30 de ago. de 2007

Aprovação Imediata

Por Fabiana Sanmartini

Parabéns à juíza da 3ª Vara Pública, Milena Angélica Moraes que indeferiu o mandado de segurança contra o decreto 618 da Câmara dos Vereadores impetrado pelo prefeito César Maia. Parabéns também para o vereador Dr. Jairinho (PSC), autor do Decreto.
Com esta decisão cai a aprovação imediata e voltam os conceitos “Ótimo” e “Insuficiente”, ou seja, tem que estudar e saber a matéria para passar (no meu tempo, e olha que eu ainda não sou tão velha assim, isso era o normal). É bem verdade que o prefeito ainda pode recorrer. Mas, por enquanto está garantida a educação e instrução e que saibam que a lei é para ser cumprida, por incrível que pareça para os nossos políticos. Fiquei em dúvida, a quem interessa a aprovação imediata? Quem se beneficia? Quem paga a conta e fica com o prejuízo, nós já sabemos, é a população. Vamos deixar claro que o governo tem por obrigação manter a integridade e as condições de quem estuda na rede pública. Mais que isso tem que manter a segurança e condições de trabalho dos professores. Se é para aprovar sem estudar, que o governo libere os profissionais da educação para passear pelas maravilhas do Rio mantendo, é claro, seus salários ofensivamente medíocres, em dia. E pode aproveitar e transformar as escolas em boites e áreas de lazer. Sem educação não se formam cidadãos. Então teremos lugar suficiente para manter a corja de marginais, como os pit boys que agrediram a doméstica Sirlei, como os policiais que roubam, estupram e assassinam, todos com lazer suficiente e “arenas” para promover as cenas de barbárie já tão costumeiras no Rio. Entendamos uma coisa, é através educação e do exemplo, e só por eles, dado das crianças que criaremos um país digno. Vocês podem mesmo se perguntar por que eu ainda acredito e me incomodo com estas coisas previsíveis e comuns para tantos outros. É que, como a juíza, acredito que cada um grita como pode. Que da mesma forma que cobro competência e ação de quem foi eleito para isso, que quem ocupa cargos públicos, concursados, devem estar preparados para assumir o que lhe é proposto, seja como médico, policial, professor, engenheiro...eu também grito como posso. Por idealismo, talvez, para ensinar as minhas filhas a serem responsáveis pelas escolhas que fazem e assim fazer minha parte na construção de um país, que eu insisto em acreditar. O que os governantes ainda não sabem, mas que as vozes que se elevam em protestos já os estão fazendo ver, é que os brasileiros não querem alugar o país e mais, que eles podem sair, mas vão ter que deixar a luz acesa porque não vamos desistir.

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Giulio

Excelente a inserção da Fabiana. É revoltante verificar que alunos de quinta série, por exemplo, não sabem ler ou escrever corretamente. E quando sabem, não conseguem interpretar o que leem. Sem contar o festival de besteiras que os jovens escrevem nos vestibulares. É assim que todos acabam virando ptcopatas.

Anônimo disse...

Por um tempo dei aula para alunos do segundo grau. Aprendi que a média das notas que atribuimos aos alunos têm muito a ver com a qualidade do próprio professor. Na realidade ele dá nota a si mesmo. Penso que quando se tem um grupo de alunos sob nossa responsabilidade, temos de motivá-lo para que se tornem interessados no assunto, no nosso discurso, no nosso entendimento e conhecimento da matéria.Não é diferente do que ocorre com o mercado. Os produtos que mais são vendidos são aqueles que satisfazem nossas necessidades, expectativas, desejos e interesse. Tive um retorno muito bom, pois mantinha a classe cheia e com muitas perguntas feitas pelos alunos. Mas, é fundamental que se coloque no aluno o desejo de auto desenvolvimento. Estamos todos juntos no desafio a que chamamos vida. A independência somente acontece àqueles que se propõem a conseguir, por esforço próprio, atingir metas cada vez mais difíceis. Temos a potencialidade dos gênios, mas se não a atualizarmos, seremos parte da grande massa medíocre. Dependente de governo, do vizinho, do patrão, do professor, do padre, do pai, da mãe, dos acontecimentos.