Quanto mais candidatos lulistas surgem para 2010, mais evidente fica que o lulismo não tem um candidato natural. E é aí que entra Dilma Rousseff, que já vem sendo citada pelo La Nación, da Argentina, e pelo El Pais, da Espanha, como a bola da vez.
Isso explica a desenvoltura com que Dilma está deixando de ser uma técnica trancada no seu gabinete para virar uma política que viaja por aí vendendo seu peixe. Num dia, na sabatina da Folha em São Paulo. No feriado, na Amazônia, visitando pelotões e destacamentos militares. No dia seguinte, no Rio, defendendo o biocombustível. Num terceiro, nas páginas da imprensa dita antilulista, ma non troppo, que a enaltece como a mentora da privatização de rodovias federais com pedágios baratinhos para o consumidor.
(Bem, a marketagem pró-Lula não permite explicar o fim da outorga, as circunstâncias econômicas e, principalmente, a guinada do discurso anti-privatizações. Mas isso é uma outra história. O que prevaleceu, como sempre a favor de Lula, é que foi um golaço - e de Dilma.)
O fato é que Dilma está a mil por hora, e é impossível não notar que, nessa toada, ela tem tudo para se viabilizar como candidata de Lula na próxima corrida presidencial. Ela é do PT, que não tem como rejeitá-la, e é leal a um Lula que acaba de admitir, na manchete da Folha de domingo passado, a possibilidade de disputar a volta ao Planalto em 2014 ou 2015. Ou seja: se eleita, estará pronta a cumprir quatro ou cinco anos de mandato e entregar a cadeira de volta ao chefe depois.
Olhando a roda da história, assim rapidinho, vemos duas décadas de generais; o oposicionista moderado Tancredo Neves eleito por voto indireto; o aliado moderado dos militares José Sarney assumindo por um golpe do destino; o neoliberal Fernando Collor subindo e caindo nos braços do povo. Depois, a transição com Itamar Franco, a chegada da centro-esquerda com Fernando Henrique Cardoso e, enfim, da esquerda, com Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois de fechar esse ciclo, o que falta? Falta uma mulher. Não qualquer uma, mas uma com fama de competência administrativa, liderança, pragmatismo e capacidade de trabalho, passando ao largo da política partidária e dessa história toda de Renan Calheiros. Política, sem ser politiqueira. Qual seja: Dilma.
As pesquisas são hoje muito favoráveis a uma candidatura tucana e dão o governador de São Paulo, José Serra, na cabeça. Mas ainda falta muito tempo. Digamos que o suficiente para Lula escolher um nome, o PT e a base aliada engoli-lo e, enquanto isso, Dilma fazer o dever de casa e virar a candidata ideal. Ela nunca passou por uma eleição, nunca teve mandato. Mas tem sido, nisso também, uma aluna aplicadíssima.
O fato é que Dilma está a mil por hora, e é impossível não notar que, nessa toada, ela tem tudo para se viabilizar como candidata de Lula na próxima corrida presidencial. Ela é do PT, que não tem como rejeitá-la, e é leal a um Lula que acaba de admitir, na manchete da Folha de domingo passado, a possibilidade de disputar a volta ao Planalto em 2014 ou 2015. Ou seja: se eleita, estará pronta a cumprir quatro ou cinco anos de mandato e entregar a cadeira de volta ao chefe depois.
Olhando a roda da história, assim rapidinho, vemos duas décadas de generais; o oposicionista moderado Tancredo Neves eleito por voto indireto; o aliado moderado dos militares José Sarney assumindo por um golpe do destino; o neoliberal Fernando Collor subindo e caindo nos braços do povo. Depois, a transição com Itamar Franco, a chegada da centro-esquerda com Fernando Henrique Cardoso e, enfim, da esquerda, com Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois de fechar esse ciclo, o que falta? Falta uma mulher. Não qualquer uma, mas uma com fama de competência administrativa, liderança, pragmatismo e capacidade de trabalho, passando ao largo da política partidária e dessa história toda de Renan Calheiros. Política, sem ser politiqueira. Qual seja: Dilma.
As pesquisas são hoje muito favoráveis a uma candidatura tucana e dão o governador de São Paulo, José Serra, na cabeça. Mas ainda falta muito tempo. Digamos que o suficiente para Lula escolher um nome, o PT e a base aliada engoli-lo e, enquanto isso, Dilma fazer o dever de casa e virar a candidata ideal. Ela nunca passou por uma eleição, nunca teve mandato. Mas tem sido, nisso também, uma aluna aplicadíssima.
3 comentários:
Alô, Adriana.
Para completar nosso quadro de amenidades, só falta mesmo a "cumpanhera Estela" ser a candidata ao lugar do sr. DaSilva, vulgo sapo barbudo.
Oi Adriana,
Ainda não li algo que desabonasse a Dilma e estou notando alguns artigos muito preconceituosos. Li o artigo da Sra. Cantanhêde por causa do título e vi que não se tratava de preconceito, ainda mais vindo de uma mulher. Era só para bater no governo, como sempre. Noto uma raiva intrínseca contra o governo em todos artigos escritos por essa colunista da Folha, por isso tinha parado de lê-la (um contra-senso pq continuo lendo o p&p, mas encontrei aqui um debate franco através de troca de idéias). Acho que o fato dela ser casada com o dono da agência que gerencia as campanhas do PSDB tornam seu discurso muito parcial.
Ela ataca o modelo de concessão das rodovias mas não diz que o Aécio já disse que vai seguir o modelo e o Serra vai rever os próximos contratos.
Depois diz que a Dilma é só um tampão para o Lula voltar em 2014.
Chamar o neoliberal Fernando Henrique de centro-esquerda beira um desatino.
De brinde ganhamos mais uma interpretação da insignificante pesquisa Sensus, que como já disse, é interpretada de acordo com a paixão partidária de cada um.
abs
Alô, Adriana
Talvez Ampaix fosse muito novo na década de 60 ou nem tivesse nascido. Deve pesquisar sobre a guerrilheira Estela, sobre quem pesa a morte de outra jovem e o roubo do cofre do Adhemar de Barros. As pessoas com ética mudam com o tempo e reconhecem seus erros publicamente, a exemplo de Fernando Gabeira.
Ou talvez porque a 'cumpanhera' tenha ajudado a fundar o PDT no Rio Grande, partido de seu guru Brizola.
A análise da jornalista me parece sóbria. Sobre o mandato-tampão, é o que a fumaça no horizonte já mostra. Neoliberal é uma marca que os esquerdistas tentaram estampar em FHC, que era esquerdista na juventude, na Faculdade de Filosofia da USP e mais tarde, caiu realmente para o centro, até pedindo que esquecessem o que escreveu. Então não parece um desatino chamá-lo de centro-esquerda.
Já declarou que não é petista mas, suas intervenções são sempre no sentido de defesa governista. E acredito piamente que a pesquisa é interpretada de acordo com a paixão partidária, como ficou claro. Eu, que não tenho essa paixão, analisei-a apenas com técnica estatística e não posso chamar a opinião de 2.000 pessoas de insignificante. Somente 200 e tantas declaram que votariam em um candidato(a) indicado pelo sapo barbudo.
Há ainda (espero que não se ofenda) vestígios de transtorno bipolar, porque se um dia distribui flores, outro dia sai batendo com a maça.
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