28 de set. de 2007

Baixo-clero do PMDB derrota Lula

Por Chico Bruno

Durante muito tempo tudo o que acontecia na política baiana para o bem ou para o mal era creditado a ACM. Com lhe interessava demonstrar força e poderio, ele ficava quieto em seu canto, deixando as ilações tomarem corpo até se tornarem versões verdadeiras.
Na atual temporada da política brasileira quem está trilhando o mesmo caminho é o alagoano Renan Calheiros, a quem a mídia credita tudo de ruim que está acontecendo no Senado.
Neste episódio da derrubada da MP que criava a Sealopra o que aconteceu foi o seguinte.
Os 19 senadores do PMDB estão divididos em três grupos. Um formado por Jarbas e Simon, outro por Renan, Sarney, Roseana, Jucá e Raupp e, finalmente, o do baixo-clero, que sempre foi tratado a pão e água pelo grupo de Renan e Sarney.
O senador Walter Pereira (PMDB-MS), uma velha raposa da política do Mato Grosso do Sul, com a relatória da MP da Sealopra nas mãos e a zorra total que grassa no Senado, vislumbrou que era chegada a hora da onça pantaneira beber da mesma água que o governo fornece ao grupo de Renan e Sarney.
Com descrição, convidou o baixo-clero para se regalar em torno de um matrinchã e expor seu plano de colocar um grude preso em Lula, no PT e no grupo de Renan e Sarney, usando para isso uma isca atraente para a oposição e o PT, que sempre torceu o nariz para o ministro Roberto Mangabeira Unger.
Walter Pereira convenceu seus colegas, que o Planalto precisava ficar ciente que dependia do baixo clero do PMDB no Senado muito mais do que do grupo dos caciques para aprovar a CPMF. O senador Pereira mostrou que nenhum dos presentes ao regalo tinha locução direta com Lula, sempre feita por Sarney e Renan, e por isso só restava ao grupo aprontar um gude preso tamanho família e que a chance era aquela. Era pegar ou largar.
A notícia chegou ao grupo de Renan e Sarney, através do líder do PMDB, Valdir Raupp, mas já era tarde e "Inês estava morta", como diz o dito popular, pois o grupo do baixo-clero já havia combinado com a oposição impor uma derrota ao governo.
Portanto, Renan apenas adotou a velha estratégia de ACM. Se fez de morto e esperou a ilação da mídia, o responsabilizando pela derrota de Lula e do PT.

3 comentários:

ma gu disse...

Alô, Adriana.

Colocar a culpa de tudo que acontece de ruim no Renan não é nada injusto.
Marcelo Neri, da FGV-RJ constata que Alagoas teve um dos piores resultados no combate à pobreza:
A=Alagoas B=Brasil
Mortalidade infantil p/mil nascidos vivos= A 53,7 - B 30
Taxa de analfabetismo= A 26% - B 10%
Domicilios com rede de esgotos= A 30% - B 71%
Percent. popul. com renda mensal inferior a R$ l25,00=
A 45% - B 19%

Se o peculatário não faz nem pelo seu Estado, por que faria pelo País?

Anônimo disse...

Muito pertinente o comentário do Sr. Magu, amparado por dados estatísticos que mostram a realidade do estado governado pelo Sr. Teotônio Vilela. O Menestrel das Alagoas deve dar pirueta no túmulo.
Na minha opinião, a criação da referida secretária foi imposição do vice-presidente José Alencar e Lula não deve estar muito chateado com a atuação do PMDB no caso. Ainda mais depois das críticas do Sr. Mangabeira Unger ao governo.
Outro ponto interessante é que o Papa Bento XVI fala português melhor que o Mangabeira.

Anônimo disse...

AGUENTA A MÃO RENAN, NÃO SAI AINDA NÃO, QUEREMOS VER O RESTO DAS COISAS QUE SEGUNDO VOCE ESTÃO POR VIR. "Nóis sofre mais nois goza - Macaco Simão"