Por Giulio Sanmartini
Em 30 de outubro de 1969, tomava posse da presidência da República o general Emilio Garrastazu Médici - foto (1905/85), considerado iniciador dos anos de chumbo no regime militar.
Mas dele escreveu o dramaturgo Nelson Rodrigues, depois de um encontro que tiveram no Estádio do Morumbi (SP): “É preciso não esquecer o que houve nas ruas de São Paulo e dentro do Morumbi. No estádio Mário Filho, ex-Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio e, como dizia o outro, vaia-se até mulher nua. Vi o Morumbi lotado, aplaudindo do presidente Garrastazu. Antes do jogo e depois do jogo, o aplauso das ruas. Eu queria ouvir um assobio, sentir um foco de vaia. Só palmas. E eu me perguntava: ‘E as vaias? Onde estão as vaias?’. Estavam espantosamente mudas”.
Foi uma época de otimismo geral, a começar pela Copa do Mundo de 1970, quando a Seleção Brasileira, que foi tri campeã, formou certamente o melhor time da história dessa competição. Transpirava-se um nacionalismo que deu origem a ufanista frase “Brasil ame-o ou deixe-o”, que valeu uma paródia das mais inteligentes saídas do gênio Millôr Fernandes, criticando a influência dos Estados Unidos na vida brasileira: “Brazil, am you o day she you”.
Mas dele escreveu o dramaturgo Nelson Rodrigues, depois de um encontro que tiveram no Estádio do Morumbi (SP): “É preciso não esquecer o que houve nas ruas de São Paulo e dentro do Morumbi. No estádio Mário Filho, ex-Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio e, como dizia o outro, vaia-se até mulher nua. Vi o Morumbi lotado, aplaudindo do presidente Garrastazu. Antes do jogo e depois do jogo, o aplauso das ruas. Eu queria ouvir um assobio, sentir um foco de vaia. Só palmas. E eu me perguntava: ‘E as vaias? Onde estão as vaias?’. Estavam espantosamente mudas”.Foi uma época de otimismo geral, a começar pela Copa do Mundo de 1970, quando a Seleção Brasileira, que foi tri campeã, formou certamente o melhor time da história dessa competição. Transpirava-se um nacionalismo que deu origem a ufanista frase “Brasil ame-o ou deixe-o”, que valeu uma paródia das mais inteligentes saídas do gênio Millôr Fernandes, criticando a influência dos Estados Unidos na vida brasileira: “Brazil, am you o day she you”.
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