Só que não vai dar certo, porque para cada exortação que o presidente venha a fazer, pessoal ou, mais provavelmente, coletiva, se tivessem coragem, seus ministros poderiam responder estarem ali presentes as causas da frustração. No caso, a equipe econômica, responsável por travar o desenvolvimento de projetos e programas na maioria das pastas.
Só que não vai dar certo, porque para cada exortação que o presidente venha a fazer, pessoal ou, mais provavelmente, coletiva, se tivessem coragem, seus ministros poderiam responder estarem ali presentes as causas da frustração. No caso, a equipe econômica, responsável por travar o desenvolvimento de projetos e programas na maioria das pastas.
Constituem apenas um detalhe os cortes orçamentários agora anunciados por conta da extinção da CPMF. Porque há anos as esperanças dos ministros vêm sendo podadas através de adiamentos e de contingenciamentos variados. Exceção, talvez, da Educação, o restante do ministério entra em janeiro cheio de planos e chega a dezembro sem ter podido realizar um terço do programado.
A novidade de 2008, por sinal incômoda, é que desta vez o próprio presidente da República se encarregará de transmitir a todos, de viva voz, aquilo que a equipe econômica vinha se encarregando de praticar individualmente diante de cada ministro, ao longo dos meses anteriores.
Ficará óbvio ao ministro da Defesa que dinheiro não haverá para a modernização e até para a reposição de equipamento nas Forças Armadas, não obstante destinação garantida no orçamento. O ministro da Integração Nacional concluirá pela necessidade de esticar ao infinito o prazo para a realização das diversas etapas do desvio das águas do rio São Francisco.
Para o ministro da Saúde ficará a inglória tarefa de participar a médicos e enfermeiros do serviço público a impossibilidade do reajuste da remuneração devida ao atendimento pelo SUS. O próprio novo ministro de Minas e Energia ficará ciente de que, apesar da sombra do apagão, as hidrelétricas do rio Madeira custarão a sair do papel.
Ao ministro dos Esportes restará a opção de preparar a Copa do Mundo de 2014 sem recursos federais para adaptação dos estádios de futebol às necessidades da competição. O ministro da Reforma Agrária precisará resignar-se a promover menos assentamentos do que no ano passado. O ministro do Desenvolvimento deixará para as calendas o sonho da nova política industrial.
O ministro dos Portos deixará mais uma vez de ampliar a capacidade de cada um desses instrumentos de exportação da riqueza nacional, assim como o ministro dos Transportes contará por metros e não por quilômetros a extensão de novas ferrovias implantadas. E assim por diante, porque a procissão de frustrações não terá fim.
Por que se atribui tantas atribulações à equipe econômica? Por insistir no modelo que sobrepõe a atividade especulativa à atividade produtiva, ou seja, por falta de coragem para virar esse jogo que nos faz entrar em campo já derrotados.
Por Carlos Chagas
Constituem apenas um detalhe os cortes orçamentários agora anunciados por conta da extinção da CPMF. Porque há anos as esperanças dos ministros vêm sendo podadas através de adiamentos e de contingenciamentos variados. Exceção, talvez, da Educação, o restante do ministério entra em janeiro cheio de planos e chega a dezembro sem ter podido realizar um terço do programado.
A novidade de 2008, por sinal incômoda, é que desta vez o próprio presidente da República se encarregará de transmitir a todos, de viva voz, aquilo que a equipe econômica vinha se encarregando de praticar individualmente diante de cada ministro, ao longo dos meses anteriores.
Ficará óbvio ao ministro da Defesa que dinheiro não haverá para a modernização e até para a reposição de equipamento nas Forças Armadas, não obstante destinação garantida no orçamento. O ministro da Integração Nacional concluirá pela necessidade de esticar ao infinito o prazo para a realização das diversas etapas do desvio das águas do rio São Francisco.
Para o ministro da Saúde ficará a inglória tarefa de participar a médicos e enfermeiros do serviço público a impossibilidade do reajuste da remuneração devida ao atendimento pelo SUS. O próprio novo ministro de Minas e Energia ficará ciente de que, apesar da sombra do apagão, as hidrelétricas do rio Madeira custarão a sair do papel.
Ao ministro dos Esportes restará a opção de preparar a Copa do Mundo de 2014 sem recursos federais para adaptação dos estádios de futebol às necessidades da competição. O ministro da Reforma Agrária precisará resignar-se a promover menos assentamentos do que no ano passado. O ministro do Desenvolvimento deixará para as calendas o sonho da nova política industrial.
O ministro dos Portos deixará mais uma vez de ampliar a capacidade de cada um desses instrumentos de exportação da riqueza nacional, assim como o ministro dos Transportes contará por metros e não por quilômetros a extensão de novas ferrovias implantadas. E assim por diante, porque a procissão de frustrações não terá fim.
Por que se atribui tantas atribulações à equipe econômica? Por insistir no modelo que sobrepõe a atividade especulativa à atividade produtiva, ou seja, por falta de coragem para virar esse jogo que nos faz entrar em campo já derrotados.
Por Carlos Chagas
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