Durante a República Velha (1889-1930), presidentes da República viajavam de navio.
Eram viagens demoradíssimas, as comunicações eram muito precárias, e o presidente ficava vários dias sem contato com o Brasil.
Por isso, o presidente brasileiro passava o cargo ao vice-presidente. Na ausência deste, ao presidente da Câmara, ou ao presidente do Senado, ou ainda, ao presidente do Supremo Tribunal Federal.
Esta é a linha sucessória da República brasileira.
Atualmente, quando basta possuir um telefone celular para se manter em contato com o mundo inteiro, através da Internet, essa transmissão de cargo não faz mais o menor sentido.
Trata-se de um anacronismo.
Poucas coisas são tão jecas e inúteis quanto a figura patética de um vice-presidente perfilado ao pé da escada de um avião, para se despedir de um presidente que, às vezes, passa apenas 24 horas fora do país.
E ainda pior: o vice, brincando de presidente, assina uns projetos nada urgentes, visita o torrão natal – inesquecível, durante o governo Sarney, a excursão de Paes de Andrade a Mombaça. E é só.
Nos Estados Unidos, matriz do presidencialismo, o presidente jamais passa o cargo quando viaja. Continua governando mesmo a bordo do avião presidencial.
Nada acontece, a não ser o aumento da vigilância do Serviço Secreto sobre o vice, que fica quieto no seu canto.
O vice-presidente americano só assume em caso de morte ou renúncia do titular.
Já no Brasil, deve constar de algum livro de recordes a figura folclórica de Ranieri Mazzili (PSD-SP), presidente da Câmara (1958-64), que assumiu 16 vezes a presidência da República.
Já que o Aerolula é moderníssimo, equipado com os mais avançados instrumentos de navegação e comunicação, por que o presidente Lula não pode continuar governando a bordo?
Nesta semana, chegamos ao cúmulo da perversidade. O presidente Lula vai passar dois dias no exterior, e o vice-presidente José Alencar é obrigado a assumir o cargo.
Perverso, porque José Alencar está internado num hospital, lutando bravamente contra um câncer complicado.
Como não pode, ele também, sair do território nacional, terá que assumir a presidência da República e despachar dentro do quarto do hospital.
Está mais do que na hora de o Brasil abandonar a era da presidência a vapor e ingressar de vez no século XXI.
Poucas coisas são tão jecas e inúteis quanto a figura patética de um vice-presidente perfilado ao pé da escada de um avião, para se despedir de um presidente que, às vezes, passa apenas 24 horas fora do país.
E ainda pior: o vice, brincando de presidente, assina uns projetos nada urgentes, visita o torrão natal – inesquecível, durante o governo Sarney, a excursão de Paes de Andrade a Mombaça. E é só.
Nos Estados Unidos, matriz do presidencialismo, o presidente jamais passa o cargo quando viaja. Continua governando mesmo a bordo do avião presidencial.
Nada acontece, a não ser o aumento da vigilância do Serviço Secreto sobre o vice, que fica quieto no seu canto.
O vice-presidente americano só assume em caso de morte ou renúncia do titular.
Já no Brasil, deve constar de algum livro de recordes a figura folclórica de Ranieri Mazzili (PSD-SP), presidente da Câmara (1958-64), que assumiu 16 vezes a presidência da República.
Já que o Aerolula é moderníssimo, equipado com os mais avançados instrumentos de navegação e comunicação, por que o presidente Lula não pode continuar governando a bordo?
Nesta semana, chegamos ao cúmulo da perversidade. O presidente Lula vai passar dois dias no exterior, e o vice-presidente José Alencar é obrigado a assumir o cargo.
Perverso, porque José Alencar está internado num hospital, lutando bravamente contra um câncer complicado.
Como não pode, ele também, sair do território nacional, terá que assumir a presidência da República e despachar dentro do quarto do hospital.
Está mais do que na hora de o Brasil abandonar a era da presidência a vapor e ingressar de vez no século XXI.
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