“O problema é o apoio que o presidente Lula tem manifestado ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), declarações que ele tem dado como esta de que o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE) caiu por culpa das elites. Essa proximidade com a corrupção não está se refletindo agora nas pesquisas, mas já está na cabeça das pessoas. É isso que provocou as vaias, e eles não estão se dando conta." (Deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ)
Um Brasil constrangido assistiu a reação de 90 mil pessoas que lotavam o estádio do Maracanã, na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos, vaiando o presidente da República, diante de vários chefes de estado que prestigiavam a solenidade. Lula, acompanhado de sua mulher, foi vaiado por quatro vezes no evento. A primeira manifestação ocorreu quando a imagem do presidente apareceu nos telões do estádio, os outros momentos foram quando o sistema de som anunciou a sua presença e quando o presidente do COB, Carlos Nuzmann e o presidente da ODEPA, Mario Vázquez Raña, citaram o seu nome. O presidente ficou visivelmente perturbado com a reação adversa dos milhares de brasileiros.
O cerimonial sabia o risco que Lula corria, pois na véspera, no ensaio da solenidade, já houve também um “ensaio” de vaia quando da indesejável visita do presidente ao local.
Poderia ter havido uma quinta e ainda mais constrangedora vaia. Estava no script da solenidade que o presidente se deslocaria até o microfone instalado na tribuna de honra e diria: “Declaro abertos os XV Jogos Pan-Americanos”, como acontece em todas as nações que recebe o evento. Não havia clima, o temor da reação do povo não permitiu. O microfone foi “discretamente” retirado, não antes de Galvão Bueno, registrar o fato para milhões de brasileiros que assistiam à TV Globo. A abertura foi feita pelo próprio Carlos Nuzmann, que percebendo o constrangimento se apressou em agir. Os chefes de estado, as autoridades presentes fizeram que não entenderam, Lula e dona Marisa visivelmente transtornados,pávidos, calaram.
As vaias não foram somente para Lula
O presidente Lula foi o mais atingido. Estava lá exposto e vulnerável ao lado de dona Marisa, mas é preciso que se entenda que a reação de indignação bradada pelo Maracanã lotado não tinha somente ele como alvo. As vaias também foram para Renan Calheiros, Joaquim Roriz, para a passividade de muitos senadores que preferem não enxergar a lama da corrupção, para as autoridades públicas que teimam em conviver com a irresponsabilidade administrativa, para corruptos e corruptores que estão levando o País à degradação moral e à falência de nossas instituições. Talvez o primeiro grande grito saído de gargantas que se libertam e tomam a consciência de que é nosso dever protestar. Pode ter chegado o momento em que o povo entendeu que “quem pode faz a hora” , das lições de Vandré.Quem sabe o estádio Mário Filho, de tantas glórias e histórias não tenha sido palco do início da grande reação do povo brasileiro aos corruptos, aos bandidos com mandato ou cargos públicos?
As declarações idiotas de um ministro serviçal
Quem já ouviu falar no ministro Orlando Silva Junior mais de duas vezes? Eu confesso que nunca ouvi o seu nome, mesmo sendo ministro dos Esportes e em tempos de Pan. Pois bem, o cidadão que desconheço sua origem e linhagem ainda sai com esta: “Parece que foi uma situação orquestrada pela oposição. Vocês viram que não foi a arquibancada toda que o vaiou".
Só faltava mesmo esta. A oposição deve estar realmente com a bola toda. Conseguir mandar 90 mil pessoas para protestar em seu nome em um Maracanã lotado e levar este sentimento de indignação e revolta para milhões de brasileiros que em casa se acharam devidamente representados, soltando fundo do coração o grito de indignidade contido dentro de cada um. Muda Brasil!
O cerimonial sabia o risco que Lula corria, pois na véspera, no ensaio da solenidade, já houve também um “ensaio” de vaia quando da indesejável visita do presidente ao local.
Poderia ter havido uma quinta e ainda mais constrangedora vaia. Estava no script da solenidade que o presidente se deslocaria até o microfone instalado na tribuna de honra e diria: “Declaro abertos os XV Jogos Pan-Americanos”, como acontece em todas as nações que recebe o evento. Não havia clima, o temor da reação do povo não permitiu. O microfone foi “discretamente” retirado, não antes de Galvão Bueno, registrar o fato para milhões de brasileiros que assistiam à TV Globo. A abertura foi feita pelo próprio Carlos Nuzmann, que percebendo o constrangimento se apressou em agir. Os chefes de estado, as autoridades presentes fizeram que não entenderam, Lula e dona Marisa visivelmente transtornados,pávidos, calaram.
As vaias não foram somente para Lula
O presidente Lula foi o mais atingido. Estava lá exposto e vulnerável ao lado de dona Marisa, mas é preciso que se entenda que a reação de indignação bradada pelo Maracanã lotado não tinha somente ele como alvo. As vaias também foram para Renan Calheiros, Joaquim Roriz, para a passividade de muitos senadores que preferem não enxergar a lama da corrupção, para as autoridades públicas que teimam em conviver com a irresponsabilidade administrativa, para corruptos e corruptores que estão levando o País à degradação moral e à falência de nossas instituições. Talvez o primeiro grande grito saído de gargantas que se libertam e tomam a consciência de que é nosso dever protestar. Pode ter chegado o momento em que o povo entendeu que “quem pode faz a hora” , das lições de Vandré.Quem sabe o estádio Mário Filho, de tantas glórias e histórias não tenha sido palco do início da grande reação do povo brasileiro aos corruptos, aos bandidos com mandato ou cargos públicos?
As declarações idiotas de um ministro serviçal
Quem já ouviu falar no ministro Orlando Silva Junior mais de duas vezes? Eu confesso que nunca ouvi o seu nome, mesmo sendo ministro dos Esportes e em tempos de Pan. Pois bem, o cidadão que desconheço sua origem e linhagem ainda sai com esta: “Parece que foi uma situação orquestrada pela oposição. Vocês viram que não foi a arquibancada toda que o vaiou".
Só faltava mesmo esta. A oposição deve estar realmente com a bola toda. Conseguir mandar 90 mil pessoas para protestar em seu nome em um Maracanã lotado e levar este sentimento de indignação e revolta para milhões de brasileiros que em casa se acharam devidamente representados, soltando fundo do coração o grito de indignidade contido dentro de cada um. Muda Brasil!
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