26 de jan. de 2008

É candidata, ou não é candidata?

É possível que eu me arrependa da precipitação de tentar analisar a tática da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a segunda na hierarquia do poder, sem competidor próximo que lhe faça sombra, como assumida e espertamente enrustida candidata a sucessora do seu líder nas longínquas eleições de dezembro de 2010.
Mas a tentação é irresistível e corro o risco, pois não me considero infalível. A ministra Dilma Rousseff está jogando com uma extraordinária competência, que não parece compatível com o seu temperamento forte e com a relativamente escassa experiência política. Do passado revolucionário, com as marcas da militância na linha de frente, da prisão e da tortura, nunca se ouviu o desmentido acovardado ou interesseiro. Muito menos a jactância na pose de heroína.
São águas passadas que rolaram no esgoto do esquecimento e jazem conservadas na memória para o momento da biografia. No piso escorregadio dos dois mandatos do presidente, em que tantos se esborracharam nos escândalos dos correios, do mensalão, do caixa 2, das ambulâncias, Dilma passou ao largo, escolhendo o palmo seco e limpo para os passos firmes e sempre no roteiro da completa adesão à carreira política. Foi responsável pelo setor elétrico no apagão que por pouco não acabara com a ascensão de Lula para o bis da contradição de um renitente opositor à praga da reeleição.
Muito mais exposta como a gerente de pulso firme, convicções testadas nas crises e na bonança, enquanto consolidava a sua liderança na cadência da marcha batida e em linha direta, ampliou o espaço que controla no Palácio do Planalto e a fama de administradora exigente e enérgica. A lama das lambanças que emporcalharam o governo, salpicando no gabinete presidencial e nas salas, saletas e bibocas dos assessores, derrubou reputações e cortou o vôo de muitos pretendentes notórios a ocupar a poltrona fofa de Lula. De José Dirceu a Antonio Palocci, com escalas em José Genoino, Aloizio Mercadante, Marta Suplicy e outros que já sumiram no fosso do esquecimento.

Leia a matéria de Villas-Bôas Corrêa no Jornal do Brasil online

3 comentários:

Anônimo disse...

Assisti à entrevista da ministra na Globo News e vi que ela tem boa presença. Quanto à falta de simpatia pessoal, como você frisou no seu blog, fiquei analisando sua figura e pensei: apesar do terninho chiquésimo que ela vestia, falta-lhe uma produção visual, pois aquele cabelo formato de panetone não lhe fica bem. Também não precisa fazer implante de cabelos como o José Dirceu (rss..rss). Com um Duda Mendonça na parada, acho que sai candidata. Dinheiro não lhe faltará, além de tudo porque ela chefia o esquema da Petrobás embora atualmente ela tenha que dividir com o Lobão. Vamos ver no que dá. E periga dela ganhar, pois o Aécio já tem andado difamado por causa das farras no Rio e sua pseudo esperteza política. E o Serra está sendo vítima da ganância do Alckmin e da sua paralisia no Governo.

Anônimo disse...

Para mim, a guerrilheira companheira Estela, tem cara de cafetina de beira de estrada. E daquelas que trepa, chupa, sapateia e dança.

Anônimo disse...

Gostei, Ronaldo São Carlos, acho a mesma coisa, mas estava fazendo só fazendo algumas cojecturas sobre o texto da Adriana. Você chutou o balde, hein?