Foi em 1948, portanto passaram-se quase 60 nos, que comecei a amar o Brasil. Nesse ano minha mãe me levou em 7 de setembro para assistir a parada militar, num sobrado da av. Presidente Vargas, onde o alfaiate de meu avô tinha seu negócio. Meu entusiasmo foi tal que na saída minha mãe me comprou uma bandeira do Brasil, dessa de papel.
Quando cheguei em casa, um empregado da fábrica de minha família, que morava lá mesmo, era calabrês, me disse, que aquela não era a minha bandeira, no momento pensei que o objeto não me pertencia, então ele me levou até o seu quarto para que visse uma fotografia emoldurada junto com a tricolor italiana, onde ele estava sendo condecorado pelo rei da Itália, devido a sua atuação na Primeira Guerra. Isso me fez entender o significado cívico da bandeira.
Quando no ano seguinte fui para a escola, por meu português ainda trôpego, era chamado pelos colegas de “intaliano”, mas dentro de mim tinha a certeza de ser por amor, por escolha, brasileiro. A vida me foi boa madrinha, me permitiu conhecer, não como turista, mas como viajante e morador quase todo o Brasil. Em 1956, ainda pré adolescente, fui para Manaus de navio, tendo o privilégio dado a poucos, de subir embarcado o Rio Amazonas. Esse era um período que na Região Norte, existiam os territórios federais, que Rondônia chamava-se Guaporé e que Roraima, Rio Branco.
Em 1962, fique alguns meses em Governador Valadares (MG), daí fui para Rondônia onde trabalhei por mais de um ano em garimpos de cassiterita.
Não podia exercer a profissão de jornalista pelo fato de ser estrangeiro, mas tudo bem. Depois morei em Salvador, Feira de Santa e Belmonte (BA), também em Juiz de Fora e Rio Novo (MG). Em resumo, o único estado que não conheço é o Rio Grande do Sul. Todavia meu ponto base sempre foi o Rio de Janeiro, essa é a cidade que me faz não morrer, pois é onde nasceram meus filhos e meus netos, que são a negação da inexorável morte.
Em 1996, de pois de 50 anos, voltei para Belluno, Cidade onde o primeiro Sanmartini chegou em 1316 e onde passadas mais de 30 gerações, nasci eu. Ficaria somente alguns meses, mas acabei ficando até hoje, houve um fato interessante. Uma senhora que fora muito ligada aos meus parentes, me perguntou de chofre se eu amava a Itália ou o Brasil. Respondi que era claro que amva a Itália como se a própria mãe, mas o Brasil o amava com o desvario da paixão que só se tem por um ser que escolhemos para ser a companhia de toda uma vida.
Nesse período fui antes 3 vezes ao Brasil, levando minha mulher que não o conhecia. Ficamos sempre no Rio de Janeiro, mas levei-a a conhecer as cidades históricas de Minas Gerais, o litoral Sul da Bahia, e até o Rio Grande do Norte.
Voltei para Belluno e fiquei por 8 anos sem ir ao Brasil, nesse período incontáveis vezes me bateu o banzo, uma saudade tirana do Brasil que me trazia o desejo de ficar sozinho, escondido em um canto e chorar sem pejo.
Em dezembro de 2005, comprei as passagens, ia passar 3 meses no meu saudoso Brasil, a saída seria em janeiro. Foram dias de ansiedade nem o frio que já incorporara à minha vida me era suportável.
Assim cheio de alegria cheguei ao Rio de Janeiro, com uma semana comecei a sentir um incômodo, logo descobri que o Rio de Janeiro estava num estado de degradação acabrunhante, pessoas dormindo sob as marquises, velhos aposentados trabalhando de madrugada a vender coisas para os noctívagos. Tive que ir ao INSS, filas enormes, as pessoas tratadas aos ponta pés e aqueles que protestassem, eram ameaçados de prisão por desacato à autoridade. Nesse período, surgiu o escândalo Palocci, a dança escrota (desculpe o termo, mas não tem outro) da deputada Ângela Guadagnin. As pessoas andando assustadas, sendo prisioneiras em suas próprias casas ou escritórios.
Voltei para a Itália com esse travo amargo na garganta. Por força de minha profissão, pela Internet fico sabendo de tudo que acontece no Brasil, o que me causara tristeza, em pouco mais de um ano conseguiu piorar.
Hoje estava sozinho em casa ouvi na rádio a música de meu já falecido amigo Paulo Soledade, "Estão Voltando as Flores", antes era uma que me levava à crise de banzo e, desaparcebidamente me passou sem que nada sentisse. Depois é que atinei ao fato e percebi que Luiz Inácio Lula da Silva, um indivíduo ordinário, abjeto, chulo, desonroso. Que anda risonho, carregando atrás si um bando de sequazes para que, babosos posam lamber-lhe os testículos de sua desmesurada e peçonhenta vaidade. Que se faz omisso, ou quem sabe conivente, em todos os peculatos perpetrados por seus parentes, amigos e aliados e que me roubou o que tinha de mais precioso: as lágrimas do banzo das saudades do Brasil.
Jamais perdoarei a Lula essa iniqüidade.
Quando cheguei em casa, um empregado da fábrica de minha família, que morava lá mesmo, era calabrês, me disse, que aquela não era a minha bandeira, no momento pensei que o objeto não me pertencia, então ele me levou até o seu quarto para que visse uma fotografia emoldurada junto com a tricolor italiana, onde ele estava sendo condecorado pelo rei da Itália, devido a sua atuação na Primeira Guerra. Isso me fez entender o significado cívico da bandeira.
Quando no ano seguinte fui para a escola, por meu português ainda trôpego, era chamado pelos colegas de “intaliano”, mas dentro de mim tinha a certeza de ser por amor, por escolha, brasileiro. A vida me foi boa madrinha, me permitiu conhecer, não como turista, mas como viajante e morador quase todo o Brasil. Em 1956, ainda pré adolescente, fui para Manaus de navio, tendo o privilégio dado a poucos, de subir embarcado o Rio Amazonas. Esse era um período que na Região Norte, existiam os territórios federais, que Rondônia chamava-se Guaporé e que Roraima, Rio Branco.
Em 1962, fique alguns meses em Governador Valadares (MG), daí fui para Rondônia onde trabalhei por mais de um ano em garimpos de cassiterita.
Não podia exercer a profissão de jornalista pelo fato de ser estrangeiro, mas tudo bem. Depois morei em Salvador, Feira de Santa e Belmonte (BA), também em Juiz de Fora e Rio Novo (MG). Em resumo, o único estado que não conheço é o Rio Grande do Sul. Todavia meu ponto base sempre foi o Rio de Janeiro, essa é a cidade que me faz não morrer, pois é onde nasceram meus filhos e meus netos, que são a negação da inexorável morte.
Em 1996, de pois de 50 anos, voltei para Belluno, Cidade onde o primeiro Sanmartini chegou em 1316 e onde passadas mais de 30 gerações, nasci eu. Ficaria somente alguns meses, mas acabei ficando até hoje, houve um fato interessante. Uma senhora que fora muito ligada aos meus parentes, me perguntou de chofre se eu amava a Itália ou o Brasil. Respondi que era claro que amva a Itália como se a própria mãe, mas o Brasil o amava com o desvario da paixão que só se tem por um ser que escolhemos para ser a companhia de toda uma vida.
Nesse período fui antes 3 vezes ao Brasil, levando minha mulher que não o conhecia. Ficamos sempre no Rio de Janeiro, mas levei-a a conhecer as cidades históricas de Minas Gerais, o litoral Sul da Bahia, e até o Rio Grande do Norte.
Voltei para Belluno e fiquei por 8 anos sem ir ao Brasil, nesse período incontáveis vezes me bateu o banzo, uma saudade tirana do Brasil que me trazia o desejo de ficar sozinho, escondido em um canto e chorar sem pejo.
Em dezembro de 2005, comprei as passagens, ia passar 3 meses no meu saudoso Brasil, a saída seria em janeiro. Foram dias de ansiedade nem o frio que já incorporara à minha vida me era suportável.
Assim cheio de alegria cheguei ao Rio de Janeiro, com uma semana comecei a sentir um incômodo, logo descobri que o Rio de Janeiro estava num estado de degradação acabrunhante, pessoas dormindo sob as marquises, velhos aposentados trabalhando de madrugada a vender coisas para os noctívagos. Tive que ir ao INSS, filas enormes, as pessoas tratadas aos ponta pés e aqueles que protestassem, eram ameaçados de prisão por desacato à autoridade. Nesse período, surgiu o escândalo Palocci, a dança escrota (desculpe o termo, mas não tem outro) da deputada Ângela Guadagnin. As pessoas andando assustadas, sendo prisioneiras em suas próprias casas ou escritórios.
Voltei para a Itália com esse travo amargo na garganta. Por força de minha profissão, pela Internet fico sabendo de tudo que acontece no Brasil, o que me causara tristeza, em pouco mais de um ano conseguiu piorar.
Hoje estava sozinho em casa ouvi na rádio a música de meu já falecido amigo Paulo Soledade, "Estão Voltando as Flores", antes era uma que me levava à crise de banzo e, desaparcebidamente me passou sem que nada sentisse. Depois é que atinei ao fato e percebi que Luiz Inácio Lula da Silva, um indivíduo ordinário, abjeto, chulo, desonroso. Que anda risonho, carregando atrás si um bando de sequazes para que, babosos posam lamber-lhe os testículos de sua desmesurada e peçonhenta vaidade. Que se faz omisso, ou quem sabe conivente, em todos os peculatos perpetrados por seus parentes, amigos e aliados e que me roubou o que tinha de mais precioso: as lágrimas do banzo das saudades do Brasil.
Jamais perdoarei a Lula essa iniqüidade.
(*) A ilustração é uma foto minha, peço desculpas aos leitores, mas escrevi sobre um tristeza que me pertence
5 comentários:
Lindo o seu desabafo Giuletta. Muito bom!
bjs
Giulio!!!
Emocionante seu desabafo!
Com certeza minha opinião sobre o Guiadelles é igual a sua.
Um abraço carinhoso!
É Giulio, se não tivéssemos filhos na idade que temos, pensaria com mais certeza sobre sair deste gigante adormecido e corrupto.
Giulio
Ninguém pode estar no lugar do outro para sentir as mesmas emoções e sentimentos. Entretanto eu posso compreender o que é ter banzo. Quando saí do meu estado natal - a Bahia (nordeste brasileiro) e fui morar no Rio de Janeiro (sul maravilha), vários anos fiquei sentindo o tal Banzo. Seu relato é, de fato, comovente. Mas, querido, não atribuas a terceirtos aquilo que já não sentes ou já não te pertence: o BANZO. Isso é uma qualidade... Lembre-se. Segundo o seu relato, quando retornou para ficar 3 meses é que verificou o quanto diferente estava o Brasil. O seu olhar, na verdade, já estava europeu, porque o Brasil continuava a ser exatamente daquela forma que voce estava vendo, sem romantismo algum.
Lula e sua THURMA nada fizeram em prol de uma mudança.Éssa é a decepção dos brasileiros, principalmente da classe média - a mais sofrida e a que mais tem se proletarizado nos ultimos 30 anos.
Mesmo assim, sei o quanto revoltante é a situação da politica brasileira que tem como governanate uma pessoa que - talvez por não ter passado por uma academia - valoriza aqueles não tem instrução alguma. O governador da Bahia também é da mesma linha. Deu aumento diferenciado para os professores. Os de nível 1 aumentou 17 % e os de nível 3 e 4 aumentou somente 4%. É brincadeira?
Daí, talvez,uma das razões para a vaia homérica.
Abraços,
Ariadne
Giulio,a propósito, gostei da tua foto ancião. Estás mais charmoso.
Ariadne
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