29 de jan. de 2008

A polícia esbanja

População passa miséria, detentor de um dos piores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) entre os Estados brasileiros, mas o Ceará, do governador socialista Cid Gomes (PSB), pode se gabar de ter uma ilha de opulência com imunidade à crise financeira nacional. A prosperidade cearense está sediada na Secretaria de Segurança Pública, tocada desde o início do atual governo pelo delegado aposentado da Polícia Federal Roberto das Chagas Monteiro.
No final do ano passado, em novembro, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará adquiriu e começou a receber os primeiros lotes das 428 novas viaturas policiais que foram exibidas na propaganda com ostentação e estardalhaço pelo governo do Estado. Os carros fazem parte de um programa de segurança pública batizado de "ronda do quarteirão", que está sendo implementado pelo governo como promessa da campanha eleitoral de 2006, onde a segurança pública e a violência no Estado deram o tom dos debates políticos.

Carros chiques

Os automóveis comprados para fazer patrulha policial rotineira nas ruas das cidades cearenses são da marca Toyota, modelo Hilux SW4, com todos os acessórios sonhados por um consumidor de gosto muito refinado. As caminhonetes vieram super-equipadas com direito a câmbio automático, rodas com aros de liga leve, bancos revestidos em couro, tração nas quatro rodas e ar-condicionado entre outros requintes dos modelos de carros classificados como tops de linha. Cada uma das caminhonetes custa no mercado revendedor perto de R$ 150 mil. O gasto total foi de R$ 64,2 milhões.
Entre os chamados veículos utilitários esportivos disponíveis no mercado brasileiro, a Toyota Hilux SW4, importada da Argentina - país onde o secretário de segurança Roberto das Chagas foi adido da Polícia Federal - é mais cara do que utilitários similares de fabricação nacional como, por exemplo, o modelo Blazer da Chevrolet, que custa cerca de R$ 50 mil a menos a unidade. O excesso de especificações no processo de licitação levantaram suspeitas da existência de direcionamento na escolha do tipo de automóvel que venceria.

Leia a matéria de Weiller Diniz no Jornal do Brasil online

Um comentário:

Anônimo disse...

Isto não é nada, frente ao "submarino nuclear" que o gorducho vai comprar da França.

E a população...ah, esta que se dane!