25 de jan. de 2008

Acredite, a coisa é genética!

O primo de Blairo Maggi, governador de Mato Grosso, estado responsável por mais de 50% do desmatamento brasileiro, utiliza trabalho degradante em sua fazenda. Foi o que o Ministério do Trabalho descobriu esta semana, ao libertar 41 trabalhadores rurais submetidos a condições degradantes em uma fazenda que pertence ao grupo Bom Futuro. O grupo Bom Futuro é de Erai Maggi, primo do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR).

Leia abaixo a matéria publicada na Folha de hoje:

Ministério liberta 41 pessoas no MT, e fazenda pode ser incluída em lista de locais em que há trabalho análogo à escravidão
Grupo Bom Futuro tem como dono Eraí Maggi, primo de Blairo, que não soube dizer se sua empresa negocia com a do parente
Por João Carlos Magalhães da Agência Folha e Rodrigo Vargas da Agência Folha, em Campo Grande
O grupo móvel do Ministério do Trabalho libertou 41 trabalhadores rurais submetidos a condições degradantes em uma fazenda de Tapurah (477 km de Cuiabá) arrendada pelo grupo Bom Futuro para o plantio de soja e algodão, que tem como um de seus donos Eraí Maggi, primo do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR).
O grupo encontrou trabalhadores em alojamentos precários, usando banheiros em péssimas condições higiênicas e manipulando produtos químicos sem proteção. Quando o agrotóxico era jogado por aviões sobre as plantações, os funcionários eram atingidos.
O Bom Futuro deve ser autuado pelas irregularidades, o que gerará multa e um processo administrativo, no qual a empresa pode se defender. Se for considerada culpada, ela é incluída na chamada "lista suja", índice que concentra as propriedades onde foi encontrado trabalho análogo à escravidão.
José Pedro dos Reis, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso, participou da ação em Tapurah no último dia 18 e afirmou que, apesar de a empresa "ser bem estruturada", havia uma "discriminação" entre os funcionários. Os que ficavam na fazenda tinham boas condições para trabalhar, diferentemente dos que iam para o campo -como os libertados.
"Eles dormiam numa construção de madeira, uns dez homens enfiados num cubículo, deitados em colchões velhos e podres, uma salinha muito abafada e com um cheiro muito ruim", afirmou. "Até os representantes da empresa ficaram abismados com o que viram, mal conseguiram entrar no alojamento devido ao fedor."

Nenhum comentário: