19 de jan. de 2008

O crime que o governo encobre

Por Clóvis Rossi na Folha

SÃO PAULO - O governo Lula está encobrindo uma crime. Não, hidrófobos e debilóides, a acusação não é da "mídia golpista", mas de uma figura absolutamente acima de qualquer suspeita, o jurista Hélio Bicudo, próximo do PT, vice-prefeito com Marta Suplicy.
Diz Bicudo, a propósito da morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel: "O governo nunca viu com bons olhos uma investigação que levasse à descoberta da verdade, que eu não sei qual é".
Só em repúblicas bananeiras não há interesse em desvendar crimes.
E não se trata de uma vítima qualquer. Celso Daniel era, à época do crime, o coordenador do programa de governo do candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Logo, se não tivesse sido morto, acabaria certamente em uma posição de destaque no governo, a exemplo do que ocorreu com seu sucessor na coordenação, Antonio Palocci.
Mais: Gilberto Carvalho, talvez o mais próximo assessor de Lula, foi também assessor muito próximo de Celso Daniel em Santo André. Não é possível que não fique periodicamente cobrando de seu chefe empenho das instituições em apurar o assassinato.
Bicudo diz mais: o governo federal pressionou, indiretamente, o irmão de Celso Daniel, Bruno, levando-o a asilar-se na França com a mulher, Marilena Nakano. Que diabo de democracia é essa, que diabo de governo é esse que tolera ou até força o exílio de quem está apenas cobrando que as autoridades façam o seu dever e investiguem direito um crime?
O que se pretende encobrir com uma investigação mambembe? Eventual corrupção na Prefeitura de Santo André? Para que, se no governo federal viram-se coisas muito piores?
Ou algo ainda mais tenebroso, posto que Celso Daniel tinha e expunha idéias e propostas bem mais à esquerda das que acabaram sendo adotadas pelo governo petista?

5 comentários:

Anônimo disse...

Não têem interesse em desvendar esse escabroso crime, pois mostrará as entranhas deste partideco, pseudo-pregadores da ética, da transparência e provaram-nos que além de saberem roubar muito bem, encobrir e não punir os culpados, são também capazes de até assassinar. Portanto, estão completos! Bando de salafrários, crápulas, parasitas vermelhos...

ma gu disse...

Alô, Cassio.

Pois é. Acho que tenho razão quando digo que este ainda é um regime de exceção. Todos os indícios nos levam a crer nesta hipótese.

Anônimo disse...

Há uma insatisfação de parte do PT com o PT do mensalão e seus esquemas, que podem estar por trás de tudo isso. O racha do PT foi bem explicitado na eleição do Ricardo Berzoini, recentemente. Ainda bem que Hélio Bicudo vem a público denunciar a falta de vontade de investigar o assassinato.
Bem, é necessário que se investiguem também todos os esquemas que estão sustentando às vezes minúsculos municípios e que são protegidos por esses poderosos de plantão. Doce esperança a minha (ou nossa) que tenho que ver todos os dias os bandidos muito bem, obrigada.

Anônimo disse...

Li hoje no blog do Noblat que o filho de Jango quer esclarecer a morte do pai. Li ontem no jornal canal aberto, de Ilhabela, que quer-se esclarecer a morte do Delegado Fleury, em Ilhabela. Li também hoje o seguinte comentário, no Noblat:
"João Tancredo, presidente do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (IDDH), e ex-membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB, teve carro baleado perto de Vigário Geral, no Rio."

Nesta semana, teve o Delegado de São Paulo que foi baleado.O jornal canal aberto, de Ilhabela, publicou a seguinte nota sobre a política local:

"Baixaria (1)
O sumo mandatário do arquipélago mais cheio de perequeté e encantos do planeta azul – D. Manoel Marcos, o Não Sei de Nada –, afirmou, esta semana, que não tem “absolutamente nada” a ver com um jornal que foi distribuído, no final da semana passada, pelas ruas insulares. A publicação, denominada “De olho em 2008”, desce a lenha em políticos que fazem oposição ao governo manoelista e tece loas aos seus correligionários.
Manoel Marcos afirmou que, se encontrar o “De olho em 2008” sendo distribuído, vai “recolher e mandar queimar”.

Baixaria (2)
O jornal – que contém diversos erros de português e até palavrões – tem nome, mas não traz o expediente e, portanto, não se sabe quem foi o responsável pela sua produção, nem onde a tranqueira foi impressa.
Anteontem, um dos atacados pelo “De olho em 2008”, o ex-secretário de Saúde do arquipélago, Toninho Colucci, registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Ilhabela. Ele afirma que existem pistas que podem conduzir aos responsáveis pela publicação.
Se assim for, talvez possamos saber quem são os ilhéus aloprados..."

O que pretendo com tudo isso? Nem sei. Mostrar, talvez,que a bandidagem é velha, muito velha e atual, muito atual. Estamos ainda ameaçados, como sempre fomos, nada melhorou e o pior de tudo é que, na maior parte das vezes, são os próprios governos que nos ameaçam.

Anônimo disse...

Magu, caro amigo:
O regime não é de exceção e sim de "EXCREÇÃO".