12 de jan. de 2008

Lula: Não à Falta de Energia

Diante do risco de a questão da energia antecipar o debate das eleições municipais de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou a equipe de governo a afinar o discurso, contra-atacar quem usar o tema politicamente e tranqüilizar a população de que não haverá corte de luz.
A ordem é, num primeiro momento, apresentar um quadro técnico da situação dos reservatórios das hidrelétricas e explicar como funciona o sistema elétrico. Paralelamente, em um reconhecimento intramuros de que a crise pode evoluir, o governo desencadeou o chamado "plano B", acionando usinas térmicas.
A polêmica sobre um possível apagão surgiu com a declaração do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, de que o racionamento de energia "não é impossível". Depois de ouvir a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, Lula avaliou que a declaração de Kelman deveria ser esclarecida.
Ministros já começaram a orientar líderes de partidos aliados a contra-atacarem os opositores que resolverem usar o debate sobre energia na imprensa e nas tribunas do Congresso. De acordo com um parlamentar, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio, disse aos líderes que houve um "erro de comunicação".
O Palácio do Planalto, porém, já contabiliza os prejuízos com a polêmica de um possível apagão elétrico. Campanhas educativas de racionamento, por exemplo, terão de ser adiadas, em favor de um discurso que caracterize uma gestão eleitoral do tema. O governo não quer alimentar o que chama de "especulações", e Lula já avisou que não pretende "nem ouvir falar em corte de luz".
(*) Foto: Nelson Hubner

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