Por Giulio Sanmartini
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há tempos só fala uma coisa: a aprovação da prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Diz e repete que será impossível governar sem ela. Compra, pressiona e extorque os senadores para que a aprovem. Os que se colocam contra, são alvo de suas ofensas e chamados até de sonegadores de impostos.
Mas como sói, nos momentos difíceis ele perde a coragem e foge. Dessa vez, quando o quadro não se desenha favorável à aprovação da CPMF, ele vai fazer uma viagem que como explicou desolado o ministro das Relações Institucionais José Múcio Monteiro (foto), tentando justificar a inoportunidade da ausência presidencial: “O presidente tem uma brutal agenda no exterior e disse que vai ter que ir"
Os compromisso são da maior importância e que se dane a CPMF. Lula visita Argentina, Bolívia e Venezuela entre os dias 9 e 13 deste mês. O único dia que cumprirá agenda em Brasília será na terça-feira (11). O presidente embarca no próximo domingo (9) para participar da posse de Cristina Kirchner, em Buenos Aires, na segunda-feira (10). Mas no dia seguinte à tarde, Lula vai à Bolívia para negociar a retomada de investimentos da Petrobras no país. Depois, na quinta-feira, ele se encontra com o colega venezuelano Hugo Chávez, em Caracas.
Desses compromissos, digamos, o mais importante, seria a posse da presidente da Argentina, que sem a quebra do protocolo diplomático, haja vista o problema interno, justificaria o envio de um representante. Não será numa tarde que se resolverá coisa alguma com a Bolívia e quanto a Hugo Chávez, bem, deixa isso pra lá...
O ministro da Fazenda Guido Mantega faz ver que o temor do governo não é só com a reação dentro do país com uma derrota no Senado, mas que agências internacionais que analisam a saúde econômica de países emergentes colocaram a não-prorrogação da CPMF como um fator de risco para o Brasil. As agências poderiam causar problemas para o país e não chegar investment grade [grau de investimento] das
Estes contumazes sumiços do presidente em momentos cruciais, já deixaram de ser uma coincidência e dão a certeza que quando a “juripoca pia” Lula mija na perna.
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