14 de set. de 2007

Carta aberta

Senhores Senadores,

Se os senhores, que obstruíram o caminho da justiça, ainda não se haviam dado conta, saibam, agora, que o senhores estão na boca do povo (que os senhores não têm o direito de dizer que representam) como pessoas abjetas, indecentes, mercenárias, tão prejudiciais à Nação Basileira, quanto o Fernandinho Beiramar, o Elias Maluco, e outros "tesouros" que engrandecem o Brasil. Aliás, sem querer enaltecer o crime, é muito provável que o Fernandinho Beiramar já tenha feito muito mais pela sua comunidade, do que todos os senhores juntos já possam ter feito pelo Brasil.
Os 41 vendilhões do templo, que emporcalharam ainda mais a imagem do Senado Federal (que mais parece um bazar, uma "Casa da Mãe Joana"), são uns desbragados caras-de-pau. Se os senhores tivessem vergonha na cara, não trabalhassem por interesses escusos, os senhores atenderiam aos anseios do povo, não o trairiam pelas costas. Se os senhores não fossem covardes, os senhores não se esconderiam para votar, fa-lo-iam às claras, declarariam o seu voto. É bandido quem age na moita, às escuras. Se os senhores são empregados do povo, este tem o direito de saber o que os senhores estão fazendo. Não podem negar-se à prestação de contas. Não têm o direito de esconder do patrão os seus atos.
Os senhores não estão a serviço do povo, e sim, a serviço de uma quadrilha que está espoliando o povo, de todas as formas. "Nunca, na história deste país", se usou tanto o ilusionismo verbal para ludibriar o povo, como neste governo.
Para completar a "obra", só falta, agora, os senhores ressuscitarem a escandalosa CPMF, que, certamente, servirá para manter no cabresto eleitoral a grande massa de miseráveis. Os recursos da CPMF substituirão os espelhos e os facões com que os portugueses compravam as pepitas, as esmeraldas, e as mulheres dos índios. Dane-se se a CPMF foi criada para a Saúde. Que o povo continue a morrer nas filas do SUS, nos corredores dos hospitais.
No Brasil de hoje, os seus habitantes não têm ouro nem pedras preciosas que se lhes possa tirar. Por isso, tiram-lhes o único bem que lhes resta, a dignidade, a liberdade de ação. Querem mantê-los amarrados ao cocho, que, de quando em quando, é molhado com um pouco de lavagem. Como contrapartida, o voto, ou seja, a consciência, a alma do indigente.
Querem processar-me por injúria, por desacato? Processem-se a si mesmos, primeiro, por trairem a Nação Brasileira!!! Os senhores, que institucionalizaram a impunidade neste país, não têm moral para exigir o respeito, de ninguém. Respeito é para quem merece, e não para quem quer. Respeito não se mendiga, não se compra, não se aluga. Ou se o inspira e se o tem, ou não se o tem, porque não se o merece.
Um brasileiro de luto, pela morte do Senado Federal (mas, não vou ao seu funeral. Não agüentaria o mau cheiro).

Ervim Tonolli

4 comentários:

Anônimo disse...

Penso que a carta do Sr.Ervim Tonolli deveria ter a assinatura de todo brasileiro que se sentiu frustrado, indignado com o que esse pessoal que se diz representante do povo fez. Mas não será isso o que ocorrerá. O motivo é simples. Esses senhores estão enterrando em cova rasa a democracia representativa. Julgam-se espertos e, como toda ação de esperteza, se espantarão com a velocidade que colherão o que semearam. Aliás, o local é propício à semeadura.
O PT agradece comovido esse ato. O socialismo que os petistas sonham virá exatamente por aqueles que deveriam preservar a democracia representativa e com um timing bem menor do que projetaram.
Perdoai-os Senhor, eles não sabem o que estão fazendo.

Anônimo disse...

Meu caro Tonolli, O seu texto é o desabafo que está no peito de milhares de brasileiros. É o que todos desejariam escrever, mas às vezes é preciso controlar de forma penosa o arroubo de dizer a verdade. Não teve intento de ofender, apenas deixar ecoar o lamento - não será nunca processado. O Senado foi uma vítima sem reação, não esboçou o gesto maior de defesa: era parar a sessão secreta, interromper tudo e seguir o figurino legal e jamais fazer uma votação com um Painel que não inspira, como todo urna eletrônica (dizem estudos ingleses e da Universidade de Princeton), confiança. O seu texto é todo emoção, coração - tem linhas precisosas de razão. Não resolve esse sentimento contra o Senado, não é a Instituição (sem dúvida é caudatária do grave equívoco, mas não é a escola que faz o aluno, mas o aluno que provoca, muitas vezes, o brilho do estabelecimento de ensino - isso não impede que o Povo tenha educação e boa instrução, bons colégios públicos). Falharam homens, esses homens é que o Povo precisa alertar e ter cuidado nas eleições futuras. A solução do tema é de ordem institucional, evitando as famosas crises do passado. É o que desejam os patronos da anarquia. Não, é representar à OAB, com serenidade, ao Ministério Público, com firmeza. Essas Instituições e agentes políticos irão ao STF, que sem a menor sombra de dúvida, não acolherá, não dará abrigo à violação da Constituição, por via de conseqüência, como consectário lógico, arrasando a Soberania Nacional. O Povo no exercício do Poder Constituinte outorga o próprio poder de julgar. O Judiciário é uma emanação da Soberania Nacional e quando rasgam a Carta Magna, expressão do Povo em Constituinte, ferem de morte as Instituições, também a Justiça. A sessão secreta foi uma coerção, afetou a visibilidade do corpo eleitoral - os senadores não falaram por seus Estados e pelos eleitores das unidades autônomas, desrespeitou normas e princípios que somados conduzem à conclusão mais simples e incontornável: não há julgamento secreto. Assim, é amenizar o sofrimento e unir forças a outras forças, representando às entidades que podem ir ao STF e pedir a plena vigência do Estado de Direito. Isso é cidadania. O seu texto traduz o que está na alma de todo homem brasileiro que vive do trabalho honrado. É um desabafo e o faz por milhares. O texto venceu muitas letras... que sejam parcimoniosos no futuro.

Unknown disse...

Como eu o elogio pela precisao das palavras e sentimentos! Minha unica esperanca, agora, e' que o povo se sensibilize e se mobilize contra estes abusos perpretados pelos politicos brasileiros...

Anônimo disse...

Pra que julgamento se na cabeça de vcs só existia o veredito culpado? se houve um julgamento algum lado vai perder. Parem com essa choradeira, a cada derrota vêem as viúvas dizendo que o senado morreu, a presidência morreu, a câmara morreu, o Brasil morreu e CANSEI! Ou então comentários embasados nos atos golpistas da época da UDN. Haja paciência!
Leiam o site do congresso em foco e vejam as regras que estão lá. Querem votação aberta? Vi 4 emendas lá para isso, deve ter mais. É só pressionar por uma mudança na legislação. Se o senado quiser, já na próxima votação pode ser aberta, é só aprovar rápido igual fizeram com os próprios salários.
Por que não vi nenhum comentário no blog sobre a defesa apresentada pelo sen. Dorneles?