Por Laurence Bittencourt Leite
Uma das melhores definições sobre Ingmar Bergman e seus filmes que já li, como sempre, teve de partir de Paulo Francis. O velho jornalista escrevendo sobre o cineasta disse certa vez que depois de assistirmos qualquer filme de Bergman o caminho ideal era o de entrar numa igreja e rezar. Perfeito.
Bergman conseguiu como poucos cineastas retratar as angústias do homem moderno. Woddy Allen, macaco de auditório do cineasta sueco, dizia que o grande sonho dele era fazer um filme ao estilo de Bergman. Nunca conseguiu. Bergman foi único, apesar de Alen ter lampejos de gênio também.
O primeiro filme que assisti de Bergman, pouquíssimo falado, foi “The Touch”, “O Toque”, mas que foi traduzido no Brasil, nossa mãe, como “A hora do amor”. Um escárnio a tradução do título. Uma tradução piegas que nada tem a ver com a história ou “uma historia de amor”. Bergman jamais foi hollywodiano. Quem estrelava o filme, dois dos maiores atores da história do cinema e que Bergman sabia dirigir como ninguém: Bibi Anderson e Max Von Sydon.
Depois desse filme não parei e vi tudo que pude e que encontrei aqui em Natal nas locadoras. “O ovo da serpente” sobre o “nascimento” do nazismo (a serpente), de uma angústia e brutalidade incríveis. Depois seguiram “Lágrimas e suspiros”, “Morangos silvestres”, “Sonata de outono”, até o singelo e belíssimo filme autobiográfico “Fanny e Alexander”, certamente o filme mais doce do cineasta. “O sétimo selo” apesar de ter sido uma das primeiras filmagens de Bergman, foi um dos últimos que assisti.
Para quem não tem o menor contato com seus filmes, eu recomendo iniciar por “The Touch”. Já recomendei amigos meus iniciar com “Fanny e Alexander” mas o retorno não foi dos melhores, logo, refaço o que disse.
Uma das melhores definições sobre Ingmar Bergman e seus filmes que já li, como sempre, teve de partir de Paulo Francis. O velho jornalista escrevendo sobre o cineasta disse certa vez que depois de assistirmos qualquer filme de Bergman o caminho ideal era o de entrar numa igreja e rezar. Perfeito.
Bergman conseguiu como poucos cineastas retratar as angústias do homem moderno. Woddy Allen, macaco de auditório do cineasta sueco, dizia que o grande sonho dele era fazer um filme ao estilo de Bergman. Nunca conseguiu. Bergman foi único, apesar de Alen ter lampejos de gênio também.
O primeiro filme que assisti de Bergman, pouquíssimo falado, foi “The Touch”, “O Toque”, mas que foi traduzido no Brasil, nossa mãe, como “A hora do amor”. Um escárnio a tradução do título. Uma tradução piegas que nada tem a ver com a história ou “uma historia de amor”. Bergman jamais foi hollywodiano. Quem estrelava o filme, dois dos maiores atores da história do cinema e que Bergman sabia dirigir como ninguém: Bibi Anderson e Max Von Sydon.
Depois desse filme não parei e vi tudo que pude e que encontrei aqui em Natal nas locadoras. “O ovo da serpente” sobre o “nascimento” do nazismo (a serpente), de uma angústia e brutalidade incríveis. Depois seguiram “Lágrimas e suspiros”, “Morangos silvestres”, “Sonata de outono”, até o singelo e belíssimo filme autobiográfico “Fanny e Alexander”, certamente o filme mais doce do cineasta. “O sétimo selo” apesar de ter sido uma das primeiras filmagens de Bergman, foi um dos últimos que assisti.
Para quem não tem o menor contato com seus filmes, eu recomendo iniciar por “The Touch”. Já recomendei amigos meus iniciar com “Fanny e Alexander” mas o retorno não foi dos melhores, logo, refaço o que disse.
A grande preocupação de todo grande artista é entender a alma humana e retratá-la na sua plenitude. Freud o grande desvendador da alma humana disse certa vez que se quiséssemos aprender sobre o ser humano que lêssemos os poetas. E Bergman como todo grande artista foi no intimo um grande poeta.
A sensibilidade moderna, do homem envolto em um mundo de massas, fez de Bergman um protótipo do artista individual. Sendo por isso mesmo acusado pelos comunistas de “burguês” cujo objetivo era o de apenas retratar os conflitos do individuo esquecendo o social. Uma bobagem sem tamanho como muitas das produzidas pelas mentes esquerdistas e seus patrulhamentos. Obvio que obedeciam à velha cartilha stalinista do famoso “realismo socialista”. Algo rigorosamente aprisionador para um artista. Não é à toa que o “realismo socialista” levou a morte poetas como Sierguei Iessênin e Maiakovski. E foi exatamente Trotski que disse a frase perfeita para as exigências e intolerâncias do stalinismo: “nunca se deve cobrar um poema a contragosto”.
Bergman na verdade foi o representante do intelectual moderno. Intelectual não deve ser porta voz de partido político algum. Intelectual sério deve obedecer apenas a sua consciência e a ela responder. Com Bergman morre talvez o último grande representante dessa série, cada vez mais e mais extinta, em um mundo onde o que prevalece são as opiniões coletivas, a famosa “democracia”. Hoje eu entendo que mais importante que democracia é a liberdade. E sem ela, o grande intelectual não sobrevive. Quem se sentir seu emocionalmente seu seguidor que segure a bandeira.
laurencebleite@zipmail.com.br
A sensibilidade moderna, do homem envolto em um mundo de massas, fez de Bergman um protótipo do artista individual. Sendo por isso mesmo acusado pelos comunistas de “burguês” cujo objetivo era o de apenas retratar os conflitos do individuo esquecendo o social. Uma bobagem sem tamanho como muitas das produzidas pelas mentes esquerdistas e seus patrulhamentos. Obvio que obedeciam à velha cartilha stalinista do famoso “realismo socialista”. Algo rigorosamente aprisionador para um artista. Não é à toa que o “realismo socialista” levou a morte poetas como Sierguei Iessênin e Maiakovski. E foi exatamente Trotski que disse a frase perfeita para as exigências e intolerâncias do stalinismo: “nunca se deve cobrar um poema a contragosto”.
Bergman na verdade foi o representante do intelectual moderno. Intelectual não deve ser porta voz de partido político algum. Intelectual sério deve obedecer apenas a sua consciência e a ela responder. Com Bergman morre talvez o último grande representante dessa série, cada vez mais e mais extinta, em um mundo onde o que prevalece são as opiniões coletivas, a famosa “democracia”. Hoje eu entendo que mais importante que democracia é a liberdade. E sem ela, o grande intelectual não sobrevive. Quem se sentir seu emocionalmente seu seguidor que segure a bandeira.
laurencebleite@zipmail.com.br
8 comentários:
Maravilha de texto laurence. Lindo.
Grande texto. Parabéns. O blog esta cada vez melhor. É bom ter cultura.
Também recomendei Fany e Alexander a um amigo e foi uma decepção dupla: dele, porque detestou e minha, por ter recomendado.
Cheguei à conclusão que quem ainda não procurou e assistiu Bergman por iniciativa própria (Bergman tem muitos títulos em DVD disponíveis no Brasil) não merece a recomendação.
Bergman é especial. Viva o cinema sueco.
Bergman é um genio. Merece todo respeito e carinho.
Adorei o texto e vou assistir a qualquer um dos filmes de Bergman. Se não gostar comento. Se gostar falo tambem. Valeu.
Otimo texto. Valeu.
Parabéns.
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