14 de mar. de 2008

Como pivete de semáforo

Por Carlos Chagas

Uma dúvida permanece no ar: que motivos teriam levado o presidente Lula a pular a cerca, melhor dizendo, a passar por baixo dela, na inauguração de uma barragem na cidade de Dianópolis, no Tocantins?
O País inteiro assistiu o espetáculo de contorcionismo do presidente, aliás, em muito boa forma física, como se viu, depois, sua carreira um tanto instável ribanceira abaixo, até os limites da barragem.
Estaria o Lula tentando livrar-se do monte de papagaios de pirata e de puxa-sacos instalados a seu lado, iniciativa que teve sucesso, porque nenhum deles ousou imitar o chefe? Ou seria uma nova modalidade de ação sugerida pelos marqueteiros do Palácio do Planalto, para demonstrar suas qualidades de ginasta? Pretendeu optar pela alegoria de que inexistem obstáculos para um presidente determinado a cumprir suas metas? Estaria mal da vista, precisando aproximar-se da obra inaugurada para conhecê-la em detalhes?
Mil interpretações fluem das imagens mostradas pela televisão e os jornais, mas uma evidência não pode deixar de ser considerada: tratou-se de um gesto inusitado, jamais visto nos últimos 500 anos por parte de um chefe de governo. Obra do acaso não terá sido.
D. Pedro II apareceu caindo do alto de um camelo, quando visitou o Egito. Getúlio Vargas deixou-se fotografar na cabine de um avião a jato, pronto para decolar, ainda que sabiamente tivesse desistido do vôo. De terno e gravata, Juscelino Kubitschek equilibrou-se num tronco que ligava as duas margens da Belém-Brasília.
Ernesto Geisel arriscou-se num perigoso banho de mar em Fernando de Noronha, flagrado quando se agarrava à corda felizmente estendida pelos seus seguranças. Vários presidentes aceitaram botar cocares indígenas na cabeça. Fernando Collor acampou na floresta, vestido de Rambo. Mas um presidente da República pulando a cerca, ou arrastando-se em baixo dela, foi a primeira vez.
Quem quiser pode opinar, até atribuindo o episódio a um desses impulsos irresistíveis da natureza humana, mas, aqui para nós, mesmo sem explicação, as imagens ficarão para sempre incrustadas na crônica do governo dos trabalhadores.

4 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Giulio,
Como o dito presidente passou por baixo da cerca e dizes que se alguém quer opinar, eu opino: é que escorregou na MERDA que só sabe fazer. É uma pena que não tenha caído de boca no chão.
Aliás elllle deve ter vergonha na cara e ir logo para o brejo junto com sua cambada de salafrários amigos.

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Acho que, como de costume, era a 'marvada' agindo...

Anônimo disse...

Boa enquete.
Bom, como ví na tv que tinha umas touceiras, nada mais lógico que ele acostumado a fazer "m" no palácio, quis experimentar fazer "m" no mato. Primeiro soltou um gás, longe dos puxa-sacos que estavam por perto. Depois, isto anuncia a vinda do sólido.

Anônimo disse...

E deve ter limpado com urtigas para se lembrar do tempo de Garanhuns.Isconjura!