9 de dez. de 2007

Série: a corrupção em Mato Grosso II

Depois das denúncias virem a público e o MCCE fazer a manifestação com um varal de calcinha em frente a Assembléia de MT, o deputado Humberto Bosaipo fundou uma igreja e se tornou pastor evangélico (veja as fotos). Será o próximo a ocupar uma vaga vitalícia no Tribunal de Contas do Estado, onde analisará e julgará a correta aplicação de recursos públicos. Será ele um dos que decidirão sobre a probidade ou não de gestores públicos.
Riva segue aumentando seu poder de comando na Assembléia de MT e alimenta o sonho de governar o estado.
Uma luz no fim do túnel
No dia 27 de novembro o Supremo Tribunal Federal decidiu que os deputados José Riva e Humberto Bosaipo não têm imunidade parlamentar para as denúncias de crimes cometidos nas legislaturas anteriores. Agora, o Tribunal de Justiça de MT terá que prosseguir no julgamento dos processos penais contra os dois deputados, que já respondem a mais de 50 Ações Civis Públicas nas Varas da Fazenda Pública em Cuiabá.
Quem enfrenta
Os integrantes do MCCE: Antônio Calvacante Filho – o Cearazinho, e Gilmar Bruneto, este que no dia 1º de fevereiro sofreu agressões e tentativa de seqüestro quando estava se preparando para distribuir um material sobre os deputados estaduais que tomariam posse naquele dia. O MCCE conta com a colaboração de Ademar Adams e de Enock Cavalcanti. Além do apoio do presidente da OAB/MT Francisco Faiad.
Enock enviou-me hoje uma crítica que recebeu de um jornalista local, preocupado em defender Humberto Bosaipo e de José Riva, que você lê abaixo. Logo depois, coloco o meu comentário sobre o entrave dos dois jornalistas.


Está lá no Blog do Zaviasky, no 24 Horas News:
PLANTÃO CONTRA RIVA E BOSAIPO
Há quatro “esquerdistas” que são da "direita" bem do "centro", de plantão lendo todas as linhas dos jornais de Cuiabá. Aquele articulista que citar dois deputados, Riva ou Bosaipo, recebe cartas “dos leitores” xingando mesmo ou ameaçando até de morte. Sempre anonimamente, acusando-os sem nunca apresentar uma provinha apenas e com pseudônimos tão ridículos quanto covardes.
Já foram detectados e dois pertencem a certa “organização” que “fiscalizaria” os dois deputados por aqui sob a égide da “moralidade” praticando a imundície de receber dinheiros públicos e nunca apresentar prova alguma.
RESPOSTA DO ENOCK: Acho que o nobre e veterano jornalista Paulo Zaviasky tem todo o direito de defender os deputados Humberto Bosaipo e Geraldo Riva das acusações que lhes são feitas. Tem todo o direito de admirar os dois parlamentares e de não gostar de quem fala deles. Só que deve fazer isso de forma aberta, sem ficar falando em ameaças de morte e outros exageros que não pode provar.
O Ministério Público Estadual e também o Ministério Público Federal apresentaram contra Riva e Bosaipo uma série de acusações. Propuseram na Justiça, inclusive, uma série de ações, com robustez de provas. Mas, como se sabe, os processos não avançaram, não existe julgamento, logo, Riva e Bosaipo são inocentes.
Reafirmo, é fato insofismável: à luz do que existe na Justiça, até aqui, em que vários processos estão em andamento, Riva e Bosaipo são inocentes.
Mas será que eles manterão esta situação se os processos avançarem?!
Pelo jeito, o Paulo Zaviasky tem uma opinião, eu tenho outra.
Esse é um debate que é natural que se estabeleça em uma democracia como a nossa.
Os adversários de Lula estão aí, por todos os cantos, a afirmar que o nosso atual presidente é corrupto, conivente com a corrupção e muitas coisitas mais. A Justiça, infelizmente, não confirma estas acusações, esse negócio que tantos gostam de dizer que Lula sabia e teria mesmo sido um dos planejadores do mensalão. Só que ninguém pode tirar de quem acusa Lula o direito de acusá-lo, de debater abertamente a questão, apresentando de público as suas suspeitas. É assim que se vivencia a democracia. O fato de Lula ser presidente da República, não o isenta das criticas, as mais ácidas possíveis. Para os exageros, haverão sempre os remédios da Lei.
Postura semelhante é a que eu, o Ademar Adams, o Cearazinho, o Gilmar Bruneto, e outros componentes do MCCE em Mato Grosso adotamos com relação a Riva e a Bosaipo. Com base nos processos apresentados pelo digno Ministério Público Estadual, apresentamos de público as nossas suspeitas. São muitos os que nos criticam por isso - e todo mundo sabe que o Gauchinho chegou a ser agredido, recentemente, nesta sua militância, o que evidentemente traduziu uma reação criminosa contra uma postura perfeitamente legal adotada pelo Gauchinho.
Quanto ao Paulo Zaviasky, se ele gosta de citar e elogiar o Riva, é evidente que ele também precisa aprender a conviver com as criticas e os reparos que esta sua postura pode provocar. Para os exageros, haverá sempre o remédio da Lei. É da democracia. Confiram nos comentários do RD News, ou no Click MT, a virulência com que as pessoas comentam as noticias e as práticas de nossos políticos. Alguns exageros acontecem, mas esse é o preço da construção democrática.
Claro que Riva e Bosaipo não seriam criticados por ninguém se não tivessem se envolvido naqueles episódios que deram origem aos processos do Ministério Público, não é mesmo?!
Então, ficamos conversados assim. A disputa continua. Eu acho que Riva e Bosaipo devem sérias e profundas explicações à sociedade mato-grossense mas cabe à Justiça decidir isso. O lastimável é que esse debate seja tolhido na maior parte de nossa mídia.
Fico daqui imaginando: o que será de Riva e Bosaipo se essa questão dos processos volumosos contra eles for tratada, como deveria ser tratada, com o devido destaque, no noticiário das emissoras de tv, nos três jornais diários de Cuiabá, nas emissoras de rádio, e tal e tal? Minha avaliação é que os dois atuam, de forma intensa, para que isto não aconteça. Daí o fato da Assembléia Legislativa ter se transformado em uma das maiores patrocinadoras dos veículos de comunicação pelo Mato Grosso afora. É a minha avaliação. Quem pensar diferente tem todo o direito de se manifestar. Quem entender que eu exagero, tem todo direito de ir à Justiça em busca do necessário equilíbrio. E a gente também acredita que a Justiça vai se aperfeiçoando à medida que é acionada e suas ações também são expostas e discutidas.
Pois é. É assim que se vivencia a democracia. Às vezes dói. Às vezes nos faz sorrir. De qualquer forma, democracia é uma forma superior de organização da humanidade que nos precisamos e devemos aperfeiçoar em nosso dia a dia.

Comentário meu:
Meu caro Enock, esse tipo de jornalismo que critica o movimento anticorrupção não vale um pequi roído, como se diz por estas bandas. É um tipo de jornalismo adesista pela própria natureza, por isso mesmo, sem crédito algum.

Mas um dos expoentes da turma costuma fazer sempre com ataques pessoais e inundadas por rancor e recalque pelo insucesso que norteou sua vida profissional. Bananas, bananas, bananas, seus textos sempre confusos, e quando não estão denegrindo a imagem de pessoas, de forma vil, pois não critica ações, mas pessoas, são textos de profundo puxa-saquismo. Não duvido que o escrito tenha sido feito já de olho em algum empreguinho no tribunal de contas.
A luta pela moralização é muito maior que este degradante arremedo de jornalismo. Vá em frente, você, o Ademar, o Cearazinho, e Gilmar e tantos quanto quiserem chegar para colaborar. E nunca se esqueça, o talzinho aí, não vale um pequi roído.

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