17 de out. de 2007

Uma diplomacia de equívocos

A política externa brasileira, durante o governo Lula, vem se caracterizando pelos equívocos que comete. Não posso entendê-los por ignorância dos diplomatas, pois o curso para fazer carreira na Casa de Rio Branco, além de eclético e muito difícil, portanto essa situação deve-se, ao que parece, à obtusidade político filosófica da sinistra figura do secretário geral do Itamarati Samuel Pinhiro Guimarães, acompanhado do obsceno assessor internacional do Planalto, professor Marco Aurélio Garcia, sem deixar de fora o inerme chanceler Celso Amorim.
Lula para essa sua atual viagem à África, além da utilidade discutível, a escolha dos paises visitados foi feito a dedo, a exceção da África do Sul, os outros três são governados por ferozes regimes autoritários, isto é, os piores entre os ruins.
Até ai tudo mais ou menos bem, não fosse a presença do presidente da democrática República brasileira, como convidado de honra nas comemorações dos 20 anos do sanguinário golpe militar que colocou no poder onde ainda está Blaise Compaoré, que para chegar onde está mandou assassinar seu antecessor. Essa participação de Lula, desagradavelmente legitimou um regime de exceção.
Lula, como se não bastasse pousou (foto) junto com o ditador sob o baldaquim mandado fazer especialmente para o evento. (G.S.)

“Maior país “africano” fora da África, o Brasil tem um inquestionável imperativo histórico em relação ao continente próximo. Consiste em recorrer, como política de Estado, ao decantado e diversificado rol de afinidades e à imensa simpatia que as suas populações nutrem pelos brasileiros para dar uma contribuição substantiva ao desenvolvimento da democracia e ao progresso econômico-social africanos. Não é tarefa simples, decerto. A cultura autoritária é antes a regra do que a exceção na escarpada topografia política gerada pela criminosa colonização européia, que pouco evoluiu, para melhor, depois da independência, entre outros motivos devido ao apoio dado pelo Ocidente a regimes autocráticos os mais diversos. Neles, a brutalidade com que seus ditadores ascendem e se mantêm no poder só não é maior do que a corrupção a que eles e suas claques se dedicam, sangrando desapiedadamente os seus infelizes súditos.”

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