23 de ago. de 2007

Duque da Mesma Linha

Não existe qualquer organização que possa sobreviver sem disciplina e esta, deverá ser como uma mola: se muito dura parte-se, se muito mole deforma-se.
Desde a chegadao ao poder do Partido dos Trabalhadores – PT, a disciplina vem sendo eliminada gradativamente em todas as atividades governamentais.
Os principais causadores da baderna se instala são os grupos que sempre estiveram ombro a ombro com o PT e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para entender perfeitamente essa situação vale ler o que escreve Carlos Chagas:
Havia estudantes na invasão das Arcadas, terça-feira, mas quantos eram matriculados no curso de Direito? Provavelmente poucos, porque, afinal, que motivo teriam para invadir sua própria casa? Montes de sem-terra participaram da ocupação da Faculdade de Direito de São Paulo. Não erra quem supuser também a presença de desocupados, todos contribuindo para a interrupção das aulas.
Foi um horror assistir ao mais tradicional centro de estudos jurídicos do País transformado em pátio dos milagres. A pretexto de forçar o governo a investir mais em educação, com ênfase para os menos favorecidos, os manifestantes da chamada Semana de Jornada de Lutas praticaram execrável simbologia, capaz de definir os tempos atuais. Atacaram o templo do Direito e forçaram a chegada da Polícia Militar, que nem no período da ditadura ousou ultrapassar seus limites. Desta vez, pelo menos, os soldados agiram para garantir a lei e a ordem.
A gente fica pensando o que mais pode acontecer em matéria de distorção das instituições. Imaginaram fazer a reforma agrária nos bancos que já abrigaram Rui Barbosa e Ulysses Guimarães? Ou pensaram prescindir do vestibular?
Enquanto São Paulo se horrorizava com a baderna, no Rio registrava-se outra: a invasão da sede do Incra. Talvez de acordo com o espírito galhofeiro do carioca, o MST não atentou para o fato de que essa repartição funciona no prédio um dia chamado de hi-life.
Eram famosos os bailes carnavalescos lá realizados o ano inteiro, sem considerações com a moral burguesa. A reivindicação dos sem-terra, unidos a estudantes liderados pela UNE, foi a mesma, pela melhoria do ensino. Ignora-se de que forma escolas venham a ser implantadas nos assentamentos através da ocupação de salas plenas de computadores e arquivos.
Em suma, tudo tem limite, mas a permissividade praticada pelo governo do PT parece ilimitada. Qualquer dia grupos dos sem-piscina, aliados aos sem-lancha, subirão a rampa do Palácio do Planalto.

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