28 de jan. de 2008

Sem criar caso


Alimentar o apetite fisiológico de 14 partidos é dose para leão. Alguns historiadores apontam erro de logística como uma das principais causas da derrota de Napoleão Bonaparte na campanha russa (1812). O grande general teve inédita dificuldade para manter, sobretudo durante o rigoroso inverno, um exército tão numeroso _entre 500 mil e 700 mil soldados, a depender da fonte histórica.
Na primeira reunião ministerial de 2008, na quarta-feira (24/01), Lula fez questão de fortalecer o articulador Múcio. Prometeu mundos e fundos aos aliados. Deu bronca em ministros. Ordenou atenção aos pleitos dos congressistas que apóiam o governo. Falou que a oposição já fazia "pré-disputa" da eleição de 2010. Reconheceu que a CPMF fora rejeitada por erro de articulação política. Pediu coesão à tropa para duelar com a oposição no Congresso e nas eleições deste ano e de 2010.
No presidencialismo meio parlamentarista que a Constituição de 1988 legou ao Brasil, tem sido duro para os seguidos governos combinar a necessidade de maioria no Congresso com limites éticos que evitem novas crises. No caso de Lula, não é diferente.
Sem maioria no Legislativo, ele contratará uma crise de governabilidade. Com fisiologismo escancarado, correrá risco parecido. O ideal é fornecer a logística sem deixar que ela vire a semente de novo escândalo de corrupção. Se encontrar essa fórmula, talvez ganhe um Nobel!


Leia a matéria na http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=politica01

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