5 de dez. de 2007

Até quando?

Por Chico Bruno

A sessão plenária que absolveu, pela segunda vez, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) comprovou que o Senado é uma casa de compadrio.
Durante quase sete meses Renan foi acossado por denúncias de todos os tipos, inclusive, uma fulminante, que dava conta que Renan usou o gabinete para saliências com Mônica. Acusação contida em telefonema gravado, a prova mais fácil de ser materializada, por isso mesmo desconsiderada pelas excelências.
Com a renúncia a presidência do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) cumpriu sua parte no acordo feito com alguns senadores da base aliada do governo e da oposição.
Depois de cinco horas de sessão, 48 senadores cumpriram o acordo. Renan foi absolvido da acusação de quebra de decoro parlamentar.
Vale lembrar, que mais uma vez, alguns senadores mentiram a Folha de São Paulo. Em 12 de setembro, 45 asseguraram ao jornal que votariam pela cassação. Contados os votos, apenas 35 votaram como afirmaram. Dez mentiram a Folha. Agora, em quatro de dezembro, 43 afirmaram ser pela cassação, mas apenas 29 confirmaram os votos, portanto 14 mentiram.
Renan, após a renúncia, afirmou, em tom de ironia, que não resta dúvida de que o que estava em jogo era a cadeira de presidente, creditando a renúncia a sua absolvição.
- Fica claro que o que estava em jogo era a cadeira de presidente do Senado, tanto que o ato contínuo a minha renúncia foi o debate da sucessão. O processo político é assim mesmo - disse Renan.
A declaração de Renan é um escárnio, pois demonstra que ele tem razão. Quer dizer que Renan não serve mais para presidente, mas serve para continuar senador, apesar de todas as evidências de quebra de decoro.
O alagoano sabia que a renúncia iria abrir caminho para uma tranqüila vitória no julgamento pelo plenário que ele nem votou, ao contrário do primeiro julgamento.
O resultado não foi o que os leitores de sítios e blogs esperavam, haja vista, que quase 95% dos que votaram nas enquetes queriam a cassação de Renan.
E é aqui, que fica a pergunta. O que está acontecendo com a opinião pública brasileira, que resume sua indignação a comentários na internet?
De 2003 até hoje já aconteceram coisas do arco da velha no país e nadica de nada da opinião pública ganhar as ruas. Deputados e senadores andam pelas ruas do país sem ouvirem nenhuma palavra de censura. Talvez por isso, se lixem para a voz rouca das ruas, pois sabem que não serão incomodados.
Antigamente havia um dito popular que afiançava que o “saco está enchendo”. Agora parece que o saco do brasileiro está furado.
Será que descrença tomou conta do país?
Vamos aguardar e ver até quando o povo vai aceitar ser levado no gogó pelos políticos.

Um comentário:

tunico disse...

Para piorar, agora à tarde o Presidente da Comissão de Ética,Leomar Quintanilha, sem avisar os membros da mesma, arquivou as outras acusações. Pura e simplesmente. No outro lado, Pedro Simon depois de se comprometer por escrito a votar contra a CPMF, avisou que votará a favor. Não sei quanto isto custou mas deve ter sido muito.

Adriana, se a gente aqui da arquibancada não se levantar e invadir o campo do jogo, vamos nos ferrar!