A discussão mais envolvente é sobre os efeitos de uma recessão nos EUA nos países emergentes. Os otimistas afirmam que as economias emergentes manterão seu dinamismo, apesar dos problemas na potência número um, e darão o impulso necessário para movimentar outros países. Essa é a chamada tese do descolamento (decoupling). O mundo, segundo seus defensores, não depende mais de um único motor para continuar avançando.
(...) O Brasil e outros latino-americanos certamente estão mais preparados do que há cinco ou seis anos para enfrentar uma desaceleração das grandes economias. Mas tomar a tese do descolamento como base para a política econômica em 2008 é uma imprudência. Nada indica, no entanto, que o governo esteja disposto a mudar de atitude. Suas prioridades, neste momento, são a busca de novas fontes de receita tributária, a distribuição de cargos para os aliados e a manutenção da gastança improdutiva. Nada disso contribuirá para tornar as empresas brasileiras mais capacitadas para competir internacionalmente, numa fase de concorrência mais acirrada, nem dará ao País a flexibilidade necessária para se ajustar às condições externas menos favoráveis. Se ficar demonstrado que os emergentes estão pelo menos parcialmente descolados da economia americana e de suas dificuldades, tanto melhor. O governo é que não pode descolar-se da realidade, muito preocupante, que se apresenta a todas as pessoas informadas.
Leia a matéria em O Estado de São Paulo
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