro. Infelizmente ainda no Brasil só se tem acesso a esse amplo material, gente abastada, que pode dispor de canais fechados. Mas aqui em Natal (é esse o meu desfecho) sequer debatemos esses assuntos na televisão com especialistas ou chamando os professores dos nossos departamentos.
É claro e óbvio, que quando falo isso (isto é, escrevo), não estou pensando em algo isolado, programas isolados, feitos apenas para trazer prestigio às emissoras. De modo algum. Fazer programas, documentários, ou algo nessa linha, implica destinação de verbas, e elaboração de equipes cuja finalidade seja produzir arte de boa qualidade, feito com esmero. Temos jornalistas para isso, professores idem, equipe técnica, além de ser um outro campo de trabalho. Seria uma forma de aproveitar e valorizar nossas inteligências e talentos, de gente que perambula nos corredores de salas de aula, ou de Departamentos de Artes e que podiam ser aproveitados e chamados a participar de algo assim. Fica, mais uma vez, como uma idéia e sugestão, e quem sabe uma fuga ao barril de pólvora social que iniciei falando acima.
laurencebleite@zipmail.com.br
Mas o mesmo esnobismo ocorreu também quando do surgimento da televisão. Ou quando surgiu o rádio e o jornal impresso. Ou ainda mais recente (outro campo de batalha) com o surgimento da Internet. Tanto na internet, quanto no cinema, no jornal e Tv se vê de tudo: do lixo ao sublime.
Claro que nossa linha espiritual (cultural) continua tendo como matriz a americana. O que em certos sentidos, claramente, é um erro. Tomemos como exemplo o nosso universo local, aqui em Natal. Temos universidades públicas e privadas, com seus departamentos de artes, por exemplo, e não vemos nunca nenhum dos professores (falo especificamente aqui de Natal, repito) serem convidados, contratados, para fazerem documentários, ou mesmo debaterem sobre teatro, cinema, etc, isso de forma permanente. O que vemos são programas pueris de televisão destinado ao mero entretenimento, e mesmo assim da pior qualidade.
A tradição européia (penso especificamente na inglesa) fugindo corajosamente a essa simples busca de Ibope, arregimentou nos anos 80 e 90 grandes pesquisadores oriundos exatamente das universidades, além de atores, diretores, e fizeram grandes produções (médias também), que vão desde documentários, até a filmagens de peças de teatro. Infelizmente ainda no Brasil só se tem acesso a esse amplo material, gente abastada, que pode dispor de canais fechados. Mas aqui em Natal (é esse o meu desfecho) sequer debatemos esses assuntos na televisão com especialistas ou chamando os professores dos nossos departamentos.
É claro e óbvio, que quando falo isso (isto é, escrevo), não estou pensando em algo isolado, programas isolados, feitos apenas para trazer prestigio às emissoras. De modo algum. Fazer programas, documentários, ou algo nessa linha, implica destinação de verbas, e elaboração de equipes cuja finalidade seja produzir arte de boa qualidade, feito com esmero. Temos jornalistas para isso, professores idem, equipe técnica, além de ser um outro campo de trabalho. Seria uma forma de aproveitar e valorizar nossas inteligências e talentos, de gente que perambula nos corredores de salas de aula, ou de Departamentos de Artes e que podiam ser aproveitados e chamados a participar de algo assim. Fica, mais uma vez, como uma idéia e sugestão, e quem sabe uma fuga ao barril de pólvora social que iniciei falando acima.
laurencebleite@zipmail.com.br
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