11 de ago. de 2007

Entender das Coisas

Por Giulio Sanmartini

Lembro perfeitamente quando tomei minha primeira cachaça, foi no dia 13 de junho (Santo Antônio) de 1959, em Muriaé (MG), o nome da dita era Querida fato é que gostei e aderi. Nesse mais de 40 anos, (há dois anos que não bebo, pois “o fígado passou a fazer mal à minha bebida”) sempre tive tendências para os destilados. Em minhas inúmeras viagens pelo Brasil , tomei cachaças de todos os tipos, mas uma me ficou marcada. Estava e Jacarezinho (PR), maio de 1988 e fui convidado par almoçar numa fazenda, era um local cinematográfico, tinha até mordomo.
O anfitrião me chamou para uma cachaça, claro que prontamente aceitei. Descemos para a cantina, de tão grande parecia um campo de futebol, mas reinava um tonel, explicou que continha 3 mil litros de uma cachaça que estava lá há mais de 25 anos. Me foi servido um cálice, minha emoção foi tanta que tive vontade ir correndo à igreja mais perto, fazer um gargarejo com água benta e voltar para outra dose.
Ao vir para a Itália, mudei para o whisky, haja vista que as cachaças aqui encontradas Pitu, Nega Fulo e Pirassununga 51, custam bem mais caro..
Conversando sobre bebidas com o dono de um restaurante, eu elogiava com entusiasmo a cachaça, então ele me convidou para ir à sua casa tomar uns whiskys. Fiquei sabendo sabendo que era um maiores entendidos no assunto e possuidor de uma preciosa coleção de marcas raras.Ao chegarmos, serviu um Royal Lochnagar – Selected Reserve, sem tempo envelhecimento citado pois passa dos trinta anos. Em seqüência, para me humilhar, trouxe uma de Aushentoshan 21 anos, depois vieram Bowmore e Glenfarclas ambas de 25 anos e como grande final uma raríssima garrafa de Springbank 30 anos. Ao ver-me boquiaberto, caridosamente explicou – Whisky, cachaça e bagaceira, só tem uma coisa em comum: são destilados, quem tentar compará-los não entende um “cazzo”!
O presidente da República, que em matéria de beiçadas não faz miséria, não abriu mão de dizer sua besteira na Jamaica: “O dia em que o mundo experimentar uma boa cachaça brasileira, o whisky vai perder espaço”.
Há uma brincadeira de crianças , perguntava-se a um colega qual o rio que separava a Suíça da Itália, qual era capital da Mongólia Interior, claro que o outro não sabia, aí mudava-se de assunto, qual era o animal que obrava em bolas que pareciam cocos, qual que a bosta era em forma de tranças, a respostas destas também eram ignoradas. Aí o perguntador concluía: Você não entende nem de merda é quer entender de geografia?
Pois é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não entende nem de geografia

2 comentários:

Anônimo disse...

Aqui no sul nós dizemos - Não entende de capação (tirar o saco fora) de touro e quer entender de cachaça......

Anônimo disse...

Caro macarrônico jornalista Giulio:
Uma receita infalível para quando for tomar umas: frite um bife de fígado bem acebolado e beba à vontade, pois ela vai atacar este bife e poupar o seu.
E você, nesses talvez 70 anos, tem muitas estórias hilárias para contar. Já pensou em escrever um livro contando-as.