O que fazer? Tem que vir mesmo. Mas, mudar os acontecimentos, isso é parte nossa e 2008 nada pode fazer se a gente, ou melhor, o governo, realmente quiser. É, principalmente, mais que uma questão de postura política. É uma questão de atitude, de responsabilidade de quem governa e tem nas mãos o destino de milhões de pessoas existentes e das que virão a existir. O Brasil não pode ser pensado em resultados eleitorais. O presidente já passou da hora dos discursos que não são otimizados pela sua equipe. Ele dizia há um ano que 2007 seria o ano da redenção brasileira e veio com força o tempo dos pacotes que agora diz ter “ojeriza”. Foi só mais um discurso confirmado pelo que sente do pacote que não desempacotou.
Não da minha intenção ser ácido nos meus escritos. Gostaria imensamente de terminar este ano com artigo de muitos elogios ao governo. Busco por essa felicidade assim como esperei por ela em outros governos. Foram 31 anos para, de concreto efetivamente, só existir o Plano Real. Tudo que de bom foi pensado sempre ficou nas planilhas da execução. Falar que avançamos é mentira. Fomos empurrados pelo mercado e pela crença de investidores que bem conhecem onde tem sangue a ser sugado. Um País só avança quando, em conjunto, a sua estrutura educacional, de saúde, de segurança social e contratual nos seus negócios recebe a confiança de todos, internos e externos. Isso não é possível conseguir com o perfil da política brasileira, autora de escândalos e posturas que deixariam Maquiavel rubro de tanta vergonha.
Jogar para cima do Congresso Nacional, especificamente o Senado, a falta de investimento na saúde que é coisa de era nos Brasil, é algo de muita demagogia e o presidente não precisava ter usado dessa estratégia em seu discurso. Esqueceu que está a frente do governo há cinco anos e nada ou quase nada foi feito, efetivamente, pela ação do governo. Da CPMF, pensava apenas nas cifras oriundas dela. Em nenhum momento pregou pelos benefícios da CPMF. Jamais foi consistente na defesa dos enunciados que a deram origem e nos eficientes mecanismos fiscais advindos dela. Dizer agora que a falta da CPMF vai truncar e impedir que seja implementado o projeto para que todas as crianças de escolas públicas tenham consultas médicas regulares, inclusive “dentistas e oculistas” é de um pensamento infantil para não dizer ingênuo. Não estamos tão esquecidos da promessa de 10 milhões de empregos. Não consigo encontrar os parâmetros considerados para o estabelecimento da linha do que pode ser definida como classe média dita pelo presidente que “14 milhões de brasileiros ingressaram na classe média”. É um milagre. Além do que, classificar como tal determinado grupamento social e seus ganhos, deveria existir uma estrutura de atendimento e qualidade de serviços prestados pelo estado para resultar em ganhos efetivos.
É, senhor presidente. Não se deixe enganar pelos números ainda mais quando eles representam percentuais. Lembre-se: 100% de 1 são 2. Os assalariados, que não têm as contas pagas como o senhor, andam preocupados com o aumento dos alimentos. Algumas nuvens cinzentas no horizonte, anunciam cautela e muita ousadia nas medidas para manter o Brasil no ritmo que está. Afinal, governar sozinho é muito difícil e solidão não traz paz para ninguém. Repito outros escritos passados: ainda está em tempo de mudar sua equipe. Ela é muito pesada e pode leva-lo junto para o fundo do poço. Só propor ou dizer que vai fazer não basta se não existe uma equipe para executar.
Assuma que a nossa economia não cresceu os desejados 5%. Chegou mais em razão de mudanças nos índices de cálculos e seus componentes de cesta de avaliação. Mire-se no exemplo de outros países que sem mudanças nos cálculos, cresceram bem mais do que nós. Já que o senhor é o presidente do Brasil, não me resta senão, torcer para que acerte. Mas que tá difícil, não tenha a menor dúvida que tá. Obrigado pelo agradecimento às minhas críticas. Continuarei, para ser merecedor de novos agradecimentos em 2008.
Jogar para cima do Congresso Nacional, especificamente o Senado, a falta de investimento na saúde que é coisa de era nos Brasil, é algo de muita demagogia e o presidente não precisava ter usado dessa estratégia em seu discurso. Esqueceu que está a frente do governo há cinco anos e nada ou quase nada foi feito, efetivamente, pela ação do governo. Da CPMF, pensava apenas nas cifras oriundas dela. Em nenhum momento pregou pelos benefícios da CPMF. Jamais foi consistente na defesa dos enunciados que a deram origem e nos eficientes mecanismos fiscais advindos dela. Dizer agora que a falta da CPMF vai truncar e impedir que seja implementado o projeto para que todas as crianças de escolas públicas tenham consultas médicas regulares, inclusive “dentistas e oculistas” é de um pensamento infantil para não dizer ingênuo. Não estamos tão esquecidos da promessa de 10 milhões de empregos. Não consigo encontrar os parâmetros considerados para o estabelecimento da linha do que pode ser definida como classe média dita pelo presidente que “14 milhões de brasileiros ingressaram na classe média”. É um milagre. Além do que, classificar como tal determinado grupamento social e seus ganhos, deveria existir uma estrutura de atendimento e qualidade de serviços prestados pelo estado para resultar em ganhos efetivos.
É, senhor presidente. Não se deixe enganar pelos números ainda mais quando eles representam percentuais. Lembre-se: 100% de 1 são 2. Os assalariados, que não têm as contas pagas como o senhor, andam preocupados com o aumento dos alimentos. Algumas nuvens cinzentas no horizonte, anunciam cautela e muita ousadia nas medidas para manter o Brasil no ritmo que está. Afinal, governar sozinho é muito difícil e solidão não traz paz para ninguém. Repito outros escritos passados: ainda está em tempo de mudar sua equipe. Ela é muito pesada e pode leva-lo junto para o fundo do poço. Só propor ou dizer que vai fazer não basta se não existe uma equipe para executar.
Assuma que a nossa economia não cresceu os desejados 5%. Chegou mais em razão de mudanças nos índices de cálculos e seus componentes de cesta de avaliação. Mire-se no exemplo de outros países que sem mudanças nos cálculos, cresceram bem mais do que nós. Já que o senhor é o presidente do Brasil, não me resta senão, torcer para que acerte. Mas que tá difícil, não tenha a menor dúvida que tá. Obrigado pelo agradecimento às minhas críticas. Continuarei, para ser merecedor de novos agradecimentos em 2008.
4 comentários:
Adriana, eu tinha lido o seu desabafo "vá se danar!" lá atrás, há um ano. Li de novo hoje. Acho que esse seu texto deve ser muito mais divulgado. Ontem, depois de assistir com ânsia de vômito a declaração deste senhor que se arvora Salvador da Pátria como um Sassá Mutema piorado mais parecido com um Odorico, creio que seu texto deve ser espalhado aos 4 ventos. É o que penso, é o que muita gente pensa.
Temos que desmitificar esse pulha.
Caro Dr. Raphael:
Que belo texto. Parabéns!
Temos muito em comum, pois penso exatamente como você. Nunca votei no PT, porém quando do primeiro mandato, torcí para que todas ou ao menos algumas das promessas de campanha, se fizessem realidade, porém não foi o quê vimos. Ou pior, uma sucessão de cooptação, desmandos, falcatruas e beneficiamentos de parentes e companheiros de partido e aliados.
Um grande abraço e excelente Ano Novo, como digo sempre, se aquela cambada deixar.
No meu entendimento o que elegeu Lula foi o apoio dado pela UNE,OAB,CNBB,a mobilização da sociedade acreditando nas propostas de todo tempo defendida pelos petistas,uma vez que o Fernado Henrique desdisse o que sempre foi escreveu e pregou,o povão se sentiu ludibriado e descarregou toda as esperança no Lula.
O barbudo agiu exatamente como o FHC,pior ainda, deu continuidade a mesma política.O povo votou por mudanças que não vieram, o PT continua com o mesmo eleitorado e ainda maior com as bolsas etc.
O PSDB vem com que? Com as mesmas promessas de FHC? Qual a militância dos tucanos?
Vota no PSDB e o PT vem com um arrastão e toma tudo de novo, e vai ficar assim?Na peteca? Qual a expressão política que temos para apear o PT do poder, a meu ver não essas figurinhas carimbadas que temos assistido na TV.
Só o poder judiciário,diante de uma descoberta inédita pode fazer isso.Nossos políticos gostam de pouco verbo e muita verba,e a alavanca que move o mundo deles é segredo de estado.
Eu não quero votar em nenhum desses que estão ai, em quem votar? no menos pior? no PT jamais,não gosto da catinga deles, na turma do FHC também não,Não quero nem escapar fedendo nem morrer cheiroso.
Aqui na minha região, do Litoral Norte de São Paulo, há uma Ong, denominada Olho Vivo que age em duas frentes: junto ao Ministério Público, denunciando as falcatruas e também cooptou um Partido nanico para lançar candidatos a cargos legislativos e assim poder agir de dentro da Câmara Municipal. O pessoal reconhece que não pode se eleger para cargos do executivo, por falta de grana, mas está começando a agir no sentido de moralizar a política local, pelo menos, com o blog, as reuiões semanais dos participantes e as candidaturas.
Foi a decepção mesmo que gerou esta iniciativa. Mas um de seus feitos realmente deu um dos frutos capazes de erradicar um grande foco de corrupção da política: foi iniciativa da Ong, junto com o Ministério Público entrar com as ações contra o nepotismo.
É pouco, mas já é uma iniciativa de mudança, pois não sabemos mesmo a quem correr. Os simpatizantes do PT foram traídos e os simpatizantes da Oposição não tem fatos novos, mesmo porque muitos dos erros do presente foram inaugurados ou continuados por eles durante suas gestões. É uma pena!!! E viva Renan!
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