O artigo da Adriana Vandoni sobre ser reaça me despertou lembranças. No fim da década de 60 quando eu estava no fim do ensino médio, meu apelido na escola era de Reaça.
Todos aqueles congregados marianos e socialistas namoravam com o marxismo.
Minha família, com parentes da Europa Oriental que haviam estado nas forças inglesas durante a guerra (Forças Armadas Tchecas no exílio), sabia exatamente o que estava ocorrendo com os poucos que haviam retornadO ao seu país após a tomada pelo poder pelos comunistas.
Os que conseguiram fugir e voltar para a Inglaterra descreviam um terror idêntico ao temor das SS e da Gestapo no tempo dos nazistas.
A indústria tcheca, antes da segunda guerra uma das mais modernas foi sucateada pelos russos que levaram os melhores equipamentos para Rússia como se o país fosse uma nova colônia.
Eu tentava contar isto e muito mais. Num Rio Grande do Sul brizolista isso pegava muito mal.
Todos os relatos de pessoas oriundos do Gulag, passavam por propaganda americana.
Foi o mal do século XX. Aceitava-se qualquer coisa que os russos faziam. Não se aceitava nada que os americanos faziam.
Mas para quem não fosse fã de carteirinha foi óbvio que os fuzilamentos em Cuba não tinham muito a ver com justiça. Tinham tudo a ver com quem iria lotear o poder.
Hoje sabemos que também tinham a ver com a sede de sangue, a psicopatia do CHÊ.
Nós reaças éramos os que criticávamos a cega obediência e irrestrito apoio a todas as idéias que vinham de Moscou ou Beijing.
Inclusive citávamos as purgas de Moscou em 1936, o saque do tesouro da Espanha no fim da Guerra Civil, em que o lastro ouro da economia foi integralmente entregue à Rússia pelos nacionalistas e nunca foi devolvido.
Para termos uma idéia, em 1936 o COMINTERN braço exportador da ideologia russa executou não apenas russos. Fez uma reunião de estrangeiros que trabalhavam pelo comunismo e não raro executou alguns para purificar a revolução. Citávamos a invasão da Hungria e a execução de Imre Nagy (que era comunista mas que queria abandonar a fidelidade cega ao modelo russo.
Tudo isto apenas rendeu a pecha de reaças aos que se atreviam a sugerir que o comunismo estava podre.
Bem, a geração dos não reaças daquela época está no poder no Brasil hoje.
E nós, os reaças daquela época estamos confirmando que eles só se prestavam para palanques. Não tem o gosto da administração. Gostam é do poder.
É nós reaças podíamos ser paranóicos. Mas os paranóicos as vezes tem razão. Estão sendo perseguidos.
Eu tentava contar isto e muito mais. Num Rio Grande do Sul brizolista isso pegava muito mal.
Todos os relatos de pessoas oriundos do Gulag, passavam por propaganda americana.
Foi o mal do século XX. Aceitava-se qualquer coisa que os russos faziam. Não se aceitava nada que os americanos faziam.
Mas para quem não fosse fã de carteirinha foi óbvio que os fuzilamentos em Cuba não tinham muito a ver com justiça. Tinham tudo a ver com quem iria lotear o poder.
Hoje sabemos que também tinham a ver com a sede de sangue, a psicopatia do CHÊ.
Nós reaças éramos os que criticávamos a cega obediência e irrestrito apoio a todas as idéias que vinham de Moscou ou Beijing.
Inclusive citávamos as purgas de Moscou em 1936, o saque do tesouro da Espanha no fim da Guerra Civil, em que o lastro ouro da economia foi integralmente entregue à Rússia pelos nacionalistas e nunca foi devolvido.
Para termos uma idéia, em 1936 o COMINTERN braço exportador da ideologia russa executou não apenas russos. Fez uma reunião de estrangeiros que trabalhavam pelo comunismo e não raro executou alguns para purificar a revolução. Citávamos a invasão da Hungria e a execução de Imre Nagy (que era comunista mas que queria abandonar a fidelidade cega ao modelo russo.
Tudo isto apenas rendeu a pecha de reaças aos que se atreviam a sugerir que o comunismo estava podre.
Bem, a geração dos não reaças daquela época está no poder no Brasil hoje.
E nós, os reaças daquela época estamos confirmando que eles só se prestavam para palanques. Não tem o gosto da administração. Gostam é do poder.
É nós reaças podíamos ser paranóicos. Mas os paranóicos as vezes tem razão. Estão sendo perseguidos.
2 comentários:
Contra fatos inexistem argumentos. A história é mestra e a natureza é mãe. Todos estes libertadores do povo nada mais são do que escravocratas, a maioria não frequentou f´zbrica, o corredor de um cafezal. O suor deles é a vacina antiáids.
Alô, Ralph.
A família de meu pai saiu da Itália para o Brasil dois anos antes da eclosão da primeira guerra mundial. Meu pai, com 18 anos, voltou para a Itália em 1924, para o serviço militar. Em 1923, Mussolini tinha criado o conselho facista e em 1925 instalou-se a ditadura fascista. Ao ver a bagunça que se instalou, meu pai deixou de ser 'carabinieri' no começo de 1926 e voltou definitivamente para o Brasil.
No meu início do ensino médio, 1958/9, eu tinha tendências, por influência dos socialistas utópicos (Saint-Simon, Fourier, Blanc, Proudhom, Owen). Comecei a participar das reuniões e congressos da UEE (União Estadual dos Estudantes). Após dois anos de observação do que classifiquei de 'aquela bagunça', pude ver que de lá não sairia nada, a não ser os grupos que tinham interesse em ser a eventual nomenklatura. Em 1963, abandonei de vez a zona. Após o golpe militar de 1964, não fui incomodado pela repressão, talvez por ser apenas um zé mané. Para não perder o 'timing', mantive contato com o pessoal da Filosofia da USP (um amigo estudava lá) até tomar porrada, de novo como zé mané pois, já não era minha praia, na 'batalha da Maria Antonia, em Outubro de 1968, de onde me escafedi. Estavam lá também Tozzi, Luiz Travassos, Dirceu, entre outros e, este último, conseguiu ser da nomenklatura.
É interessante ver hoje o primeiro caderno de Serra, http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/uee.html
como se aquilo tivesse sido discutido, em ordem, em um congresso pacífico. Quem lê o documento hoje não tem idéia do que era a época.
Para não perder a moda do momento, também sou 'reaça' desde 1963. Fiz este pequeno histórico para justificar o reacionarismo diante desse grupo de comunistas (ou apenas espertos) que assola o país desde aquela época.
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