31 de ago. de 2007

Svengali

Por Ralph J. Hofmann

“Tanto podia bajular quanto tiranizar e podia ser grosseiramente impertinente. Tinha um humor cínico que era mais ofensivo do que divertido e sempre ria das coisas erradas, nos momentos errados, nos lugares errados. E sua risada sempre era de escárnio e maliciosa."

O trecho acima descreve Svengali o vilão de “Trilby”, romance de 1894 por George Du Maurier, várias vezes filmado. Svengali mantinha o poder sobre a pobre Trilby através do hipnotismo, gerando uma dupla personalidade através da hipnose.
Sabe-se que Svengali foi inspirado numa série de casos verídicos detectados ao longo do século dezenove. Talvez a hipnose não explicasse tudo. Há pessoas que desejam ser dominadas, que outros decidam por elas e que acabam adorando seus algozes.
Contudo leiam com atenção o texto acima. A lembrança deste texto me veio ao ver a entrevista de Zé Dirceu na televisão ontem à noite.
Subitamente o nome Svengali me veio à mente. Como uma pessoa que nega evidências tão fortes pode continuar sendo o inspirador, a mão forte dentro de um partido? Como ante as evidências de má administração salvo por umas poucas e parcas políticas sociais consegue manter a maior parte de um partido sob seu jugo? Hipnose coletiva? Má fé coletiva? Como conseguem rejeitar o óbvio que é a reinvenção do partido proposta por Tarso Genro?
No fim do romance Svengali morre. E sua criatura, a cantora Trilby morre horas depois. Talvez Trilby no seu íntimo soubesse que caso seu controlador morresse ela também teria de morrer. Isto talvez explique a peculiar e irreal, até canina fidelidade a Zé Dirceu.
Mas continuando com o assunto Zé Dirceu e deixando Svengali de lado, ha coisas que me deixam perplexo. Quanto Zé Dirceu declara de renda. Diz ser consultor. Onde estão os recibos de consultoria. Quanto disto são despesas. Como as comprova. Para quem trabalha. Os proventos de Zé Dirceu são por escambo? Em troca de hospedagem e caronas de jatinho? Quanto isto implica em dispêndio. Se forem dispêndio dos clientes são receita do José Dirceu? Zé Dirceu lança essas caronas de jatinho como receita? Como custo? Mas se só recebe essas mordomias como honorários elas podem ser consideradas custo? Não deveriam ser consideradas renda sujeita a impostos. Aonde recolhe o ISS sobre suas atividades?
Hello! Secretário da Receita. Vai verificar isto, não é? Ou será que uma boa alma enterrada na burocracia da receita não faz o favor de enviar esses dados para algum diário ou revista semanal?
Ou Svengali hipnotizou a todos?

2 comentários:

Anônimo disse...

CLUBE DA AERONÁUTICA
AMEAÇAS NÃO !

Neste momento delicado, desmandos, corrupção e incompetência governamentais agridem a sociedade válida do País em verdadeira dança macabra que parece não ter mais fim.
Além do vergonhoso “mensalão”; da dramática descordenação das atividades de Aviação Civil; das denúncias de venda de sentenças e dos “cochichos” eletrônicos praticados por ministros das mais altas cortes; e outros tantos desatinos, surge, agora, sob a égide da própria Presidência da República, o lançamento, pela Secretaria de Direitos Humanos, com dinheiro público, de um livro de memórias com visão unilateral, sobre acontecimentos do último período de governo sério do País (15/04/1964 a 15/03/1985).
Com esse ato de verdadeiro revanchismo institucional, o Presidente acaba desempenhando o papel de incendiário de si mesmo, como se não bastassem todas as iniqüidades praticadas sob sua responsabilidade, como Chefe do Governo Federal.
Tal fato suscitou um infeliz pronunciamento do Ministro da Defesa que, mais uma vez, adota um tom truculento e desrespeitoso em relação aos Comandantes Militares, explicitando infantis ameaças àqueles que ousassem questionar a referida iniciativa do Governo Federal, com isso demonstrando despreparo e falta de maturidade para dirigir uma instituição de elite, como as Forças Armadas Brasileiras.
Em respeito aos elevados interesses nacionais e, em nome de suas tradições centenárias, as Forças Armadas, estou certo, não se deixarão vilipendiar por quem quer que seja.

Ten.-Brig.-Ar Ivan Frota
Presidente

ma gu disse...

Alô, Hofmann

O comentário de Vivi, acima, repoduzindo a manifestação do Tenente-Brigadeiro, mostra que nem todos são PUSILÂNIMES, para usar o termo tão do agrado do Giulio.