17 de dez. de 2007

Governo não tira lição da derrota

Por Chico Bruno

O fim da CPMF, além da perda de receita, criou um bate-cabeça no governo, a ponto do presidente Lula desmentir o ministro Guido Mantega (Fazenda). Está formado um grande auê nas hostes governistas.
Até o ex-ministro e ex-deputado cassado José Dirceu dá pitaco. Injuriado com o desempenho da oposição no Senado ameaça com frases de efeito e previsões de um futuro negro para o PSDB e o DEM.
Nesta semana que antecede o Natal, o ministro José Múcio (Relações Institucionais) e os líderes do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), do PT e do bloco governista, Ideli Salvatti (SC), do governo no Congresso Nacional, Roseana Sarney (PMDB-MA) e do PMDB, Valdir Raupp (RO) tem a missão de assegurar R$ 90 bilhões para os cofres da União em 2008.
A tarefa é espinhosa, eles tentarão reconstruir as pontes com a oposição a fim de aprovar em segundo turno a prorrogação, até 2011, da Desvinculação das Receitas da União (DRU). Essas pontes foram detonadas, após o enterro da CPMF, pelo presidente Lula e seus ministros que desancaram a oposição.
Para repetir a votação do primeiro turno, os parlamentares da coalizão governista dependem dos votos do DEM e do PSDB para manter o dispositivo.
O governo precisa imediatamente deixar de fazer política com o fígado e passar a tratar a oposição com fidalguia, pois a oposição tem instrumentos para adiar a votação ou em último caso derrubar o mecanismo.
A situação ao que parece não tirou nenhuma lição da derrota da CPMF.
Pelo menos é o que se depreende da declaração da líder do PT, Ideli Salvatti (SC).
- Eles podem fazer ameaças, mas recuso-me a acreditar que isso seja para valer. A CPMF muda a operacionalidade de políticas públicas, mas a DRU tem um efeito no risco País, na Bolsa de Valores e em investimentos.
Vale lembrar, que sem a DRU, todo o Orçamento Geral da União será vinculado às rubricas aprovadas pelo Congresso Nacional. Com isso, a liberdade de remanejar 20% das receitas vai para o brejo e Lula terá de governar engessado até dezembro de 2010.
Ou o governo baixa o tom e diminui o radicalismo ou pode amargar uma nova derrota de conseqüências imprevisíveis para a continuidade do governo Lula.

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Adriana.

Acho até bom o presimente comer publicamente o ra... do manteiga. Mas o sujeito é tão liso que, mesmo sendo professor, não tem a hombridade de, desautorizado publicamente pelo chefe, pedir demissão. Ô raça...

Anônimo disse...

Já imaginou o Lula engessado na boca, também? Nem ia poder se fartar de churrasco e bebida nem ia poder se declarar uma metamorfose ambulante. Opaís teria um pouco de sossego. Quem ia chorar era o Chávez.