Tambor é aquele coelho na versão Walt Disney de Bambi, o livro de Felix Salten.
O pai de Tambor, a certa altura o admoesta: “se não tiver algo de bom para falar, não fale”.
Não vou chegar a este extremo. Há tanta coisa que não funciona no Brasil que não dá para deixar de falar sobre as más ações das pessoas.
Mas isto não nos desobriga de falar em alto e bom som quando experimentamos na própria pela a competência de um centro de excelência.
Anteontem, no meio da tarde subitamente tive um problema de saúde que poderia ser sério quando estava sozinho em casa. Por sorte consegui me comunicar por telefone, o porteiro do prédio arrombou minha porta o SAMU me prestou primeiros socorros e fui levado ao Pronto Socorro de Porta Alegre para exames, ficando lá sob observação durante umas vinte horas.
Na realidade é o mesmo pronto socorro a quem o Moacyr Scliar já dedicou uma ode de louvor, mas o que é bom deve ser louvado tantas vezes quanto for possível.
Se você pensa no programa ER (Emergency Room), errou feio. Neste Pronto Socorro não se ouvem gritos, não há correrias. Há pessoas andando firmemente, falando calmamente, mantendo a calma seja o que esteja ocorrendo. Passei a noite conversando com médicos, enfermeiros, estagiários, residentes, etc. Um deles trouxera um CD de Jazz clássico que ouvíamos baixinho no cantinho da sala de emergência onde estava minha maca. Falávamos de música e livros. Notei que muitos dos enfermeiros estão estudando, para terem uma alternativa se sofrerem muito desgaste com a atividade. Comentei como eram bem humorados. Um dele me disse que o dia que não pudesse ficar bem-humorado fatalmente teria de deixar aquele tipo de serviço.
As conversas eram entrecortadas pela chegada de pacientes esfaqueados, acidentados, pessoas que haviam sofrido quedas, crianças e velhos em crise respiratória. Aquele que eram necessários simplesmente interrompiam o que diziam e se juntavam à equipe em ação.
Eu já tivera oportunidade de observar algo parecido em Joinville-SC quando um filho meu sofreu uma queda, mas no Pronto Socorro de lá eu era uma pessoa conhecida de alguns dos médicos de plantão. Aqui eu era simplesmente alguém que foi trazido por estar numa situação emergencial.
Sei que este serviço é um patrimônio de excelência de Porto Alegre e que estamos garantidos da sua continuidade por enquanto. Apenas espero que um dia o aparelhamento das instituições que são centros de excelência do país não vá atingir este tipo de organização.
Um presidente que não sabe julgar sem partidarismo o desempenho de seu predecessor pode até acabar com este tipo de serviço.
Se você pensa no programa ER (Emergency Room), errou feio. Neste Pronto Socorro não se ouvem gritos, não há correrias. Há pessoas andando firmemente, falando calmamente, mantendo a calma seja o que esteja ocorrendo. Passei a noite conversando com médicos, enfermeiros, estagiários, residentes, etc. Um deles trouxera um CD de Jazz clássico que ouvíamos baixinho no cantinho da sala de emergência onde estava minha maca. Falávamos de música e livros. Notei que muitos dos enfermeiros estão estudando, para terem uma alternativa se sofrerem muito desgaste com a atividade. Comentei como eram bem humorados. Um dele me disse que o dia que não pudesse ficar bem-humorado fatalmente teria de deixar aquele tipo de serviço.
As conversas eram entrecortadas pela chegada de pacientes esfaqueados, acidentados, pessoas que haviam sofrido quedas, crianças e velhos em crise respiratória. Aquele que eram necessários simplesmente interrompiam o que diziam e se juntavam à equipe em ação.
Eu já tivera oportunidade de observar algo parecido em Joinville-SC quando um filho meu sofreu uma queda, mas no Pronto Socorro de lá eu era uma pessoa conhecida de alguns dos médicos de plantão. Aqui eu era simplesmente alguém que foi trazido por estar numa situação emergencial.
Sei que este serviço é um patrimônio de excelência de Porto Alegre e que estamos garantidos da sua continuidade por enquanto. Apenas espero que um dia o aparelhamento das instituições que são centros de excelência do país não vá atingir este tipo de organização.
Um presidente que não sabe julgar sem partidarismo o desempenho de seu predecessor pode até acabar com este tipo de serviço.
2 comentários:
Hi, Joe.
Terceiro comentário que estava em post errado. Acho que fiquei afetado pelo teu peripaque.
Primeiramente, que bom que estás bem. Teu post compensa as imagens que vi no jornal da noite sobre a superlotação dos hospitais em PA, que comentei em outro post, mas ressaltando que se via, apesar do excesso de doentes, a limpeza reinante. E, como dizes, que sorte (e eu completo) de não estar no Rio. Poderíamos estar aqui lamentando tua ida...
Espero que possamos continuar te lendo por muito tempo!
Obrigado Magu
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