29 de nov. de 2007

Renan, renúncia, sucessão e CPMF

Por Chico Bruno

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) dá sinais que vai renunciar à presidência do Senado antes do seu julgamento no plenário na terça-feira (4). Com este gesto, ele espera ser absolvido pelos seus pares, no segundo processo em que é pedida a sua cassação por quebra de decoro parlamentar.
Se Renan optar pela renúncia, o Senado é obrigado pelo regimento, corridos de cinco dias úteis de prazo da vacância do cargo, eleger novo presidente.
O julgamento está marcado para o próximo dia 4. Se Renan renunciar neste dia, o plenário do Senado será obrigado a escolher o sucessor no dia 11.
Essa mistura de julgamento e renúncia de Renan, escolha do sucessor e CPMF dá ao senador alagoano a faca e o queijo para encostar o governo e o PT na parede.
A imprensa, ainda, não percebeu, mas Renan, mesmo licenciado, é quem dá as cartas na Mesa Diretora. A idéia de colocar a verba indenizatória na internet, quem faturou foi Tião Viana, o interino, mas o autor é Renan, que com isso emparedou os senadores resistentes a votar pela sua absolvição.
Quem acompanha as sessões no Plenário do Senado, já percebeu com que desenvoltura a secretária da Mesa, Cláudia Lyra, opera em favor de Renan.
Na verdade quem dirige as sessões é ela. Os microfones abertos da Mesa do Senado deixam escapar pela TV Senado os alertas que Cláudia emite a quem esteja presidindo as sessões, principalmente para cassar a palavra de senadores que votaram pela cassação de Renan no primeiro processo.
O governo está nas mãos de Renan e, por isso talvez, prefira que ele renuncie depois da votação da CPMF.
Pesa contra a tese, a perspectiva de que Renan, absolvido por seus pares, desista da renúncia.
Esse é um imbróglio para ninguém botar defeito.

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