10 de jan. de 2008

Você sabia que querem cassar Sarney?

Por Chico Bruno

Em 2002 o ex-presidente da República e senador José Sarney (PMDB-AP) nadava de braçada com a possibilidade de sua filha Roseana Sarney, governadora do Maranhão, concorrer à presidência da República. As pesquisas demonstravam que ela tinha fôlego para o embate. O marqueteiro Nizan Guanaes, contratado a peso de ouro, fazia um belo trabalho. Tudo corria as mil maravilhas.
Inesperadamente, uma operação da Polícia Federal, apreende no escritório da Lunus, empresa de Jorge Murad, o maridão de Roseana, de mais de R$ 1 milhão em moeda sonante. O mundo desabou na cabeça do autor de Saraminda.
Pela primeira vez, Sarney mostrou ao país que era um lobo travestido em pele de cordeiro. Destilou todo o seu veneno contra José Serra, acusando-o de estar por trás da operação da PF. Como vingança anunciou o apoio à candidatura do petista Lula, apesar de ter sido chamado de “ladrão” por ele durante seu mandato presidencial.
A raposa Sarney viu ali a chance eleger o sucessor de Roseana no Maranhão e acabar com o reinado de João Capiberibe no Amapá, pois dividiria com Capi o apoio a Lula.
É a partir daqui que começam a mudar os ventos para Sarney. Capiberibe se elege senador e José Reinaldo, eleito governador do Maranhão, rompe com ele.
Como Lula não convenceu Capiberibe a ser seu aliado na incoerência ou trocando em miúdos aceitar um alinhamento com Sarney no Amapá. O lobo travestido em pele de cordeiro acionou o plano de cassação do mandato de Capi. Não conseguiu no TRE/AP, mas teve sucesso em Brasília.
Insaciável, Sarney tratou de tratorar o governo de José Reinaldo com o seu poderoso Sistema Mirante de Comunicação. Foi em vão, o governador conseguiu cumprir todo o mandato.
Em 2006, Sarney foi atropelado por uma estratégia que o impediu de retomar o poder no Maranhão e quase fica sem mandato. Para que isso não acontecesse, foi obrigado, pela primeira vez, a fazer campanha no Amapá, deixando sua filha Roseana sem sua proteção e ajuda.
Sarney se elege, mas vê sua filha derrotada por Jackson Lago.
Tinhoso, Sarney tenta destronar Lago, denunciando-o. A denúncia resultou na Operação Navalha, da Polícia Federal. Como o cálculo foi mal feito, o feitiço virou contra o feiticeiro e Sarney viu seu amigo ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, atingido por uma bala perdida. Com isso, o maranhense perde o poder que detinha no ministério.
Enquanto isso, Sarney era absolvido em todos os processos que pediam sua cassação no Amapá. Inesperadamente, um dos processos sobe para o TSE e é acatado.
Como se isso não bastasse, a PF descobre, fruto da Navalha, que o filho de Sarney, Fernando, que comanda o conglomerado de mídia da família, movimentou durante a campanha de 2006, em que Roseana foi derrotada, quantia superior a R$ 2 milhões de origem desconhecida.
As estripulias de Fernando Sarney estão em toda a mídia.
Sobre o processo de cassação de Sarney nenhuma linha foi publicada na grande imprensa. Apenas é notícia no Jornal Pequeno, do Maranhão, e nos blogs de Macapá e São Luiz.
Se lhe interessa acompanhar o processo de Sarney, basta acessar a página do TSE (www.tse.gov.br), pelo link Processos Push. Para pesquisar acione o item protocolo. Para consultar o processo contra Sarney, o número do protocolo é 6832007.
Infelizmente esse assunto não interessa a grande imprensa.

3 comentários:

Anônimo disse...

É claro que não interessa! Misteriosamente, esse espantalho continua de pé, assim como o Jobim e outros mais. ACM não, porque já foi para uma melhor. Há um fio invisível que perpassa os bastidores que costura uma máscara de mudança de algo que nuna muda. E a imprensa amestrada noticia mais para esconder do que para informar.

Anônimo disse...

o pior é q o candidato q derrotou roseana sarney, esta conseguindo fazer um governo pior q o dela. o estado esta um caos, violencia, greve, corrupção... uma degraça, pobre maranhão

Anônimo disse...

O Senhor Ribamar constitui(u) o maior erro republicano (o caso do Senador trancado e declarando a impunidade como seita tribal retorna ao segundo lugar). A posse foi uma cena de imoralidade constitucional. Alguns, dizem os Deuses do Olimpo, podem terminar como Mussolini. O Ribamar tripudiou(?) a legaliade e apertou o brasileiro com o cruzado e as manobras de economia daquele ministro paraibano. O Prosa continua uma "prosa sem igual".